quinta-feira, 29 de junho de 2017

Novo estudo diz que não há limite máximo de vida estabelecido para seres humanos

Pesquisadores usaram dados das pessoas mais velhas já registradas em quatro países desde 1968 e chegaram à conclusão que limite mundial de idade ainda não foi estabelecido. 

Um novo estudo publicado pela revista "Nature" nesta quarta-feira (28) diz que não está estabelecido -- pelo menos até agora -- um limite de tempo de vida para os seres humanos. 

O artigo contradiz um outro trabalho publicado pela mesma revista em outubro de 2016, que dizia que ninguém é capaz de bater o recorde de 122 anos e que o limite deve girar em torno dos 115 anos.
Italiana Emma Morano morreu aos 117 anos (Foto: Antonino Di Marco/ANSA/AP) 
Italiana Emma Morano morreu aos 117 anos (Foto: Antonino Di Marco/ANSA/AP) 
 
Desta vez, os pesquisadores Bryan G. Hughes e Siegfried Hekimi trazem histórias como a da italiana Emma Morano, que faleceu em abril deste ano, e da francesa Jeanne Calment, com 122 anos. Além disso, analisaram o tempo de vida dos indivíduos mais velhos registrados nos Estados Unidos, Reino Unido, França e Japão desde 1968. 

Hughes e Hekimi dizem não ter encontrado evidências de que haja um limite de tempo de vida e que, caso ele exista, ele nunca foi alcançado ou identificado.

"Nós simplesmente não sabemos qual é o limite de idade. De fato, ao ampliar as linhas de tendência de vida, conseguimos mostrar que a expectativa de vida máxima e a média poderiam continuar a aumentar até o futuro", disse Hekimi. 

O artigo mostra a evolução da expectativa de vida no Canadá: em 1920, um cidadão do país esperava viver até os 60 anos; em 1980, a ideia era morrer até os 76 anos; hoje, até os 82 anos. De acordo com esse novo estudo, o tempo máximo de vida dos humanos segue a mesma tendência. 

Segundo Hekimi, é impossível prever a expectativa de vida dos seres humanos no futuro. Ele lembra que alguns cientistas argumentam usando a tecnologia, as intervenções médicas, e as melhorias nas condições de vida como fatores que podem ajudar a aumentar o limite máximo de idade.
"É difícil adivinhar", avalia Hekimi. "Trezentos anos atrás, muitas pessoas tinham apenas vidas curtas. Se alguém dissesse que um dia a maioria dos seres humanos iria chegar aos 100 anos, eles diriam que a pessoa estava louca".

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