Medicamento diminui tempo de tratamento da malária de 7 para 1 dia
Tratamento novo foi apresentado durante conferência em Manaus. Se aprovado, medicamento deve ser comercializado em dois ou três anos.
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Mosquito Anopheles stephensi, transmissor da malária, picando uma vítima (Foto: (Foto: Jim Gathany/CDC/Reuters))
Um novo medicamento pode reduzir de sete para um dia o período de tratamento da malária. Resultados de um estudo realizado de 2014 a 2016
foram apresentados durante uma conferência em Manaus nesta
segunda-feira (12). Segundo pesquisadores, a tafenoquina será usada em
um único comprimido.
Na 6ª Conferência Internacional sobre Pesquisa de Plasmodium vivax,
mais de 400 cientistas discutem os desafios e estratégias para o
controle e eliminação do Plasmodium vivax, parasita transmissor do tipo
mais incidente de malária no mundo. Segundo um levantamento apresentado
por pesquisadores brasileiros, 90% dos casos registrados no Brasil são
causados pelo Plasmodium vivax. Os primeiros meses de 2017 em Manaus finalizaram com registro de 1.631 casos da doença.
Medicamento
Wuelton Monteiro, pesquisador da Fundação de Medicina Tropical Doutora
Heitor Vieira Dourado (FMT-HVD) explica que, atualmente, o tratamento da
malária é com a combinação de duas drogas, a cloroquina e a primaquina,
e dura sete dias. Com o novo medicamento, chamado tafenoquina, o tempo
de tratamento pode passar de sete dias para um dia.
"A tafenoquina - se for introduzida -, será utilizada em um único dia
após o diagnóstico. Essas são as duas únicas drogas conhecidas para uso
em humanos que causam a chamada 'cura radical', que é a eliminação
completa dos parasitas no organismo. Eliminam, inclusive, as formas
latentes que ficam no fígado e são responsáveis pelas recaídas", afirma o
pesquisador.
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Wuelton Monteiro, pesquisador da Fundação de Medicina Tropical (Foto: Luciano Abreu/ Rede Amazônica)
Monteiro diz que o estudo reuniu profissionais de vários países como
Brasil, Peru, Índia e Tailândia e a maior parte dos 100 pacientes
testados foram brasileiros, por meio da Fundação de Medicina Tropical,
em Manaus.
"Mais uma vez Manaus está se destacando na área de pesquisa clínica e
mostrando capacidade fazer pesquisas de ponta e drogas que vão
revolucionar o tratamento da malária, o controle, e, quem sabe, a
eliminação dessa doença", almeja.
A estimativa é que o medicamento esteja disponível para o uso em dois
ou três anos, pois ele será registrado e o processo passa por várias
fases até ser liberado para comercialização. O medicamento já completou
as três fases requeridas de testes, e o próximo passo é o registro do
produto.
Doença atinge milhares
Dados do Boletim Epidemiológico Anual de Malária, referentes a 2016,
apontam que Manaus registrou 8.455 casos da doença no ano passado.A
quantidade de pessoas contaminadas teve uma pequena queda em relação a
2015, quando foram 8.501 caso notificados.
O documento aponta que das 1.017 localidades ativas (áreas urbanas,
assentamentos e áreas rurais) de Manaus, 450 apresentaram casos de
malária. Destas, 68 concentraram até 80% dos casos e 24 foram
responsáveis por 50% dos casos positivos da doença entre janeiro e
dezembro do ano passado.
Somente em janeiro de 2017, 2,1 mil casos já tinham sido registrados no
Amazonas, conforme levantamento da Fundação de Vigilância Sanitária. A
pesquisa não mostrou quais cidades tinham o maior número dos casos
registrados.
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