Bebê de três progenitores nasce na Ucrânia por meio de nova técnica
Óvulo da mãe foi fertilizado com esperma do pai e, depois, núcleo foi transferido para óvulo de doadora. Em 2016, bebê 'com três pais' nasceu no México por outra técnica.
Um bebê de um casal infértil nasceu na Ucrânia por meio de uma nova
técnica que utiliza o DNA de três progenitores, disse a chefe de uma
clínica de fertilidade de Kiev nesta quarta-feira (18).
O menino foi concebido usando o DNA de sua mãe e o de seu pai, mas
também o de uma doadora de óvulos, através de uma técnica chamada
transferência pronuclear, disse Valeriy Zukin, diretora da clínica de
fertilidade privada Nadiya, em Kiev.
A clínica disse em um comunicado que a mãe, de 34 anos, deu à luz um
menino saudável em 5 de janeiro, depois de tentar engravidar durante
mais de 15 anos e tendo passado por várias tentativas fracassadas de
fertilização in vitro (FIV).
Os óvulos da mulher foram fertilizados com o esperma do parceiro, mas
depois seus núcleos foram transferidos para um óvulo de uma doadora cujo
núcleo havia sido removido.
Como resultado do procedimento, o óvulo ficou quase inteiramente
composto de material genético do casal, com uma quantidade muito pequena
(cerca de 0,15%) do DNA da doadora.
Zukin disse que espera que a técnica de transferência pronuclear possa
ajudar outras mulheres cujos embriões param de se desenvolver em um
estágio muito inicial durante os ciclos de FIV.
Em 2016, um bebê de três pais nasceu no México através de uma técnica diferente que também usa o DNA de três progenitores.
Zukin disse que o método de transferência pronuclear poderia ser usado
para ajudar mulheres que sofrem de uma condição rara chamada detenção
embrionária.
Ela estima que cerca de dois milhões de mulheres em todo o mundo tentam
ter um bebê com a FIV por ano, e cerca de 1% delas sofrem de detenção
embrionária.
"Aproximadamente entre 10.000 e 20.000 mulheres por ano poderiam ser
potenciais candidatas para usar este método", disse Zukin.
Especialistas pediram cautela sobre a utilização do método como um
tratamento de fertilidade, ressaltando que este se destina a pessoas com
um risco muito alto de transmitir uma doença genética grave.
"Precaução e uma avaliação de segurança são exigidas antes do uso
generalizado desta tecnologia", disse Yacoub Khalaf, diretor da Unidade
de Concepção Assistida no Hospital Guy's e St Thomas' em Londres, citado
pelo site Science Media Center.
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