PF prende 10 policiais em ação contra comércio de anabolizantes em SP
Quadrilha também fabricava medicamentos falsificados. Corregedorias vão investigar os policias envolvidos.
Dez policiais de São Paulo foram presos nesta sexta-feira (23) na Operação Proteína, da Polícia Federal (PF).
A investigação apura a fabricação, importação e distribuição ilegal de
medicamentos, principalmente anabolizantes em seis estados.
Um dos endereços vasculhados pela PF foi uma distribuidora de
medicamentos no bairro da Capela do Socorro, na Zona Sul da capital. Os
agentes encontraram um laboratório que, segundo a investigação, era
usado para fabricar remédios falsificados.
As equipes também acharam um imóvel sem mobília, com muitas caixas
cheias de remédios prontos espalhadas pelo chão. O depósito da quadrilha
tinha frascos com produtos químicos contrabandeados da Argentina, do
Paraguai e da Índia. No total, foram apreendidas 5 toneladas de
produtos. Nas prateleiras estavam anabolizantes e suplementos
alimentares ilegais vendidos em São Paulo e no Sul do país.
Em quase um ano de investigação a PF identificou três grupos
encarregados de importar remédios sem registro na Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (Anvisa), falsificar medicamentos e vender tudo no
varejo. A quadrilha movimentava R$ 2 milhões por mês.
Um dos policiais é o chefe dos investigadores do Departamento de
Polícia Judiciária da Capital (Decap), responsável por gerenciar todas
as delegacias da cidade de São Paulo. Outros quatro trabalham em
distritos policiais e dois são do Departamento de Investigações
Criminais (Deic).
Entre os presos está um policial militar, que foi levado para a sede da
Polícia Federal pela Corregedoria. Os outros dois são agentes em São
Paulo, da própria PF. Todos são investigados pelos crimes de
contrabando, falsificação de medicamentos, corrupção, tráfico de drogas e
organização criminosa.
O delegado da PF do Rio Grande do Sul Ricardo Saadi disse que a
operação buscou tirar a capacidade financeira do grupo. "Diversos
imóveis, veículos e outros bens foram bloqueados ou sequestrados pra que
a gente possa tentar bloquear o financiamento da organização
criminosa", explicou.
A Secretaria da Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP) disse
que as corregedorias das polícias Civil e Militar vão abrir inquérito
para investigar a participação dos policiais envolvidos na Operação
Proteína.
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