quarta-feira, 18 de novembro de 2015

18/11/2015 05h00 - Atualizado em 18/11/2015 05h00

Detecção de zika no líquido amniótico feita pela Fiocruz é inédita na ciência

Exame foi feito em 2 gestantes com fetos diagnosticados com microcefalia.
Testes feitos por Inst. Oswaldo Cruz tiveram resultados divulgados nesta 3ª.

 Análise de amostras de líquido amniótico das gestantes foi feito em Laboratório de Flavivírus do Instituto Oswaldo Cruz  (Foto: Gutemberg Brito/IOC/Fiocruz/Divulgação) 

Análise de amostras de líquido amniótico das gestantes foi feito em Laboratório de Flavivírus do Instituto Oswaldo Cruz (Foto: Gutemberg Brito/IOC/Fiocruz/Divulgação)

A descoberta feita pelo Laboratório de Flavivírus do Instituto Oswaldo Cruz (IOC-Fiocruz) de que o zika vírus é capaz de atravessar a barreira placentária e chegar até o líquido amniótico, fluido que envolve o feto durante a gravidez, é inédita na ciência mundial.
Resultados de testes feitos no líquido amniótico de duas gestantes que tiveram contato com o zika vírus e cujos bebês foram diagnosticados com microcefalia por exames de ultrassonografia foram divulgados nesta terça-feira (17) em coletiva de imprensa convocada pelo Ministério da Saúde. Na ocasião, representantes da pasta disseram que a expansão de casos de zika vírus é a "principal hipótese" para explicar aumento da ocorrência de microcefalia no Nordeste.
“Em termos científicos, a descoberta é extremamente relevante. Foi a primeira vez no mundo que se detectou a presença do zika em líquido amniótico”, diz Rodrigo Stabeli, vice-presidente de Pesquisa e Laboratórios de Referência da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
Ele explica que, como o vírus é muito novo em termos epidemiológicos (os primeiros casos no Brasil foram identificados em abril deste ano), ainda não se sabia se ele teria a capacidade de atravessar a barreira placentária durante a gestação. “A placenta é uma barreira natural que previne infecções por vírus e bactérias. Os testes mostraram que o zika tem a capacidade de atravessar essa barreira importante e se concentrar no ambiente gestacional no interior da placenta.”
Zika vírus e microcefalia
Com esse resultado, é possível afirmar que a microcefalia aconteceu concomitantemente à infecção do zika vírus no ambiente em que o feto está sendo gerado. “Como esse vírus tem uma manifestação importante no sistema nervoso, isso é uma forte evidência de que o vírus possa estar relacionado com a microcefalia, mas ainda é preciso olhar para mais casos e explorar novas correlações para confirmar esse achado", observa Stabeli.
Segundo Stabeli, a descoberta também ajuda na compreensão da biologia e do desenvolvimento do vírus e traz informações importantes que podem ser usadas no combate das infecções virais por zika.
Outro achado interessante foi que, nas duas gestantes, o vírus não estava mais presente em amostras de sangue e de urina, o que significa que o vírus, além de ter entrado no ambiente placentário, tinha conseguido permanecer neste ambiente enquanto já tinha sido eliminado no resto do organismo da gestante.
Método de detecção
Para confirmar a presença do zika no líquido amniótico, as amostras coletadas nas gestantes foram submetidas a um método chamado PCR (sigla para reação em cadeia da polimerase, em inglês). Essa técnica permite amplificar o material genético do vírus presente na amostra, para que ele se torne detectável. Em seguida, foi feito um sequenciamento parcial do genoma do vírus, o que permitiu identificar que trata-se do zika originário da Ásia, e não da África.
Um dos problemas a serem enfrentados em relação ao surgimento de casos de zika vírus no país é que, diferentemente do que ocorre com a dengue, por exemplo, ainda não há um teste padrão para diagnosticar a doença. “Como o zika é novo, não temos uma padronização nos testes. Para se ter certeza do diagnóstico, é preciso usar a técnica de PCR, que é complexa e não está disponível no mercado”, diz o pesquisador.
No Brasil, somente três unidades da Fiocruz, além do Instituto Evandro Chagas, órgão vinculado ao Ministério da Saúde no Pará, têm a capacidade de fazer esse exame.
“Esses laboratórios têm a missão de desenvolver um método melhor de diagnostico para suprir esse problema epidemiológico. A Fiocruz está preocupada em desenvolver metodologias que possam fazer testes mais confiáveis e menos complexos”, diz Stabeli
Fonte: http://g1.globo.com/bemestar/noticia/2015/11/deteccao-de-zika-no-liquido-amniotico-feita-pela-fiocruz-e-inedita-na-ciencia.html 


18/11/2015 às 12h53 (Atualizado em 18/11/2015 às 15h14)

Rio torna obrigatória a notificação de grávidas com sintomas de zika

No Brasil, já há 399 casos de bebê com microcefalia e vírus é suspeito de provocar malformação
 
