Como evitar o ressecamento da pele no inverno
O
inverno está chegando e às vezes provoca problemas incômodos na pele
das pessoas mais velhas. O clima frio e seco pode deixá-la ressecada, o
que exige hidratação extra. Para tirar dúvidas sobre o assunto,
conversei com médica dermatologista Michele Haikal, especialista em
medicina antienvelhecimento e membro do Colégio Ibero Latino-americano
de Dermatologia.
Quais são as principais características do processo de envelhecimento da pele?
Dra. Michele Haikal:
Há um afinamento da epiderme, com a consequente aproximação da derme e
maior exposição dos capilares. Por isso as pessoas costumam dizer que
sua pele está fina como papel, e a chance de se ferir aumenta. Há também
uma diminuição dos proteoglicanos, que são as proteínas que formam os
géis e são responsáveis por regular a estrutura da pele. Na falta dos
proteoglicanos, o resultado é a flacidez, o ressecamento e o
pregueamento da pele.
Embora
este seja um processo irreversível, o que se pode fazer para
retardá-lo? Ou seja, quais são os aliados da pele e quais são seus
piores inimigos?
Dra. Michele Haikal: Manter
a parte hormonal equilibrada é um excelente aliado da pele, assim como a
suplementação adequada de acordo com os exames, que devem ser
regulares. Os maiores inimigos da pele são sol, cigarro, toxinas (como
por exemplo o mercúrio, o alumínio e os radicais livres), além de
alimentos inflamatórios, como glúten, leite e derivados. O ideal é ter
uma alimentação balanceada e à base de produtos orgânicos, sem
agrotóxicos.
Quais
são os problemas de pele mais frequentes no inverno, que podem afetar
pessoas em todas as faixas etárias, mas tendem a ser mais severos em
idosos?
Dra. Michele Haikal: As
dermatites atópicas são mais recorrentes no inverno, mas não são comuns
na idade senil. A xerose é mais grave nos idosos e ocorre devido ao
ressecamento excessivo da pele, que pode chegar a descamar. Por isso,
nesta etapa da vida, é preciso usar um hidratante mais clínico e menos
perfumaria, que pode ser à base de emolientes e umectantes, ou seja,
substâncias que impedem a perda da água. Os produtos mais oleosos e com
vitamina E, juntamente com substâncias que puxam a água de camadas mais
profundas – como o ativo aquaporine – são os mais indicados. Para manter
a pele hidratada, o ideal é usar o produto pelo menos uma vez por dia,
no corpo todo, após o banho. Outro item importante é a temperatura da
água. Muito quente, ela não faz bem à pele, mas deve-se evitar a água
fria no inverno, porque é estressante para o organismo. O sabonete
também tem que ser adequado: o ideal é ser líquido, com uma base oleosa,
porque assim, em vez de remover a camada protetora da pele (camada
lipídica), vai limpar e contribuir para a hidratação.
O
câncer de pele é o mais frequente no Brasil e, de acordo com o Inca,
corresponde a 30% dos tumores malignos detectados no país. Que sinais e
sintomas devem levar o paciente a procurar imediatamente o
dermatologista?
Dra. Michele Haikal: Lesões
rosadas que não cicatrizam, em áreas expostas, devem ser levadas ao
dermatologista. Sinais que se modificam ou crescem muito, com grande
variedade de cor, bordas irregulares e assimetria, também devem ser
examinados.
Foto: Dra. Michele Haikal / Divulgação

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