Ministério vai reforçar estoque de vacinas contra a febre amarela em 11,5 milhões de doses
Deste número, 6 milhões de doses serão distribuídas aos estados nos próximos dias e 5,5 milhões estão envasadas para serem usadas a qualquer momento.
O Ministério da Saúde anunciou que vai reforçar os estoques de vacinas
contra a febre amarela em todo o país com 11,5 milhões de doses. Deste
número, 6 milhões de unidades já serão enviadas aos estados afetados nos
próximos dias, de acordo com a necessidade de cada área.
As outras 5,5 milhões doses de vacinas estão envasadas, disponíveis em
um estoque que pode ser acionado a qualquer momento, segundo o
ministério. Todas as vacinas de febre amarela usadas no país são
produzidas no Rio pelo Instituto Bio-Manguinhos, ligado à Fundação
Oswaldo Cruz (Fiocruz).
Bahia, Espírito Santo, Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro já
receberam reforços nas últimas semanas, por terem identificado surtos ou
estarem em área próxima dos casos registrados. Até esta quarta, segundo
o ministério, 5,5 milhões de doses já tinham sido distribuídas.
Segundo o diretor do Departamento de Vigilância das Doenças
Transmissíveis do ministério, Eduardo Hage, o estoque é suficiente para
imunizar o público-alvo -- formado por pessoas que moram em áreas de
risco, nas zonas rurais dos estados afetados, ou que vão viajar para
essas regiões nos próximos dias.
"Temos vacinas suficientes para a situação atual, para as próximas
semanas e há capacidade de produção adicional, para qualquer demanda que
venha a se apresentar", disse.
Apesar disso, secretários dos estados atingidos apontam que a "corrida
aos postos" nas regiões metropolitanas pode afetar os estoques, que são
pensados com foco na população que vive em área rural.
Nas últimas
semanas, pacientes esperaram por horas nos postos de saúde em todo o
país, e muitos voltaram para casa sem receber a vacina.
Segundo o boletim mais recente do Ministério da Saúde, reunido nesta
terça-feira (24), 40 mortes tiveram ligação confirmada com a febre
amarela em todo o país -- 37 em Minas Gerais, e 3 em São Paulo. Outros
49 casos são investigados. Ao todo, 438 pacientes tiveram suspeita de
infecção pelo vírus, e 70 casos foram confirmados. Um novo boletim deve
ser divulgado nesta quinta (26).
Nos estados
Ao longo da semana, as secretarias de saúde dos principais estados
afetados pelo surto divulgaram dados divergentes em relação ao balanço
do ministério, que somariam 44 mortes. Segundo Hage, isso ocorre por
diferenças de tempo entre o lançamento dos boletins, mas disse que não
há divergência nos critérios de confirmação ou descarte das suspeitas.
Em São Paulo, até a tarde de segunda (23), o governo estadual informava
a existência de três mortes confirmadas por febre amarela e outras três
sob investigação, em um universo de 10 casos suspeitos. O ministério
lista apenas os três casos confirmados.
Segundo a secretaria paulista, todas essas vítimas estiveram em Minas
Gerais neste ano. Das mortes confirmadas, uma teria sido "importada" de
MG, e as outras duas, contraídas no interior. Em 2016, São Paulo
registrou dois casos de morte por febre amarela silvestre. Segundo o
governo, a pessoa só precisa correr atrás de vacina se for viajar para
Minas ou para o norte do estado.
No Espírito Santo, 22 pacientes foram listados como suspeitos. O número
inclui três mortes sendo que, em uma delas, a relação com a febre
amarela foi confirmada pela secretaria estadual. Até a tarde desta
terça, 13 pessoas seguiam internadas. No boletim, o Ministério da Saúde
não contabiliza essa morte confirmada.
Em Minas Gerais, o surto é ainda mais grave. Na terça, a secretaria
estadual de saúde lida com 83 suspeitas de morte por febre amarela.
Dessas, 38 já foram confirmadas nos dados da pasta -- o ministério lista
37.
O governo do estado já considera este o pior surto da doença já
registrado em Minas Gerais. Foram 393 notificações de suposta
contaminação, com 67 casos confirmados entre mortos, internados e
curados.
As mortes em Minas Gerais se relacionam a 13 municípios no interior do
estado, mas ainda não é possível precisar onde ocorreu cada contágio. O
número de 38 mortes inclui dois pacientes que morreram em São Paulo e no
Distrito Federal, mas teriam sido infectados em território mineiro.
Quem deve se vacinar?
Mesmo com o aumento de casos no Brasil, o Ministério da Saúde recomenda
que sejam vacinadas pessoas que estejam nas áreas de risco ou que vão
viajar para as regiões afetadas.
Em situações de emergência, a vacina pode ser administrada a partir dos 6 meses de idade. O indicado, no entanto, é que bebês de 9 meses sejam vacinados pela primeira vez. Depois, recebam um segundo reforço aos 4 anos de idade. A vacina tem 95% de eficiência e demora cerca de 10 dias para garantir a imunização após a primeira aplicação.
Em situações de emergência, a vacina pode ser administrada a partir dos 6 meses de idade. O indicado, no entanto, é que bebês de 9 meses sejam vacinados pela primeira vez. Depois, recebam um segundo reforço aos 4 anos de idade. A vacina tem 95% de eficiência e demora cerca de 10 dias para garantir a imunização após a primeira aplicação.
Pessoas com mais de 5 anos de idade devem se vacinar e receber a
segunda dose após 10 anos. Idosos precisam ir ao médico para avaliar os
riscos de receber a imunização.
Por causar reações, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa)
não recomenda a vacina para pessoas com doenças como lúpus, câncer e
HIV, devido à baixa imunidade, nem para quem tem mais de 60 anos,
grávidas e alérgicos a gelatina e ovo.
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