sexta-feira, 3 de junho de 2016

2.6.16

Mais da metade das famílias não doam órgãos de parentes

Mais da metade das famílias recusa doar órgãos de parentes com diagnóstico de morte cerebral no Piauí, mas problema ocorre em todos os estados brasileiros

O médico Leonardo Borges de Barros e Silva, informa que os motivos para a recusa pela família são diversos: desde crenças religiosas que impedem a realização da doação até o desconhecimento e não aceitação da morte encefálica, o que faz muitos familiares acreditarem que a condição do ente querido com o corpo quente e o coração batendo seja um indicativo de que ele sobreviverá.

Mais da metade das famílias não doam órgãos de parentes
Mais da metade das famílias não doam órgãos de parentes

“Entretanto, o diagnóstico de morte encefálica – conhecida também como morte cerebral – é irreversível, ou seja, o paciente perde todas as funções que mantêm a sua vida, como a consciência e capacidade de respirar. O coração permanece batendo e os demais órgãos funcionando. Com exceção das córneas, pele, ossos, vasos e valvas do coração, é somente nessa situação que os órgãos podem ser utilizados para transplante”, observa o especialista.
Segundo dados do Ministério da Saúde, 853 pessoas estavam aguardando por um transplante no estado do Piauí em 2015. Do total de pacientes na fila de espera, 472 necessitavam da doação de um rim e 381 de um transplante de córneas. Durante o ano passado, 90 pessoas foram notificadas como potenciais doadores de órgãos no estado piauiense, mas somente 19 doaram algum órgão. Isso corresponde a apenas 5,9 doadores por milhão da população, contra 9,9 da região Nordeste e 13,9 do país. A alta taxa de recusa familiar (52%) tornou-se motivo de preocupação.

Autorização da doação de órgãos

O consentimento informado é a forma oficial de manifestação à doação. A retirada de tecidos, órgãos e partes do corpo de pessoas falecidas para transplantes ou outra finalidade terapêutica dependem da autorização do cônjuge ou parente maior de idade, obedecida a linha sucessória, firmado em documento subscrito por duas testemunhas presentes à verificação da morte.
“Evidentemente, a manifestação em vida da pessoa a favor da doação de seus órgãos e tecidos para transplante pode favorecer o consentimento após a morte, mas, de acordo com a lei, é a vontade da família que deve prevalecer”, explica o médico Leonardo Borges de Barros e Silva.desempenho da região Nordeste”, conta Maria de Lourdes de Freitas Veras, Coordenadora da Central de Notificação, Captação e Distribuição de Órgãos (CNCDO) do Piauí.

Gesto de herói

Com objetivo de conscientizar a população sobre a importância da doação de órgãos e, principalmente, colocar esse tema em pauta nas discussões familiares para reduzir a taxa de recusa, o Ministério da Saúde, em parceria com a Fundação Faculdade de Medicina da USP, realiza o Projeto “Gesto de Herói – o poder de doar vida”.

A exposição itinerante, que já passou pelas cidades de Rio Branco (AC), Manaus (AM) e Belém (PA), na região Norte do Brasil, acontecerá durante o ano de 2016 em mais sete capitais – contando com Teresina – nas regiões Nordeste e Centro-Oeste do país, onde a taxa de recusa familiar também é alta.

A partir do dia 3 de junho, o estande do Projeto ficará disponível por dez dias no Teresina Shopping, para que a população piauiense possa esclarecer as principais dúvidas relacionadas à doação e transplante de órgãos.

Além da exibição de depoimentos reais de familiares de doadores falecidos e transplantados, os visitantes contarão com painéis explicativos sobre o processo e, ainda, a presença de especialistas nessa temática para responder perguntas.

Com entrada gratuita, o Projeto “Gesto de Herói – o poder de doar vida” percorrerá ainda os estados de Goiás, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Paraíba, Rio Grande do Norte e Sergipe.
SERVIÇO

Projeto “Gesto de Herói – o poder de doar vida”

Quando: 3 a 12 de junho de 2016
Onde: Teresina Shopping - Av. Raul Lopes, 1000, Bairro dos Noivos - Teresina/PI
Realização: Ministério da Saúde e Fundação Faculdade de Medicina da USP

CNCDO Piauí
Coordenadora: Maria de Lourdes de Freitas Veras
Telefone: (86) 3221-7553 / 3216-3553
E-mail: cncdopi@saude.pi.gov.br

Fonte: Leonardo Borges de Barros e Silva, coordenador da Organização de Procura de Órgãos do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP)

Fonte: http://www.saudecomciencia.com/2016/06/familias-nao-doam-orgaos-de-parentes.html?utm_source=feedburner&utm_medium=feed&utm_campaign=Feed%3A+saudecomciencia+%28saudecomciencia%29

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