A secretaria informa que prepara campanha de prevenção e combate a focos do mosquito Aedes aegypti EDMAR MELO/JC IMAGEM/ESTADÃO CONTEÚDO
A Secretaria de Estado de Saúde do Rio tornou obrigatória a notificação de grávidas com manchas vermelhas na pele. Os casos devem ser informados à SES em até 24 horas depois de a paciente ter procurado o atendimento médico. A medida foi tomada depois que o Ministério da Saúde reconheceu surto de microcefalia em bebês do Nordeste. Dois exames de fetos identificaram a presença do zika vírus, conforme revelou o jornal O Estado de S.Paulo, o que reforça a hipótese de a microcefalia ser consequência de infecção pelo zika.
De acordo com a resolução, a notificação deverá ser feita por telefone, e-mail e formulário online, e vale tanto para instituições públicas quanto particulares  desde postos de saúde, hospitais, consultórios médicos a secretarias municipais de saúde.
"A medida visa traçar o mapa epidemiológico do Estado para melhor analisar casos de zika vírus e eventual relação entre a doença e o nascimento de bebês com microcefalia e, assim, auxiliar em políticas públicas de vigilância para preveni-los", informou a secretaria, em nota divulgada nesta quarta-feira (18). A resolução leva em conta, ainda, que em alguns casos de microcefalia relatados no Nordeste, as grávidas apresentaram manchas vermelhas.
"Esse fato pode estar associado a diversas condições clínicas, incluindo doenças infecciosas. Portanto, a necessidade de estabelecer um protocolo de vigilância e adotar medidas de prevenção e controle".
A secretaria informa que prepara campanha de prevenção e combate a focos do mosquito Aedes aegypti, transmissor do zika vírus, da dengue e também da chikungunya.
Até agora, o Ministério da Saúde registrou 399 casos de microcefalia. Pernambuco é o Estado com maior número de diagnóstico da má-formação, 268. O bebê com microcefalia nasce com crânio menor que o tamanho normal. Isso pode ocorrer por fatores como desnutrição materna, uso de drogas e também por infecções adquiridas pela mãe durante a gravidez, como toxoplasmose, rubéola e citomegalovírus. A microcefalia pode provocar atraso no desenvolvimento neurológico, problemas de audição, visão, sequelas motoras. Não é possível reverter a microcefalia, mas é possível melhorar o desenvolvimento e a qualidade de vida da criança, com fisioterapia, tratamento fonoaudiológico e terapia ocupacional.
Fonte: http://noticias.r7.com/saude/rio-torna-obrigatoria-a-notificacao-de-gravidas-com-sintomas-de-zika-18112015

19/11/2015 10h55 - Atualizado em 19/11/2015 16h32

'Não muda em nada o amor', diz casal que adotou criança com microcefalia

Menino foi adotado com 1 mês de vida e só depois foi descoberto problema.
Foram confirmados no Piauí 10 casos de microcefalia em apenas um mês.

Vicente Oliveira, Jeane Rodrigues e o filho João Vinicius (Foto: Ellyo Teixeira/G1) 

Vicente Oliveira, Jeane Rodrigues e o filho João Vinicius (Foto: Ellyo Teixeira/G1)

João Vinicíus Alves, 3 anos, foi diagnosticado aos três meses de vida com microcefalia, uma anomalia caracterizada por um crânio de tamanho menor que a média. A notícia pegou de surpresa os pais do garoto, que o adotaram quando ele tinha apenas um mês de nascido.
O diagnóstico da microcefalia veio acompanhado ainda de outra constatação: João era portador de autismo e com o passar do tempo foi apresentando crises epiléticas, sequela que, conforme os médicos, pode se manifestar em algumas crianças vítimas da anomalia.
Para Vicente Oliveira e Jeane Rodrigues, pais adotivos do garoto, a doença não mudou em nada o amor e carinho pelo filho. Pelo contrário. O casal logo fez um plano de saúde e agora a rotina diária se divide entre os cuidados com João e as atividades do pequeno restaurante que eles mantém na própria casa no bairro Aeroporto, Zona Norte de Teresina.
“A mãe biológica me entregou o bebê e após os procedimentos judiciais sumiu e nunca mais apareceu. A partir daquele dia eu passei a ter uma criança para chamar de filho. Só depois de três meses descobrimos que o menino tinha microcefalia, mas isso não mudou em nada nossa vida, ou seja, só aumentou nosso amor e carinho por ele”, falou Jeane.
João é acompanhado por um fonoaudiólogo, fisioterapeuta e ainda pelo neurologista. As sessões acontecem duas vezes por semana e o pequeno ainda faz uso de quatro tipos de medicação. Tudo faz parte do tratamento para melhorar o desenvolvimento e qualidade de vida, já que a microcefalia é uma doença irreversível.
Vicente e Jeane garantem que mesmo diante de algumas dificuldades a família vive feliz. Para eles, os pais não devem encarar a doença como um problema, mas como uma oportunidade que a vida está dando para que demonstrem dedicação, doação e parceria com uma criança igual às outras, mas que necessitará de mais atenção.
Vicente Oliveira e João Vinícius  (Foto: Ellyo Teixeira/G1) 
Vicente Oliveira e o pequeno João Vinícius, de 3 anos (Foto: Ellyo Teixeira/G1)
 
