domingo, 19 de junho de 2016

17/06/2016 21h16 - Atualizado em 17/06/2016 21h16

Ministro da Saúde diz que vacinação de H1N1 deve ser antecipada em 2017

886 pessoas morreram do vírus em 2016, diz governo.
Doença teve maior registro de mortes desde 2009.

O Ministro da Saúde, Ricardo Barros, disse que adiantará o início da campanha de vacinação contra o vírus H1N1 em 2017. Neste ano, o pico de casos da doença foi antecipado, o que dificultou a imunização do público alvo. Segundo o governo, 886 pessoas morreram em 2016 pelo vírus, maior número desde 2009.
Barros fez uma videoconferência com jornalistas na tarde desta sexta-feira (17). Ele afirmou que os dados deste ano serão estudados para saber quando começará o calendário no ano que vem. Para 2017, devem ser adquiridas mais doses do que as 44 milhões disponibilizadas neste ano.
Ricardo Barros Ministério da Saúde JG (Foto: Reprodução: TV Globo) 
Ricardo Barros em entrevista ao Jornal da Globo
(Foto: Reprodução: TV Globo)

Mortes por H1N1
Desde 2009, quando a pandemia do H1N1 matou mais de 2 mil pessoas no Brasil, o país não registrava um número tão alto de vítimas pelo vírus. Em 2016, 886 pessoas faleceram por H1N1. (veja o gráfico abaixo com os registros desde 2009)

De acordo com o médico Caio Rosenthal, infectologista do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, o vírus chegou “antes do previsto” e pegou todo mundo desprevenido, sem anticorpos.“Como a epidemia veio antes do esperado, a população vulnerável, ou seja, sem vacina, estava desprotegida”.

“Assim que a vacina começou a ser distribuída, os casos reduziram consideravelmente. Então, só posso imaginar que era uma população que estava sem anticorpo natural e vacinado”, completou Rosenthal.

Infográfico - Mortes por H1N1 no Brasil (Foto: G1) 
A antecipação da temporada de gripe no Brasil foi atípica, segundo especialistas. “O esperado seria ter o pico de casos no mês de julho. O que está acontecendo neste momento [em abril] é uma antecipação de circulação do H1N1”, disse a pediatra Lucia Bricks, diretora médica de Influenza na América Latina da Sanofi Pasteur.

Especialistas discutem várias hipóteses que podem explicar a antecipação da chegada do vírus, que vão desde fatores climáticos até o aumento de viagens internacionais que podem ter trazido o H1N1 que circulava no hemisfério norte. Não há uma explicação definitiva para a chegada precoce do vírus.

Ao todo, foram notificados 4.581 casos de síndrome respiratória aguda grave (SRAG) por influenza A/H1N1 em 2016. A SRAG é uma complicação da gripe. Em 2015, foram 141 casos de SRAG, em 2014, 465 casos e em 2013, 3.733 casos.

A pandemia de 2009
O registro de 2.060 mortes no Brasil em 2009 ocorreu quando a vacina ainda estava em desenvolvimento. Ela passou a ser aplicada em 2010, quando o governo brasileiro anunciou que iria imunizar 92 milhões de pessoas.

Em 2013, o Brasil também registrou outro pico da epidemia: foram 768 mortes.
O termo pandemia, a que se refere os registros da doença em 2009, é utilizado quando uma epidemia se espalaha ao redor do mundo.

A gripe A, causada pelo vírus H1N1, vitimou 18,5 mil pessoas entre abril de 2009 e agosto de 2010. Um estudo da época publicado pela revista médica “The Lancet Infectious Diseases" mostra que a pandemia foi mais mortal do que a Organização Mundial de Saúde (OMS) acreditava - o número de mortes foi até 30 vezes maior e que tenha ficado entre 151,7 mil e 575,4 mil.

O sudeste asiático e a África sofreram 59% de todos os óbitos atribuídos ao H1N1 - as regiões abrigam 38% da população mundial.

Número de mortes por H1N1 por estado em 2016
São Paulo: 402
Rio Grande do Sul: 105
Paraná: 72
Goiás: 46
Rio de Janeiro: 42
Santa Catarina: 28
Mato Grosso do Sul: 33
Espírito Santo: 26
Minas Gerais: 23
Bahia: 19
Pará: 21
Pernambuco: 14
Distrito Federal: 12
Paraíba: 9
Ceará: 8
Mato Grosso: 6
Rio Grande do Norte: 7
Alagoas: 5
Amapá: 4
Amazonas: 2
Maranhão: 1

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