Fala sobre 'fingir que trabalham' não era para todos os médicos, diz ministro
Ricardo Barros disse para profissionais não se sentirem ofendidos. Na semana passada, ele afirmou que o governo iria parar de fingir que paga, e os médicos 'vão parar de fingir que trabalham'.
Por Alessandra Modzeleski, G1, Brasília
O ministro da Saúde, Ricardo Barros, disse em discurso nesta quinta-feira (20) que a fala
dele na semana passada, quando afirmou que médicos do SUS fingem que
trabalham, não era dirigida a todos os profissionais da área. Barros
pediu para que os médicos não se sintam ofendidos e afirmou que já
esclareceu para a categoria o teor da fala.
"Tivemos nos conselhos regionais e esclarecemos a nossa fala, tirada de
contexto. Nós estávamos falando que pagávamos pouco e eles também não
cumpriam a carga horária. O salário não era adequado. A todos os médicos
do Brasil, não se sintam ofendidos, porque não foram a eles dirigidas
as nossas palavras", disse Barros.
“Minha fala foi generalizada. Me referi exclusivamente a esses
profissionais da atenção básica que não cumprem o horário”, explicou.
Na semana passada, também em evento no Palácio do Planalto, o ministro
defendia um aumento nos salários do SUS para estimular profissionais a
trabalhar na saúde pública quando disse: "Vamos parar de fingir que
pagamos médicos e os médicos vão parar de fingir que trabalham”.
Nesta quinta, ao se justificar, Barros disse ainda que ninguém mais que
ele dialoga tanto com os médicos e nenhum outro ministro ouve tanto os
pleitos da categoria.
"Sabemos que vamos avançar com a cooperação de todos. Ninguém mais do
que eu faz tanto diálogo com a categoria médica. Nenhum outro ministro é
tão sensível à categoria como eu. Faço questão de dialogar, para
aprender quais são os problemas", afirmou.
Verba para a saúde bucal
Barros participou, ao lado do presidente Michel Temer, de um anúncio de
R$ 344,3 milhões em programas para a área de saúde bucal do SUS.
Uma das destinações do dinheiro vai ser o custeio de 2.229 equipes de
Saúde Bucal e credenciamento de 34 Unidades Odontológicas Móveis (UOMs).
Também serão compradas 10 mil cadeiras para consultórios odontológicos.
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