“Acreditamos que o João foi enviado por Deus, pois mesmo com microcefalia ele vive normalmente. É uma criança ativa, inteligente e carinhosa com todos. Sempre soubemos que poderíamos viver normalmente e que isso não seria um problema. Amamos o nosso filho e daremos todo o carinho para ele”, falou Vicente.
Casos no Piauí
A Secretaria Estadual de Saúde (Sesapi) confirmou o registro de 27 casos de microcefalia em recém-nascidos no Piauí em 2015, sendo 10 casos registrados apenas nas últimas três semanas. O aumento no número de casos foi de 350% comparando com os registros do ano passado quando foram confirmados apenas seis.
Diante da alta incidência de bebês nascendo com essa anomalia, a Sesapi instituiu em parceria com outros órgãos como a Universidade Federal do Piauí (UFPI), Fundação Municipal de Saúde (FMS), Maternidade Dona Evangelina Rosa (MDER), Maternidade Santa Fé, Ciamca, Laboratório Central do Estado (Lacen) e Ministério da Saúde, o Comitê de Operações de Emergência em Saúde-Microcefalia.
O aumento significativo do número de casos no Nordeste fez o Ministério da Saúde decretar recentemente emergência em saúde pública.
Pernambuco, Rio Grande do Norte e Paraíba também relataram preocupação com os últimos dados.
As causas ainda estão sendo investigadas. Uma das hipóteses relaciona o aumento de casos a infecções por zika vírus - vírus que foi identificado pela primeira vez no país em abril deste ano.
Segundo documento divulgado pela Secretaria de Vigilância em Saúde da Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco (SEVS/SES-PE), parte das mulheres que tiveram bebês com microcefalia apresentaram erupções na pele durante a gravidez. Apesar de este ser um dos sintomas do zika vírus, não há evidências suficientes para associá-lo à microcefalia, de acordo com o órgão.
Como saber se o bebê tem microcefalia?
A microcefalia é diagnosticada quando o perímetro da cabeça é igual ou menor do que 33 cm – o esperado é que bebês tenham pelo menos 34 cm. Mas atenção: isso vale apenas para crianças nascidas a termo (com 9 meses de gravidez). No caso de prematuros, esses valores mudam e dependem da idade gestacional em que ocorre o parto.
O que causa a microcefalia?
Na maior parte dos casos são infecções adquiridas pela mãe, especialmente no primeiro trimestre da gravidez, que é quando o cérebro do bebê está sendo formado. Toxoplasmose, rubéola e citomegalovírus são alguns exemplos.
Outros possíveis causadores são abuso de álcool e drogas ilícitas na gestação e síndromes genéticas como a síndrome de down.
microcefalia jornal hoje (Foto: Tv Globo) 
Anomalia é diagnosticada quando perímetro da cabeça é igual ou menor do que 33 cm (Foto: Tv Globo) 


Edição do dia 26/11/2015
26/11/2015 10h41 - Atualizado em 26/11/2015 11h30

Entenda o que é a microcefalia e como se proteger do surto

É a primeira vez que o país declara emergência internacional de saúde pública e o surto da doença é inédito no mundo. 

Brasil declara Emergência Internacional de Saúde Pública devido ao surto de Microcefalia.
O Bem Estar desta quinta-feira (26) falou sobre como se proteger do surto de microcefalia que o Brasil vive com o presidente da Sociedade Brasileira de Genética Médica Caio Rosenthal e com a neuropediatra Vanessa van der Linden. É a primeira vez que o país declara emergência internacional de saúde pública e o surto é inédito no mundo.
Entenda a microcefalia
A microcefalia é um quadro em que bebês nascem com o cérebro menor do que o esperado (perímetro menor ou igual a 33 cm para bebês a termo) e que compromete o desenvolvimento da criança em 90% dos casos. As causas exatas do surto no Brasil ainda estão sendo investigadas. O principal suspeito é o Zika vírus, de origem africana e primo do vírus da dengue. Ele circula no país desde maio do ano passado e uma das hipóteses é que chegou aqui junto com turistas que vieram para a Copa do Mundo. Os casos de microcefalia coincidem com áreas em que o vírus circulou no ano passado.
Microcefalia por Zika vírus
Os cientistas têm feito um trabalho de detetive. Primeiro descartaram causas genéticas, porque a mudança no padrão epidemiológico se deu de uma hora para outra. Depois, foram atrás do que mudou na região e então voltaram a atenção para os casos de Zika vírus, novidade de 2014. A hipótese é que o vírus, primo da dengue e transmitido também pelo Aedes aegypti, atravessaria a barreira placentária e entraria no corpo da criança prejudicando a formação do cérebro. As tomografias feitas pelos cientistas indicaram sinais de infecção viral no cérebro em alguns casos e também foram achados sinais do Zika vírus em exames do líquido amniótico, em bebês que ainda estavam na barriga, e no líquido cefalorraquidiano, naqueles que já nasceram.
Conhecendo o Zika
O vírus Zika é transmitido especialmente por mosquitos infectados, principalmente o mosquito da dengue. A maioria das pessoas não tem sintomas, mas quando surgem são principalmente erupções na pele, olhos vermelhos e dores no corpo. Eles desaparecem em até uma semana, em geral.
Prevenção
Todo mundo pode colaborar na prevenção, principalmente lutando contra o acúmulo de água e lixo que atraem mosquitos. É hora de também colocar tela na casa e usar mosquiteiro. E abusar do repelente, seguindo as orientações do rótulo. Quem está pensando em engravidar, deve levar essa situação em conta e quem já espera o bebê deve tomar cuidado com picadas de mosquito, mesmo que já esteja em fase adiantada de gestação.
Recomendações do Ministério da Saúde específicas para grávidas:
•         Atualizar as vacinas de acordo com o calendário vacinal do programa nacional de imunização do Ministério da Saúde
•        Atenção sobre a natureza e a qualidade daquilo que se ingere (água, alimentos, medicamentos), consome ou se tem contato, principalmente sobre a ação desses produtos no desenvolvimento do bebê.
•        Proteger-se das picadas de insetos, evitando horários e lugares com presença de mosquitos e, sempre que possível, utilizar roupas que protejam o corpo. Consultar o médico sobre o uso de repelentes e verificar atentamente no rótulo a concentração do produto e definição da frequência do uso para gestantes. Além disso, telas de proteção, mosquiteiros e ar-condicionado também são medidas de proteção.
•       Se houver qualquer alteração no estado de saúde, principalmente no período até o quarto mês de gestação, comunicar aos profissionais de saúde.
Fonte: http://g1.globo.com/bemestar/noticia/2015/11/entenda-o-que-e-microcefalia-e-como-se-proteger-do-surto.html    

27/11/2015 às 17h33 (Atualizado em 27/11/2015 às 18h02)

