domingo, 2 de julho de 2017

Atentado com carro-bomba deixa ao menos 20 mortos em Damasco

Outros dois carros-bomba que seriam detonados foram interceptados pelas forças de segurança. É o pior ataque na capital da Síria desde março.

Carros danificados em um dos locais das explosões em Damasco, segundo a agência de notícias do governo sírio (Foto: Sana/Handout via Reuters)
Carros danificados em um dos locais das explosões em Damasco, segundo a agência de notícias do governo sírio (Foto: Sana/Handout via Reuters) 
 
Um atentado suicida com carro-bomba deixou ao menos 20 mortos em Damasco, capital da Síria, neste domingo (2). Outros dois carros-bomba que seriam detonados foram interceptados pelas forças de segurança antes de atingir seus alvos, informou a TV estatal síria. 

O Ministério das Relações Exteriores da Síria disse em comunicado enviado à secretaria geral da ONU e ao Conselho de Segurança das Nações Unidas que 20 pessoas morreram, afirmou a agência estatal de notícias Sana. 

De acordo com o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH), ONG que acompanha o conflito sírio, ao menos 21 pessoas morreram. 

Entre as vítimas estão civis, soldados e o próprio homem-bomba que estava no veículo. Vários feridos estão em estado grave, segundo o OSDH. 

De acordo com o diretor do OSDH, Rami Abdel Rahman, forças de segurança alcançaram os motoristas dos oitros dois carros na entrada de Damasco. Os dois homens morreram. 

As autoridades afirmaram que os suicidas pretendiam atingir áreas movimentadas no primeiro dia de trabalho após o feriado do Eid al-Fitr. 

"Ouvimos disparos às 6h (meia-noite deste domingo em Brasília) e, depois, houve uma explosão, que arrebentou as janelas dos edifícios do bairro", relatou à AFP Mohamed Tinawi, que mora na praça Tahrir. 

Ele contou ainda à agência de notícias ter visto voluntários do Crescente Vermelho socorrendo dois militares, carros carbonizados e danos materiais no posto de controle das forças de segurança. 

Nenhum grupo reivindicou de imediato responsabilidade pelas detonações. 

Esse é o pior ataque na capital síria desde março. Naquele mês, dois atentados suicidas deixaram em menos de duas horas um saldo de 32 mortos. Cinco dias antes, uma ex-facção síria da Al-Qaeda reivindicou a autoria de um outro atentado, que fez 74 mortos no centro histórico de Damasco
mapa atentado damasco (Foto: Arte/G1) 
mapa atentado damasco (Foto: Arte/G1) 
 
Helicóptero derrubado
 
Ainda segundo o Observatório Sírio, membros do grupo Estado Islâmico (EI) derrubaram um helicóptero do Exército da Síria nos arredores da cidade de Deir er Zor, matando quatro pessoas que estavam a bordo da aeronave e deixando outras nove feridas. 
 
O grupo não detalhou se os mortos são soldados ou civis - apenas explicou que estavam a bordo do helicóptero militar.

Raqa

Também neste domingo, as forças apoiadas pelos Estados Unidos na Síria entraram pelo sul do bastião de Raqa pela primeira vez, cruzando o rio Eufrates, relatou o OSDH. 

Após um cerco que durou meses, as Forças Democráticas Sírias (FDS) - uma aliança de combatentes curdos e árabes - bloqueou na quinta-feira (29) a última saída que permitia a fuga dos combatentes do grupo Estado Islâmico (EI) da cidade, ao tomar uma região ao sul do Eufrates. 

"Hoje, [as FDS] entraram pelo sul de Raqa pela primeira vez e tomaram o mercado de Al-Hal", anunciou o diretor do OSDH, Rami Abdel Rahman, neste domingo. "O mercado está sob controle total das FDS, ainda que sob ameaça de contra-ataque do EI", ressaltou. 

A reconquista de Al-Hal foi confirmada pelas FDS. 

Tomada pelos extremistas em 2014, Raqa se transformou em símbolo das atrocidades cometidas pelo EI, além de se tornar base para o planejamento de atentados contra os países estrangeiros. 

Segundo a ONU, mais de 100 mil civis permanecem presos em Raqa. 

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