quinta-feira, 23 de março de 2017

Projeto garante tratamento estético a mulheres e trans vítimas de violência doméstica em SP

Parceria entre Tribunal de Justiça e ONG Turma do Bem pode promover tratamento ortopédico, odontológico e estético para mulheres.

 
Um projeto do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) em parceria com a ONG Turma do Bem tem ajudado as vítimas com tratamento ortopédico, odontológico e estético. O projeto existe há três anos e age quando a mulher agredida faz o boletim de ocorrência. 

Caso a vítima tenha sofrido qualquer dano estético, ela poderá ser encaminhada para um tratamento ou para uma cirurgia reparadora. 

A juíza Domitila Manssur explica que o objetivo é “permitir que as mulheres e meninas, familiares também, vítimas de violência doméstica e familiar, encontrem espaço para reparação estética, ortopédica e odontológica no sistema público”. 

“As mulheres têm que ter coragem delas mesmo se entenderem como pessoas que têm direito de se fortalecer, de resgatar autoestima, de construir autoestima, de se sentirem bonitas, felizes”, afirma a juíza. 

Desde 2016, o projeto atende também mulheres transexuais. É o caso da estudante Daniela de Castro, que, em função de agressões, estava há nove anos sem os dentes. 

“Uma dessas vezes [agressões] aconteceu uma coisa mais grave, eu tive meu maxilar quebrado, lembro que cheguei a desmaiar. Acordei já no hospital. Quando eu levantei da cirurgia, o médico me falou eu que tinha perdido alguns dentes e eu passei a usar dentadura”, disse. “Agora é maravilhoso, só sorrisos. Vida nova”, comemora Daniela.Depois do útero, a boca é a parte do corpo mais agredida nas mulheres. O programa de recuperação dos dentes das vítimas já atendeu 650 pacientes, sendo que onze ainda estão em tratamento. 

A cada quatro minutos, uma mulher dá entrada no Sistema Único de Saúde (SUS) por sofrer violência doméstica. 

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