quinta-feira, 22 de junho de 2017

Jogador de futebol americano morto após 1ª partida tinha 'saúde de ferro', diz família

Presente no jogo que antecedeu infarto, tio de Paulo Okumoto afirma que jovem não tinha problemas. Laudo sobre morte de atleta de 23 anos será divulgado pela Santa Casa.


Paulo Okumoto, de 23 anos, morreu após disputar partida de futebol americano e sofrer infarto em Franca (Foto: Reprodução/EPTV) 
Paulo Okumoto, de 23 anos, morreu após disputar partida de futebol americano e sofrer infarto em Franca (Foto: Reprodução/EPTV) 
 
Cinco dias após a morte do jogador de futebol americano Paulo Okumoto, em Franca (SP), familiares ainda buscam explicações para o infarto sofrido pelo jovem logo depois do amistoso, o primeiro jogo oficial dele.

Tio de Paulo, Davi Daniel Okumoto diz não reconhecer problemas que pudessem ter afetado o atleta, afirmando que o jovem tinha "saúde de ferro", mas se apega à certeza de que o rapaz vivia a concretização de um sonho ao defender a equipe do Franca Carrascos Football. 

Okumoto morreu no sábado (17), aos 23 anos, horas depois do auge dessa realização: a primeira partida dele vestindo a camisa do time, em um jogo beneficente contra o Bullcaners, de Sertãozinho (SP), encerrado também como a primeira vitória na curta trajetória do atleta. 

"Ele estava muito contente em participar dessa família. Eu não atribuo isso [a morte] a nada, nem ao esporte, nem a qualquer coisa. Atribuo a uma emoção que ele teve, uma emoção muito grande. Foi a realização de um sonho: um sonho só, mas foi um sonho", afirma o tio. 

Segundo a Santa Casa, assim que foi recebido pelo hospital, às 18h41, o jogador se queixou de uma forte dor no peito e caiu desacordado no chão. Levado à emergência, ele foi submetido a manobras de ressuscitação, mas não respondeu aos estímulos e morreu às 19h15. 

A causa da morte deve ser divulgada pelo Serviço de Verificação de Óbito (SVO) da Santa Casa.
Paulo Okumoto morreu horas depois de disputar primeira partida pelo Franca Carrascos (Foto: Reprodução/EPTV)  
Paulo Okumoto morreu horas depois de disputar primeira partida pelo Franca Carrascos (Foto: Reprodução/EPTV) 
 
Depois de suspender os estudos em uma faculdade no Ceará - onde chegou a morar por sete anos com a família - o jovem ganhou um novo propósito quando foi convidado pelo primo a entrar para o primeiro time de futebol americano de Franca. 

"O primo deu esse sonho pra ele. Como o primo já jogava fazia um ano, e como os dois eram bem grudados, ele comentou de começar", relembra o tio, contando que Paulo também havia deixado o emprego de repositor em um supermercado para ajudar o pai como pedreiro. 

Foram três meses de treinos que, segundo Davi, apenas ajudaram na rotina do sobrinho, que nunca teve problemas de saúde, nunca foi hospitalizado e sempre apresentou disposição física para o trabalho ao lado do pai. 

Também tio de Paulo, o comerciário Evandro Okumoto se refere ao sobrinho como uma pessoa ativa, com uma vida normal e que trabalhava com disposição. "Amava esporte, amava tocar violão, gozava de uma saúde de ferro", diz. 
Página oficial do time Franca Carrascos Football fez homenagem a Paulo Okumoto (Foto: Reprodução/Facebook) 
Página oficial do time Franca Carrascos Football fez homenagem a Paulo Okumoto (Foto: Reprodução/Facebook)

'Muita emoção pra ele'

No dia do jogo, um amistoso contra o Bullcaners que servia de preparação para a Copa Mogiana, Paulo era só alegria. Parte do terceiro time da defesa dos Carrascos, o defensor entrou cinco vezes em campo, contribuiu para a vitória sobre os visitantes e celebrou com os amigos até o final. 

"Foi um jogo tranquilo, bonito de se ver. Ele jogou bem, estava brincando, comemorando com o time a casa ponto, a cada jogada", afirma Davi, que foi à partida para prestigiar os sobrinhos Paulo e Anderson defendendo a camisa do Franca Carrascos Football. 

Até o momento em que permaneceu no Ginásio Champagnat, Davi relata que Paulo estava bem. O tio diz que foi surpreendido pela notícia: logo após o jogo, Paulo sentiu dores no peito e no braço, tentou aferir a pressão em uma farmácia, recorreu à Santa Casa, mas não resistiu. 

"Como já vinha treinando há três meses, batalhando por isso, acho que foi muita emoção pra ele. Ele não fazia planos, ele deixava acontecer, ele vivia o agora, ele viveu o agora", afirma Davi, amparado pela convicção de que Paulo morreu com um sentimento de realização. 

Fonte: http://g1.globo.com/sp/ribeirao-preto-franca/noticia/jogador-de-futebol-americano-morto-apos-1-partida-tinha-saude-de-ferro-diz-familia.ghtml

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