Ministério confirma 8ª morte por febre amarela contraída em Minas Gerais
Quatro destas oito mortes serão investigadas para descobrir se vacina pode ter causado a doença; segundo o governo, morte por febre amarela vacinal não tem registros importantes nos últimos anos.
O Ministério da Saúde confirmou nesta quarta-feira (18) a morte de oito pessoas em decorrência da febre amarela em Minas Gerais. Segundo a pasta, exames nas amostras de sangue desses pacientes detectaram a presença do vírus. Ao todo, 53 mortes registradas no leste mineiro são investigadas por suposta relação com a doença.
Em quatro das oito mortes confirmadas, o ministério já conseguiu
confirmar que a doença foi contraída no meio rural - é a chamada febre
amarela silvestre. Nos outros quatro, o governo ainda investiga a
possibilidade de que a aplicação da vacina contra febre amarela, que
contém o vírus vivo atenuado, tenha causado os óbitos. Não há registro
ou suspeita de contágio em ambiente urbano.
"A vacina, em algumas situações, pode vir a causar febre amarela. Nos
últimos anos, a gente não tem registro importante de febre amarela
vacinal. Em situações em que você vacina um número grande pessoas, pode
haver. Em especial, em pessoas que não têm indicação de vacinação, por
exemplo, pessoas com imunossupressão [imunidade baixa]", declarou o
diretor do Departamento de Doenças Transmissíveis do ministério, Eduardo
Hage.
Até a tarde desta quarta, a pasta listava 206 casos suspeitos de febre
amarela em 29 cidades do leste mineiro. Destes pacientes, 53 pessoas
morreram - incluindo as oito com relação comprovada com a doença.
Além do surto registrado em Minas Gerais, as equipes de saúde também acompanham seis casos suspeitos em quatro municípios do Espírito Santo. Por causa desses registros, os estados receberam 1,6 milhão e 500 mil doses extras da vacina, respectivamente.
Áreas de risco
Historicamente, 18 estados e o Distrito Federal já são considerados
"área de risco", mas a lista não inclui o Espírito Santo. Segundo o
ministério, o estado continua fora desse mapa, mas receberá reforço
pontual na imunização.
O mesmo deve acontecer em 14 cidades do Rio de Janeiro que estão
próximos à região do surto em Minas Gerais. Haverá reforço de vacinação
nestas cidades, mas o estado segue sem trechos incluídos na área de
risco.
Nas 19 unidades da Federação identificadas como área de risco (total ou
parcialmente), o ministério diz ter aumentado os estoques de vacina com
mais 650 mil unidades.
Apenas oito estados estão fora da lista: Ceará, Rio Grande do Norte,
Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Espírito Santo e Rio de Janeiro.
Vacinação
Se uma cidade ou região é considerada "área de risco", isso significa
que todos os moradores e turistas que passarem por aquele local precisam
estar com a vacinação em dia.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) considera que apenas uma dose de
vacina é suficiente para a vida inteira, mas o protocolo nacional prevê
duas doses, com intervalo máximo de 10 anos.
Se a caderneta infantil for seguida à risca, a primeira dose deve ser
administrada aos 9 meses de vida, e a segunda, até 4 anos completos. Se
faltar uma dessas doses, é preciso completar a vacinação.
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