Ataque a cassino nas Filipinas deixa mortos
Agências internacionais noticiam ao menos 25 mortos por intoxicação.
O ataque a um cassino em Manila, capital das Filipinas, deixou dezenas
de mortos, informam as agências internacionais de notícias na madrugada
desta sexta-feira (2).
Segundo a EFE e a BBC, ao menos 25 morreram intoxicadas após o homem
incendiar mesas. A Reuters e a France Presse (AFP) noticiam a morte de
34 pessoas, também por inalação de muita fumaça. Mais de 50 pessoas
ficaram feridas.
De acordo com o oficial de polícia Tomas Apolinario disse á imprensa
local, os mortos estavam entre o segundo e oitavo andar do edifício.
Um mascarado e armado invadiu o Resorts World, na capital das
Filipinas, Manila, e incendiou mesas de um cassino, causando pânico
entre as pessoas presentes que estavam no local. O complexo abriga
cassino, hotel, cinema, restaurantes e shopping.
A polícia anunciou que controlou a situação, que não há indicação de terrorismo e que o caso seria um roubo.
O homem teria se matado após o ataque.
Após os primeiros relatos de tiros e explosões ouvidos no complexo,
policiais, bombeiros e atiradores de elite foram enviados para a cena e
isolaram o local.
Roubo
O chefe da polícia nacional, Ronald dela Rosa, afirmou que "não há
nenhuma indicação de terrorismo" e que o incidente pode ter sido um
roubo. Segundo ele, um homem armado com um rifle entrou em um cassino do
complexo e incendiou mesas. Ele fez alguns disparos, mas não estava
apontando contra as pessoas, segundo Dela Rosa. "Não podemos dizer que
foi um ato de terror... Ele não feriu ninguém", disse.
Ainda de acordo com o chefe de polícia, o agressor atirou contra um
local onde as fichas de jogos eram guardadas, encheu uma mochila com
várias delas e fugiu em direção a um hotel.
Dela Rosa disse que o suspeito é branco de “aparência estrangeira e tem cerca de 1,80m”.
Após o incidente, a fumaça tomou conta do complexo.
O agressor está morto, mas há informações desencontradas sobre a sua
morte. Dela Rosa disse à emissora de TV GMA que ele foi morto pelas
tropas. Já Oscar Albayalde, chefe da polícia de Manila, disse à uma
rádio que ele se matou. "Nossa avaliação é que ele se queimou. Cometeu
suicídio", afirmou.
Terrorismo?
O chefe da polícia nacional afirmou ainda que é possível que o grupo
Estado Islâmico (EI) tenha assumido a autoria do ataque para ajudar em
sua propaganda. Segundo Rita Katz, a diretora do Site Intel Group, grupo
de monitoramento de grupos terroristas, um militante filipino do EI
disse que "lobos solitários" seriam responsáveis por um ataque no local
(veja abaixo). Não houve, no entanto, um comunicado pelos meios
tradicionais do EI, como sua agência Amaq.
Um representante da Cruz Vermelha das Filipinas afirmou que pelo menos
25 pessoas se machucaram no incidente, de acordo com o jornal "Manila
Times". Algumas das vítimas, segundo o relato, tiveram ferimentos graves
porque pularam do segundo pavimento de um dos hotéis do complexo.
O Resorts World é um complexo que reúne hotéis, restaurantes, cassinos e
lojas e está situado nas imediações do Aeroporto Internacional Ninoy
Aquino, que atende a capital do país, Manila.
Em suas redes sociais, o hotel confirmou o incidente, e disse que a
área está interditada. "Estamos trabalhando de perto com a Polícia
Nacional das Filipinas para assegurar que nossos hóspedes e funcionários
estejam em segurança. Pedimos suas orações durante esse momento
difícil".
Também afirmou que a empresa seguiu os protocolos de emergência para garantir a segurança dos hóspedes e funcionários.
Em pronunciamento na Casa Branca, em Washington, o presidente americano
Donald Trump disse que os EUA estavam monitorando o incidente em
Manila. "É realmente muito triste o que está acontecendo pelo mundo em
relação ao terror. Nossos pensamentos e orações estão com todos aqueles
afetados", afirmou. A declaração foi feita antes que a polícia indicasse
que não havia indício de terrorismo.
Crise de Segurança
Atualmente, as Filipinas vivem a maior crise em sua segurança interna
em anos, e forças estatais tentam, há 10 dias, retomar o controle de
Marawi, cidade no sul do país, onde há uma rebelião de jihadistas do
grupo Maute, que jurou lealdade ao EI.
Nesta quinta (1º), um ataque aéreo a rebeldes islâmicos escondidos na
cidade deixou 11 soldados do governo mortos e sete feridos. Um dos dois
aviões que estavam bombardeando as posições rebeldes errou o alvo no
centro da cidade.
Segundo a agência Associated Press (AP), 500 milicianos, entre eles
combatentes estrangeiros, estão envolvidos no cerco à cidade, que
começou junto com o mês sagrado do Ramadã.
Os combates tiveram início no dia 23 de maio, após o fracasso de uma
operação militar para prender Isnilon Hapilon, líder do grupo jihadista
Abu Sayyaf, também vinculado ao EI, e que permanecia protegido por
membros do Maute. Naquele dia, o presidente das Filipinas, Rodrigo
Duterte, anunciou a entrada em vigor da lei marcial na ilha de Mindanau.
A cidade é considerada um importante centro islâmico no sul das
Filipinas. De acordo com a CNN, a batalha já provocou o deslocamento de
70 mil pessoas.
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