Após invasão no plenário, presidente da Câmara de Curitiba suspende votação do pacotaço
Servidores municipais contra o pacote de ajuste fiscal invadiram a Câmara por volta das 10h desta terça-feira (20). Votação foi suspensa pelo menos até segunda-feira (26).
O presidente da Câmara Municipal de Curitiba, Serginho do Posto (PSDB),
decidiu suspender, nesta terça-feira (20), a sessão que votaria quatro
projetos de lei do pacote de ajuste fiscal da prefeitura pelo menos até
segunda-feira (26). A decisão foi anunciada horas depois da invasão de servidores municipais no Plenário da Câmara.
Os projetos tramitam em regime de urgência e já tinham sido colocados
em pauta no dia 13 de junho, mas a sessão também foi suspensa após os
servidores ocuparem o prédio da Câmara. Os servidores são contra as
propostas. Por conta disso, a categoria está em greve desde o dia 12 e já fez várias manifestações em frente à Câmara.
Com o tumulto, quatro manifestantes se feriram, de acordo com os bombeiros. Além disso, uma pessoa foi presa.
Dos feridos, três foram atendidos no local e um foi encaminhado ao
hospital com ferimentos moderados.
Policiais usam cacetetes e spray de
pimenta para conter manifestantes.
"Caí ali na escada, os caras me deram uma porretada na cabeça", disse o
servidor João Carlos Filla, que foi quem teve os ferimentos
considerados moderados pelo Corpo de Bombeiros.
No fim da manhã, Serginho do Posto lamentou a situação.
Veja quais são as propostas que tramitam em regime de urgência:
- Criação da Lei de Responsabilidade Fiscal do município
- Renegociação de dívidas da prefeitura com credores
- Congelamento do plano de carreira dos servidores
- Mudanças no sistema previdenciário municipal
Entenda sobre o pacote de ajuste fiscal
O pacote fiscal, conhecido como "pacotaço", é formado por 12 propostas e
é alvo de polêmica, uma vez que as mudanças, se aprovadas, devem afetar
mais de 30 mil servidores que ainda trabalham e outros 16 mil
aposentados e pensionistas.*Confira, no final da reportagem, quais são os projetos.
Segundo a prefeitura, as medidas do projeto de ajuste fiscal são necessárias para manter o equilíbrio nas contas públicas.
Das 12 propostas, sete foram aprovadas apenas pela Comissão de
Legislação, Justiça e Redação. Das sete, três ainda precisam ser
analisadas por outras comissões, antes da apreciação em Plenário.
Os quatro projetos, que vão para a votação em Plenário, já foram
aprovados pela Comissão de Economia e pela Comissão de Legislação,
Justiça e Redação.
Projetos com parecer favorável na Comissão de Legislação
A Comissão de Legislação, Justiça e Redação da Câmara de Vereadores já votou e aprovou sete projetos:
- O projeto de lei que altera a contribuição dos servidores no Instituto de Previdência do Município de Curitiba (IPMC)
- Leilão de dívidas públicas acima de R$ 200 mil
- Mudanças no Imposto Sobre a Transmissão de Bens Imóveis (ITBI)
- A proposta que desvincula taxa de coleta de lixo do Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU)
- Cadastro Informativo Municipal (Cadin)
- Criação do Documento Eletrônico Certificado (DEC)
- O texto que altera o programa "Boa Nota Fiscal"
Confira os assuntos abordados no Plano de Recuperação proposto pela Prefeitura de Curitiba
- Alteração na contribuição dos servidores no Instituto de Previdência do Município de Curitiba (IPMC)
- Criação de um regime de previdência complementar, com fixação de um limite para pagamento de aposentadorias e pensões que corresponde ao valor pago pelo Regime Geral de Previdência Social (teto do INSS);
- Leilão de dívidas públicas acima de R$ 200 mil;
- Criação do "Domicílio Eletrônico do Contribuinte" - uma espécie de certificação digital para o cidadão se relacionar com o Executivo;
- Criação de um "Cadastro Informativo Municipal" (Cadin Municipal) para identificar quem deve dinheiro ao Executivo;
- Alterações no Programa "Boa Nota Fiscal", que será chamado de "Nota Curitibana" e passaria a premiar, em sorteios, o tomador de serviços e as empresas que utilizam a NFS-e (Nota Fiscal de Serviços Eletrônica);
- Desvinculação da taxa de coleta de lixo ao IPTU;
- Mudanças no ITBI com aumento da alíquota transmissão de bens imobiliários de 2,4% para 2,7% para imóveis financiados até R$ 300 mil;
- Alteração de alíquotas cobradas pelo município;
- Mudanças no plano de carreira e na data-base dos servidores municipais;
- Criação da Lei de Responsabilidade Fiscal Municipal;
- Estabelecimento de uma nova meta fiscal - a proposta altera a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e admite um déficit orçamentário em 2017 de R$ 2,1 bilhões.
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