'Já vi muitas epidemias, mas nada assim', diz médica sobre microcefalia

Especialista diz que há superlotação em hospitais no Nordeste por conta do número de casos
 
No Brasil, já são mais de 700 casos notificados em 160 municípios de nove Estados, especialmente da região Nordeste EDMAR MELO/JC IMAGEM/ESTADÃO CONTEÚDO 
A infectologista pediátrica pernambucana Maria Angela Rocha, de 67 anos, acompanhou desde o início a epidemia de microcefalia que agora assusta o país. Ela é coordenadora do setor do Hospital Universitário Oswaldo Cruz, em Recife, que tem concentrado a maior parte do atendimento aos bebês com a má-formação no Estado.
Pernambuco, que já tem quase 500 casos notificados neste ano, foi o primeiro Estado a avisar oficialmente o Ministério da Saúde sobre o problema, que tem sido associado ao zika vírus, transmitido pelo mosquito aedes aegypti, responsável também pela dengue. No Brasil, já são mais de 700 casos notificados em 160 municípios de nove Estados, especialmente da região Nordeste.
Confira o depoimento da médica:
"O serviço que coordeno é um serviço de referência em infecções congênitas. Para nós, tudo começou no finalzinho de agosto e começo de setembro. Nos últimos dias de agosto começaram a chegar três, quatro casos (de bebês com microcefalia) encaminhados por neurologistas. Antes, passávamos meses sem ver um caso. O Estado tinha uma média de nove casos por ano.
Ficávamos nos perguntando: 'o que será que está acontecendo?'. Mas quando, no final de setembro, começou a aumentar a procura, foi quase desesperador. Nos chocou, porque todo dia chegavam casos. Tomamos consciência de que a coisa tinha uma proporção que não estávamos esperando. No dia 27 de outubro, fizemos a notificação ao Estado e ao Ministério da Saúde.
Nosso ambulatório já estava lotado e agora está superlotado, porque em princípio temos que acolher todas as crianças. E como somos um serviço de referência, há muitas.
O Estado está descentralizando o atendimento também para três cidades no interior, mais distantes, que poderão seguir o protocolo que estamos seguindo e fazer os mesmos exames. Apesar das suspeitas (de associação com o zika vírus), temos que fazer uma investigação bem isenta.
Esses casos normalmente vêm para nós para sabermos qual o agente causador e acabam sendo acompanhados pelos neurologistas. E agora, dos 487 casos notificados em Pernambuco, estamos avaliando cerca de 100 no momento. Nossa equipe toda está envolvida.
Quando os bebês nascem, os médicos que fazem o primeiro atendimento na maternidade medem o perímetro encefálico (medida de contorno da cabeça da criança em sua parte maior), peso, comprimento, etc. E tudo isso fica marcado na carteirinha do bebê.
Consideramos microcefalia o perímetro igual ou menor do que 33 cm. O normal para um bebê recém-nascido é entre 34 cm e 37 cm, a depender da idade gestacional (em que semana da gestação o bebê nasce).
Quando o pediatra alerta que a criança está com a cabeça menor do que esperada para a idade, ele encaminha para nós. Mas também há muita demanda espontânea. Mães que não tinham percebido problemas e, quando viram as comunicações do Estado, vieram nos procurar.
Isso porque inicialmente estas crianças estão passando bem, não ficam internadas. Elas estão mamando e ativas.
Crianças com cabeças no limite de 33 cm podem não ter lesões. Isso é a tomografia que vai definir. Geralmente, as que têm um perímetro abaixo de 32 cm têm.
Cicatrizes no cérebro
A primeira coisa que fazemos é conferir a cabeça da criança e conversar com a mãe, detalhar como foi o parto, se ela usou drogas lícitas ou ilícitas, medicamentos, se fumou, se teve alguma doença, etc. Em paralelo, pedimos a tomografia e os exames de sangue da criança. A partir daí avaliamos os resultados.
A tomografia é a 'foto' do que aconteceu com o cérebro. Quando ocorre um processo de infecção, que é o que suspeitamos – geralmente entre o primeiro e o quarto mês de gestação –, o agente causador da infecção provoca um processo inflamatório que deixa cicatrizes no cérebro do bebê, que são as calcificações.
É como se essas calcificações – que podem ser maiores ou menores e estar em vários lugares do órgão – prendessem o cérebro. Aquelas áreas estão mortas, calcificadas. O cérebro não consegue crescer bem, cresce desorganizadamente, e outros problemas em sua estrutura aparecem. Quanto mais calcificações, mais desorganizado é este crescimento.
Estamos vendo tomografias muito alteradas, com calcificações extensas. Mas pode haver áreas do cérebro mais afetadas que outras. É por isso que cada criança vai ter um comprometimento a depender de como esse cérebro foi atingido.
Por isso, a criança precisa ser acompanhada por um neurologista por toda a vida. As que têm comprometimentos mais importantes podem ter convulsões de difícil controle, precisam tomar medicações específicas.
De qualquer forma, elas terão algum grau de comprometimento, mesmo que seja menor. Também podem ter coisas graves, como não falar, não andar e ter todo o desenvolvimento psicomotor alterado.
O importante é a estimulação precoce. Na hora em que ela é diagnosticada, precisa ser acompanhada não só pelo neurologista, mas também ir para a fisioterapia, fonoaudiologia. Pode haver áreas do cérebro que não estão tão lesadas e, com estímulo, se consegue muita coisa.
