Transtorno do espectro autista: o que é, sintomas e tratamentos
Timidez, hiperatividade ou autismo? Dois milhões de famílias no Brasil convivem com o transtorno do espectro autista.
Timidez, hiperatividade ou autismo? Dois milhões de famílias no Brasil
convivem com o transtorno do espectro autista. O Bem Estar desta
quinta-feira (22) abordou o assunto com a psiquiatra do programa de
autismo do Hospital das Clínicas de São Paulo Rosa Magaly Morais, que
explicou a lei que exige um diagnóstico precoce. Quanto antes a criança
for estimulada, melhor ela vai se desenvolver. A consultora e pediatra
Ana Escobar falou sobre as habilidades dessas crianças.
O Governo Federal sancionou a lei 13.438, que obriga o SUS a adotar um
protocolo padronizado, com cerca de 20 perguntas, que avaliam os riscos
ao desenvolvimento psíquico de crianças de até 18 meses; período em que o
sistema nervoso está em formação. A lei vai evitar que o diagnóstico
tardio comprometa o desenvolvimento das crianças.
São perguntas simples, mas fundamentais para detectar doenças. Tudo
isso pode e deve ser observado desde que a criança é só um bebê. São
perguntas como: seu filho olha para você no olho por mais de um segundo
ou dois? Seu filho sorri em resposta ao seu rosto ou ao seu sorriso? O
seu filho imita você?
Transtorno do espectro autistaÉ
um transtorno de desenvolvimento da primeira infância em que ocorrem
dificuldades na comunicação e interação social. Não há só um tipo de
autismo, mas graduações dentro desse transtorno de desenvolvimento. Um
espectro abrange diferentes gradações, intensidades.
Os transtornos do espectro autista podem afetar todo o organismo e por
isso serem confundidos com outros problemas isolados. As crianças podem
ter convulsões, distúrbios do sono, ansiedade, transtornos alimentares,
TDAH, distúrbios de linguagem.
Crianças com transtorno do espectro autista têm direito a um tratamento
com médicos especialistas, psicólogos, fonoaudiólogos e terapeutas
ocupacionais que cuidem dos problemas físicos, da saúde mental e que
também tenham preparo para ajudar a família a treinar novos
comportamentos. A terapia comportamental é a intervenção com maior
comprovação científica.
Método ABAO
método chamado ABA, sigla em inglês que significa ‘análise do
comportamento aplicado’, é a terapia mais indicada para o tratamento do
autismo, segundo a OMS. São cinco vezes por semanas, duas horas por dia,
em casa mesmo. Em um dos exercícios, a criança tem que reconhecer
objetos e formas iguais. Em outra atividade, aprende a diferença entre
os animais.
A diferença desta terapia está no acompanhamento rigoroso. “A gente
sempre tem metas específicas iniciais, que são estabelecidas após
avaliação. Depois essas metas são mensuradas durante toda a intervenção
da criança. Nunca o resultado é genérico. A criança está falando mais,
mas o que está falando? Isso tudo é mensurado”, explica a analista de
comportamento Renata Michel. O método exige profissionais
especializados, com base científica.
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