Segunda-feira, 12/06/2017, às 07:54,
por Dra. Ana Escobar
Qual a novidade em relação ao Teste do Pezinho?
Você
pode se fazer esta pergunta ao ler este texto. Afinal, quase todo mundo
sabe o que é o teste do pezinho: é um teste feito na maternidade, nos
primeiros dias de vida, no pezinho do bebê, para diagnosticar
precocemente algumas doenças. Tudo certo. Mas não é só isso. É muito
mais. Vamos entender a real dimensão e importância deste teste para o
futuro da vida do bebê que acaba de nascer.
Quantos tipos de Teste do Pezinho existem?
Há 3 tipos de testes do pezinho: o Básico, o Ampliado e o Super. O Básico detecta 6 importantes doenças. É gratuito e é um direito de todos. O Ampliado detecta 10 doenças e o Super
detecta até 48 doenças. Os testes ampliado e o super não são gratuitos e
têm suas indicações específicas, orientadas pelo médico, para algumas
famílias. Todos estes testes são realizados pela APAE de São Paulo.
O Teste do Pezinho é um direito de todo bebê?
Sim.
TODO bebê deve colher o sangue para fazer o teste. É um direito
adquirido, posto que a qualidade de vida futura daquela pessoa que acaba
de nascer pode depender do resultado do teste. Importante saber que é
um dever dos pais garantir este teste para seus filhos. Algumas doenças
detectadas pelo teste podem levar à deficiência intelectual se forem
diagnosticadas tardiamente. O diagnóstico precoce dá à criança a
possibilidade de tratamento antes que o quadro se estabeleça. Por isso é
um direito adquirido de todo bebê que nasceu.
O teste do pezinho é feito no sangue ou no pezinho?
Em
ambos. Isso significa que o teste é feito com uma gota de sangue que é
colhida em um “furinho” feito por uma agulha no calcanhar do bebê. A
gota de sangue que sai do “furinho” é absorvida em um papel filtro tipo
“mata–borrão”. Este “papel filtro” com o sangue do bebê é então
encaminhado para o laboratório, onde é analisado.
O teste do pezinho pode ser feito em qualquer época?
NÃO. E isso é muito importante. O teste deve ser colhido entre o 2º e o 5º dias de vida do bebê.
É essencial que este período de coleta seja respeitado. Quanto mais
rápido o diagnóstico das doenças que o teste do pezinho pode detectar,
melhor para o futuro e a saúde do bebê.
Porque o teste deve ser feito entre o 2º e o 5º dias de vida?
Muitas
das doenças detectadas no Teste do Pezinho levam à deficiência
intelectual. A chance de detecção destas doenças é maior até o quinto
dia de vida. A deficiência intelectual pode acontecer se aquele bebê
receber, por exemplo, tipos específicos de nutrientes que podem
prejudicar o desenvolvimento do seu cérebro. Estes nutrientes devem
ser excluídos definitivamente de sua alimentação. Por isso, quanto antes
o tratamento for corretamente indicado, menor o comprometimento do bebê
e, consequentemente, do futuro adulto.
E os bebês que não fizeram o Teste do Pezinho na maternidade?
Bebês
que nasceram em casa ou que por quaisquer razões não realizaram o teste
na Maternidade devem ser levados por seus pais ou responsáveis, de
preferência entre o segundo e quinto dias de vida, a um posto de coleta.
Importante lembrar que depois do sétimo dia de vida a chance de
detecção destas doenças diminui bastante.
O teste do meu filho veio positivo. E agora?
Em
primeiro lugar, é importante salientar que aproximadamente 3 a 5% dos
testes são positivos na primeira coleta, posto que muito fatores podem
interferir nos resultados como, por exemplo, receber antibióticos nos
primeiros dias de vida. Por isso, muitas crianças são reconvocadas para
uma segunda coleta. Se, no entanto, o teste confirmar positivo, o bebê
deve ser encaminhado para ambulatórios especiais ou centros de
referência, onde a família receberá todas as orientações necessárias.
Importante
saber que doenças precocemente detectadas no Teste do Pezinho tem
prognóstico excelente desde que tratadas precocemente.
O Teste
do Pezinho é um direito de toda criança que nasce e um dever dos pais.
Quem não realiza o teste pode estar condenando o próprio filho a uma
vida de restrição intelectual irreversível, que poderia ser evitada.
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