Mas as famílias vão ter que lidar com isso a vida inteira, com maior ou menor intensidade.
Quanto menor for perímetro encefálico, já entendemos que mais lesões aconteceram, que o cérebro foi atingido precocemente e não conseguiu crescer. Temos muitas crianças com a cabeça bem pequena: 27 cm, 28 cm, 29 cm. Ainda não temos todos os exames, mas pela nossa observação, a maioria parece estar entre 28 cm e 30 cm.
'Geração prejudicada'
Assumi o serviço de infectologia (do HUOC) há mais de 20 anos. Já vi a pólio lá atrás, o cólera, o (vírus da gripe) H1N1, surtos de difteria e de sarampo. Mas não vi nada desse jeito e com essas consequências, é bem inusitado.
São sequelas importantes e nas quais não conseguimos interferir muito. Quando a gente vê a microcefalia, tenta estimular (a criança) e diminuir o processo, mas é diferente de um surto de sarampo, em que é possível bloquear com vacina, e do cólera, em que podíamos tratar o vibrião. Lógico que era difícil, pessoas morriam, mas tínhamos maneiras mais eficientes de conter.
Se realmente houver ligação com o vetor (mosquito que transmite a doença), a dificuldade de combater é muito grande, sem uma vacina específica. Isso me causa muita preocupação. Sabemos dificuldade que temos de combater vetor no Brasil. A dengue até hoje não conseguimos.
Agora, uma geração está prejudicada, com sequelas. É uma coisa muito séria. E a gente sabe dos problemas emocionais, sociais e econômicos que isso vai causar, da repercussão disso durante muito tempo e, para aquelas famílias, durante toda a vida da criança.
Para nós, que estamos ali no dia a dia, conviver com a angústia dessas famílias causa stress.
É muito difícil conversar e explicar para as mães – e temos mães com graus diferentes de entendimento, níveis educacionais diferentes. Mas no momento em que elas compreendem o problema, vemos o que isso causa.
Como as crianças, no início, estão ativas, algumas dizem: 'Mas a cabecinha dele vai crescer, depois ele fica normal'. Mas na hora em que esse cérebro for solicitado para determinadas funções, ele vai ter limitações.
Temos que explicar, com cuidado, que essa criança vai precisar de cuidados especiais, de voltar com frequência às consultas.
Várias vezes me pego emocionada, especialmente pelas histórias que ouvimos. Alguns pais contam que tinham esperado bastante tempo para engravidar, para poder oferecer as melhores condições ao filho.
Independente do sexo da criança, toda mãe quer que o filho seja saudável. Tem mães que se apegam, dizem que agora é que vão gostar mais. E outras ficam chocadas no primeiro momento, não sabemos como vai ser a aceitação delas na hora em que as limitações da criança começarem a aparecer.
É difícil para mães de qualquer nível econômico. Algumas terão mais impacto financeiro, mas emocionalmente é ruim para todo mundo, independente do dinheiro.
Estava até dizendo (para colegas) que, sendo infectologistas pediátricas há muito tempo, a gente já viu muita coisa, mas de repente vem uma coisa dessas. A gente tem que esfriar a cabeça e ter o equilíbrio para se comunicar com essas pessoas, tentar transmitir tranquilidade, mas é ruim.
No primeiro momento, ficamos emocionalmente abaladas. Temos que respirar e sentar porque conviver com essa situação e partilhar dessa angústia das famílias não está sendo fácil."
Entenda o caso
Os casos suspeitos de microcefalia no Brasil passaram de cerca de 150 por ano para 739 em 2015 – até o dia 21 de novembro. De acordo com o Ministério da Saúde, há notificações (casos ainda não confirmados) em 160 municípios de nove Estados, principalmente no Nordeste. A maior parte delas está em Pernambuco.
Nas últimas semanas, o ministério declarou situação de emergência e recomendou cautela a mulheres que pretendem engravidar.
Segundo a infectologista Maria Angela Rocha, a microcefalia é uma má-formação não muito frequente, que pode ocorrer por alterações genéticas ou ser causada por infecções contraídas pela gestante entre o primeiro e o quarto mês de gravidez.
"O que estamos vendo aqui são casos em que os bebês foram formados corretamente, mas houve uma infecção no período de gravidez. As tomografias mostram características de processos infecciosos", afirmou.
A principal possibilidade investigada pelos pesquisadores brasileiros é a relação com a epidemia de zika, que ocorre no Brasil desde o início do ano, quando o vírus foi identificado na Bahia.
Também transmitido pelo mosquito Aedes aegypti, o vírus provoca sintomas parecidos, mas mais brandos que a dengue: febre, dor de cabeça e no corpo, manchas avermelhadas.
Em alguns casos, segundo Rocha, as mães sequer apresentam queixas de sintomas durante a gestação, mas isso não impediria que a infecção prejudicasse o bebê, assim como a rubéola.
No entanto, a correlação entre microcefalia em fetos e o contágio das mães pelo zika vírus ainda não foi comprovada em nenhum lugar do mundo. Nesta semana, a Polinésia Francesa revelou que também teve casos de má-formação cerebral em fetos e recém-nascidos após a epidemia que atingiu o território entre 2013 e 2014.
"Um surto de microcefalia nessa proporção não é descrito em canto nenhum no mundo, independente do agente que causa", disse a infectologista.
Fonte: http://noticias.r7.com/saude/ja-vi-muitas-epidemias-mas-nada-assim-diz-medica-sobre-microcefalia-27112015

