Gaeco e Polícia Civil deflagram operação contra pirataria de cosméticos em Franca
Segundo a investigação, grupo falsificava produtos de marcas internacionais. Pelo menos sete pessoas foram presas nesta quarta-feira (5), entre elas um médico cardiologista.
O Grupo de Atuações Especiais de Combate ao Crime Organizado (Gaeco),
do Ministério Público, e a Polícia Civil cumpriram 20 mandados de busca e
apreensão, e cinco de condução coercitiva nesta quarta-feira (5) na
região de Franca (SP) contra uma quadrilha suspeita de piratear produtos
cosméticos das marcas importadas L'Óreal, Revlon e Silicon Mix. Pelo
menos sete pessoas foram presas, entre elas um médico.
Os mandados foram cumpridos nas cidades de Franca, Batatais (SP),
Sertãozinho (SP), Restinga (SP), Leme (SP), Bariri (SP) em São Paulo.
Segundo a polícia, os depoimentos das pessoas levadas coercitivamente
ao 3º Distrito Policial em Franca serão ouvidos na tarde desta
quarta-feira.
Investigação
A quadrilha começou a ser investigada em Franca há oito meses, após
denúncias de representantes das empresas afetadas, de consumidores e dos
próprios integrantes feitas à polícia e ao Ministério Público.
De acordo com o delegado Leopoldo Novaes, um membro da organização
criminosa, que já havia sido alvo de investigações anteriores, procurou a
polícia alegando que estava sendo extorquido pelo ex-sócio. A Polícia
Civil apontou que ele atuava em São Paulo (SP) na região da Rua 25 de
Março e instaurou inquérito.
Cosméticos falsificados para cabelos foram apreendidos em Franca, SP (Foto: Reprodução/EPTV)
Com o auxílio de interceptações telefônicas autorizadas pela Justiça, a
polícia e o Gaeco conseguiram mapear a quadrilha, que funcionava como
uma empresa. Um dossiê encaminhado pelos representantes das próprias
marcas no Brasil ajudou a investigação. Ao todo, 25 pessoas são
suspeitas de envolvimento.
“Existe a parte química, que é para criação e análise das composições
que serão feitas os cosméticos. Ele [líder] tinha uma equipe de químicos
especializados na construção das fórmulas para manufaturas dos
cosméticos. Eram dois responsáveis”, afirma Novaes.
Segundo o promotor Paulo Guilherme Caroles, cada integrante trabalhava
em um setor da organização, que envolvia a identificação das fórmulas,
fabricação de embalagens similares às dos produtos originais, produção
de rótulos, venda e entrega dos cosméticos falsificados. Todo o esquema
era comandado por um comerciante de Franca.
“Existia um líder responsável pela fabricação, pela gestão de toda a
cadeia de distribuição e venda e outros integrantes responsáveis tanto
pela parte química, como a engenharia reversa dos produtos, responsáveis
por depósito, vendas na internet, pela utilização de nomes de laranjas
para fazer as vendas, pra fazer a circulação de bens.”
Ainda de acordo com Caroles, a ação da quadrilha contou com a
participação de um cardiologista, apontado como o financiador da
operação. O médico foi preso temporariamente nesta quarta-feira e já
havia sido alvo da polícia anteriormente por suspeitas de envolvimento
na fraude.
“Ele [médico] era um dos financiadores e até agora o principal
depositário dos bens encontrados, o que tinha o maior estoque de
cosméticos adulterados, falsificados. Em uma casa atribuída a ele no
bairro Santa Rita, em Franca, apreendemos mercadorias avaliadas R$ 470
mil.”
De acordo com o promotor Rafael Queiroz Piola, a quadrilha tem revendas
instaladas em todo o país e até no Paraguai, o que causa apreensão a
respeito do alcance de pessoas que podem ter tido contato com os
produtos falsificados.
"Nós detectamos que os produtos são comercializados em São Paulo, Rio
de Janeiro e até no Paraguai. É uma situação alarmante, são produtos que
afetam diretamente a saúde e são feitos em grande escala em Franca."
Todo o material apreendido nos 50 endereços que foram alvos de mandados da Justiça foi encaminhado ao 3º Distrito Policial.
Substâncias, embalagens e rótulos dos produtos pirateados foram apreendidos na região de Franca-SP (Foto: Reprodução/EPTV)
Polícia Civil cumpre mandados de busca e apreensão na região de Franca-SP em operação contra pirataria (Foto: Reprodução/EPTV)
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