28/11/2015 às 08h50 (Atualizado em 28/11/2015 às 10h58)

País registra primeira morte por zika

Vítima é um homem do Maranhão, que também tinha lúpus

O IEC (Instituto Evandro Chagas) de Belém confirmou o primeiro caso de morte por zika vírus no Brasil. A vítima é um homem, morador do Maranhão. Ele também tinha lúpus, o que teria complicado a sua situação, uma vez que a doença afeta o sistema imunológico do paciente. De acordo com o médico Pedro Vasconcelos, do Instituto Evandro Chagas, essa fraqueza no sistema imunológico precipitou sua morte.
Transmitido pelo mosquito aedes aegypti, o mesmo vetor do vírus da dengue e da chikungunya, o zika estaria relacionado a um surto de microcefalia no Nordeste e ao crescimento de casos da síndrome de Guillain-Barré na região.
De acordo com os especialistas do setor de Arbovirologia e Febres Hemorrágicas do IEC, a primeira morte ligada ao zika aconteceu em junho deste ano, mas a certeza do diagnostico só foi possível depois de estudos de amostras do sangue do homem, que começaram a ser analisadas em julho. Em razão da dificuldade de isolar o vírus, somente agora a presença do organismo foi confirmada.
A equipe do IEC que trabalhou no caso - formada pelos médicos Pedro Vasconcelos e Socorro Azevedo e pela farmacêutica Suely Rodrigues - informou que o instituto vai passar a analisar agora as amostras de outros casos que não tiveram diagnostico de dengue nem de chikungunya, em busca de novos casos de zika vírus. Por isso, eles acreditam que o número de mortes provocadas pelo vírus pode aumentar.
Ainda segundo os pesquisadores, a forma de contágio do vírus não se daria somente pelo mosquito. Eles garantem que o zika pode também ser transmitido por meio de relação sexual, transfusão de sangue e transplante de órgãos.
De acordo com o grupo, o Ministério da Saúde foi notificado e deve se pronunciar sobre a morte. Uma equipe do ministério está investigando os casos de forma integrada com as secretarias estaduais e municipais de saúde. Segundo os pesquisadores, o maior desafio neste momento é neutralizar a proliferação do mosquito, evitando lixo acumulado e recipientes com água parada.
Fonte: http://noticias.r7.com/saude/pais-registra-primeira-morte-por-zika-28112015  

30/11/2015 às 12h37 (Atualizado em 30/11/2015 às 14h27)

Número de casos de microcefalia sobe para 1.248

Casos foram registrados no Nordeste, Centro-Oeste e atingem também o Sudeste
 
Mais de 10 ocorrências de microcefalia estão em investigação no Rio CARLOS EZEQUIEL VANNONI/ESTADÃO CONTEÚDO
O número de casos suspeitos de microcefalia passou de 739 para 1.248, em menos de uma semana, de acordo com dados do Ministério da Saúde divulgados nesta segunda-feira (30). As notificações foram feitas em 311 municípios distribuídos em 13 Estados e no Distrito Federal. Os casos foram registrados no Nordeste, Centro-Oeste e atingem também o Sudeste, com 13 ocorrências em investigação no Rio. Foram ainda notificadas sete mortes, das quais uma foi confirmada até o momento. Todos os casos são de bebês que já nasceram. Ainda não há estimativas sobre quantos bebês em gestação apresentam a má-formação que, em 90% dos casos, pode levar à deficiência mental.

No último sábado (28), o Ministério da Saúde confirmou a relação entre a má-formação e a infecção pelo zika vírus, durante o período de gestação. O diretor do Departamento de Vigilância de Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, Cláudio Mairevovitch, afirmou que a comprovação não muda no primeiro momento as orientações. Gestantes devem reforçar o uso de repelentes, proteger-se contra mosquitos e evitar o contato de pessoas que apresentem sintomas da doença (febre baixa, coceiras e manchas vermelhas pelo corpo).

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) afirmou que todos os produtos com registro no País são considerados seguros para uso. Ao mesmo tempo, é preciso ampliar os esforços para prevenir e combater os criadouros do Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue, zika e chikungunya. Mairevotich afirmou que os recursos previstos para o combate ao vetor estão mantidos.
— Estamos elaborando um plano em conjunto do governo para reforçar as ações de combate.
O governo está estabelecendo um consenso sobre como definir os casos de microcefalia. Mairerovitch observou que nem todos os casos relatados podem estar relacionados ao vírus. A doença, até agora considerada rara, também pode ser provocada por infecções da gestante por herpes, toxoplasmose, citomegalovírus e também por doenças genéticas. A ideia é fazer um protocolo para classificação de casos que possam ser usados pelo conjunto de serviços públicos de saúde, que não necessitem de exames muito elaborados, como testes genéticos.

O controle da doença, de acordo com o diretor, está intimamente ligado ao controle do vetor. O vírus zika entrou no Brasil neste ano. Até agora, não há um tratamento específico para a doença. Daí a necessidade de se acabar com o Aedes aegypti, disse Maierovitch.
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— Provavelmente conviveremos com esse problema durante um tempo. Não há maneira abrupta de se combater as doenças transmitidas pelo mosquito vetor.
De acordo com ele, o detalhamento de planos estaduais deve intensificar esse combate, com envolvimento de vários segmentos do governo para o combate. Uma nova campanha para combate ao mosquito começou agora.

O Ministério da Saúde iniciou um conjunto de ações para dar garantias assistenciais para crianças e famílias de microcefalia. Em Pernambuco, ambulatórios especializados foram estruturados em hospitais de referência.
— Há um contato próximo com secretarias porque as necessidades de cada local são diferenciadas.
Fonte: http://noticias.r7.com/saude/numero-de-casos-de-microcefalia-sobe-para-1248-30112015
30/11/2015 às 19h14 (Atualizado em 30/11/2015 às 19h33)

Casos de bebês com microcefalia aumentaram no RJ, diz secretaria

Foram 21 casos neste ano. O número é duas vezes menor do que o do ano passado

O número de casos de bebês com microcefalia aumentou no Rio, de acordo com a Secretaria de Estado de Saúde. Desde janeiro até a manhã desta segunda-feira (30), foram 21 registros. O dado supera a média de 12,8 registrada durante os últimos dez anos e é maior do que os dez casos que ocorreram em todo o ano passado.
As informações são baseadas no cruzamento de dados do Sinasc (Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos), Sim (Sistema de Informações sobre Mortalidade) e do Resp (Plano de Resposta de Emergência em Saúde Pública). Todos pertencem ao Ministério da Saúde.
O bebê com microcefalia nasce com o crânio em tamanho menor do que o normal. Muitas vezes, é resultado de infecções adquiridas pelas mães durante a gravidez, como toxoplasmose e rubéola.
A notificação de gestantes com manchas vermelhas na pele, sintoma da doença, se tornou obrigatória em 18 de novembro e desde essa data foram registrados 75 casos de grávidas infectadas. Uma teve a confirmação de Zika Vírus, mas ainda não se sabe se o feto tem a doença.
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A secretaria também informou que vai divulgar toda semana boletins epidemiológicos para a notificação de microcefalia. Eles abrangem tanto o bebê, quanto gestantes com manchas vermelhas, e grávidas com Zika Vírus.
Os sintomas da doença causada pelo vírus são febre, manchas pelo corpo, coceira, além de dor de cabeça, muscular e nas articulações. Até o momento, não é comprovada cientificamente a existência de relação entre o Zika em grávidas e o nascimento de bebês com microcefalia.
Ainda de acordo com a secretaria, foram investidos cerca de R$ 12 milhões em ações de combate ao mosquito Aedes aegypti, transmissor do Zika Vírus, somente este ano.
Fonte: http://noticias.r7.com/rio-de-janeiro/casos-de-bebes-com-microcefalia-aumentaram-no-rj-diz-secretaria-30112015

30/11/2015 às 17h00

Ministro diz que não faltarão recursos para contenção de casos de microcefalia

Pernambuco registra até o momento 646 casos de microcefalia
 
Em razão do aumento de casos, Pernambuco decretou emergência EDMAR MELO/JC IMAGEM/ESTADÃO CONTEÚDO
O ministro da Saúde, Marcelo Castro, afirmou nesta segunda-feira (30), pouco antes de embarcar para Pernambuco, que "recursos não vão faltar" para a contenção dos casos de microcefalia no Brasil. Semana passada, o governador do Estado, Paulo Câmara (PSB), reuniu-se com a presidente Dilma Rousseff e com o ministro para discutir medidas de controle da doença e saiu frustrado diante do silêncio em torno de uma eventual reforço de verbas.

— Estamos mobilizados, tudo vai ser feito diante das necessidades.
Pernambuco registra até o momento 646 casos de microcefalia, má-formação que em 90% dos casos leva o bebê a ter deficiência mental. O avanço da doença, registrado em proporções nunca vistas em nenhuma parte do mundo, está associado à infecção da gestante pelo zika, um vírus transmitido pela picada do Aedes aegypti — transmissor também da dengue e da febre chikungunya.

Em razão do aumento de casos, Pernambuco decretou emergência. Castro e uma equipe de especialistas do ministério desembarcam hoje em Recife para uma reunião. A ideia é começar por Pernambuco, detentor de quase metade dos casos de microcefalia no País, as ações do GEA (Grupo Estratégico Interministerial de Emergência), criado no período da H1N1 e reativado há uma semana. Formado por 17 ministérios, o grupo vai coordenar medidas de apoio às regiões afetadas pela epidemia e de prevenção da doença em todo o País. As ações do Exército para o controle do mosquito, por exemplo, devem começar pelo Estado.

Na reunião desta segunda-feira (30) estarão presentes também representantes do Ministério da Defesa e da Integração Nacional.
Fonte: http://noticias.r7.com/saude/ministro-diz-que-nao-faltarao-recursos-para-contencao-de-casos-de-microcefalia-30112015

1/12/2015 às 12h16

Belo Horizonte investiga primeiro caso suspeito de microcefalia por zika vírus 

Bebê foi diagnosticado com o problema ao nascer no Hospital Sofia Feldman 
 
Amostras de materiais da mãe e do bebê serão avaliados Google Street View

A Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte informou, nesta terça-feira (1º) que investiga o primeiro caso de microcefalia possivelmente provocado pelo zika vírus, transmitido pelo Aedes Aegypt, mesmo causados da dengue. Conforme o órgão, o bebê nasceu na Maternidade Sofia Feldman, no bairro Tupi, na região nordeste da capital mineira. A notificação foi recebida no último dia 23 de novembro.
Em nota, a secretaria ressaltou que orientou a maternidade a seguir o protocolo de rotina para os casos de microcefalia, como exames para rubéola, toxoplasmose e citalomegalovirus. Além disso, foram enviadas amostras de exames para a Funed (Fundação Ezequiel Dias), que vai avaliar a possibilidade de dengue e chikungunya. Já o Instituto Oswaldo Cruz recebeu materiais da mãe e do recém-nascido para testes sobre a presença do zika vírus.
Ainda conforme a secretaria, os serviços de saúde responsáveis pelo atendimento das gestantes e recém-nascidos foram orientados a manter o atendimento normal, atentando para o adequado preenchimento da DNC (Declaração de Nascido Vivo).  Os casos de microcefalia identificados ao nascimento e no pré-natal deverão ser discutidos com o serviço de vigilância epidemiológica que fará orientações específicas quando necessário.
O comunicado alerta ainda que algumas situações serão consideradas de risco, como, por exemplo: gestantes provenientes de áreas com conhecida circulação do vírus, como a região nordeste e grávidas que apresentem quadro de febre e manchas vermelhas pelo corpo.
A mãe e o bebê receberam alta do hospital no dia 24 de novembro. As equipes de saúde das nove regionais de Belo Horizonte tem recebido treinamento e sensibilização a respeito da doença. Além disso, a secretaria de saúde produziu folhetos informativos que estão sendo distribuídos para a população.
Fonte: http://noticias.r7.com/minas-gerais/belo-horizonte-investiga-primeiro-caso-suspeito-de-microcefalia-por-zika-virus-01122015 

30/11/2015 12h44 - Atualizado em 30/11/2015 14h44

Saúde apura seis mortes por suspeita de microcefalia causada por zika vírus

Bebê morto no sábado no Ceará tinha microcefalia e o vírus no organismo.
Há 1.248 casos suspeitos em 311 municípios de 13 estados e no DF.

A partir da esquerda, o secretário-executivo do Conass, Jurandi Frutuoso, o secretário de Vigilância em Saúde, Antônio Nardi, e o diretor do Departamento de Vigilância das Doenas Transmissíveis, Cláudio Maierovitch (Foto: Gabriel Luiz/G1) 

A partir da esquerda, o secretário-executivo do Conass, Jurandi Frutuoso, o secretário de Vigilância em Saúde, Antônio Nardi, e o diretor do Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis, Cláudio Maierovitch (Foto: Gabriel Luiz/G1)

O Ministério da Saúde anunciou nesta segunda-feira (30) seis casos suspeitos de mortes de crianças por microcefalia provavelmente causadas pelo zika vírus. A pasta confirmou a morte de um bebê que tinha a doença e o vírus no organismo. A morte confirmada por microcefalia decorrente do zika ocorreu no Ceará.
Os demais casos suspeitos são investigados no Rio Grande do Norte (5) e no Piauí (1). Até o dia 28, foram notificados 1.248 casos suspeitos de microcefalia em 311 municípios de 13 estados e no Distrito Federal. O número representa um aumento de 68,87% em relação ao dado apresentado no último balanço da pasta.
No último sábado (28), o ministério confirmou a relação entre o zika vírus e os casos de microcefalia na região Nordeste, após a identificação do micro-organismo em amostras de sangue e tecidos do bebê nascido no Ceará que acabou morrendo. A criança apresentava microcefalia e outras malformações congênitas.
De acordo com a pasta, a situação é “inédita na pesquisa científica mundial”, com risco associado aos primeiros três meses de gestação. No dia 11 de novembro, o ministro da saúde, Marcelo Castro, declarou estado de emergência em saúde pública por causa dos casos suspeitos de microcefalia.
A microcefalia é uma condição rara em que o bebê nasce com o crânio do tamanho menor do que o normal. Para crianças que nasceram com nove meses de gravidez, a doença se apresenta quando o perímetro da cabeça é menor do que 33 cm – o esperado é que bebês tenham pelo menos 34 cm.
A maior parte dos casos é causada por infecções adquiridas pela mãe, especialmente no primeiro trimestre da gravidez, que é quando o cérebro do bebê está sendo formado. Toxoplasmose, rubéola e citomegalovírus são algumas doenças que causam a microcefalia. Outros possíveis causadores são abuso de álcool e drogas ilícitas na gestação e síndromes genéticas como o Down.
O estado de Pernambuco é o que apresenta o maior número de casos suspeitos de microcefalia (646). O estado foi a primeira unidade da federação a apresentar aumento de microcefalia na região.
De acordo com o diretor do Departamento de Vigilância de Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, Cláudio Maierovitch, estados e municípios foram “conclamados” para dar prioridade ao combate do mosquito Aedes aegypti – vetor da doença. “Muda em relação à situação habitual o fato de que estamos numa emergência de saúde pública”, afirmou.
Segundo Maierovitch, o governo federal autorizou a liberação de recursos para combater o zika vírus. Ele não informou o valor que pode ser destinado aos locais suspeitos de apresentar epidemia da doença. “É um recurso utilizado habitualmente aos estados e aos municípios. Estamos exatamente na fase de elaboração de um plano conjunto.”
Número de casos notificados com suspeita de microcefalia por estado:
Pernambuco - 646
Paraíba - 248
Rio Grande do Norte - 79
Sergipe - 77
Alagoas - 59
Bahia - 37
Piauí - 36
Ceará - 25
Rio de Janeiro - 13
Tocantins - 12
Maranhão - 12
Goiás - 2
Mato Grosso do Sul - 1
Distrito Federal - 1
Fonte: http://g1.globo.com/bemestar/noticia/2015/11/saude-apura-seis-mortes-por-suspeita-de-microcefalia-causada-por-zika-virus.html   

1/12/2015 às 16h52 (Atualizado em 1/12/2015 às 17h39)

Centro de Controle de Doenças dos EUA ajudará na investigação de microcefalia

Grupo também vai investigar se o zika é capaz de matar
 
A equipe dos EUA veio ao País num convite do governo brasileiro EDMAR MELO/JC IMAGEM/ESTADÃO CONTEÚDO
 
Uma equipe de pesquisadores do CDC (Centro de Controle de Doenças) dos Estados Unidos já está no Brasil para ajudar na investigação dos casos de nascimentos de bebês com microcefalia. A equipe veio ao País num convite do governo brasileiro.
Além de auxiliar na análise dos mecanismos que levaram à epidemia de microcefalia, o grupo vai participar de discussões com cientistas brasileiros sobre outro achado, considerado de extrema relevância: a capacidade do zika de matar. Conforme revelou o jornal O Estado de S.Paulo, exames identificaram que uma adolescente morreu em virtude de complicações provocadas pelo vírus. Moradora do município de Benevides, no Pará, a menina apresentou manchas no corpo, náuseas e dores de cabeça no fim de setembro. Ela morreu em outubro. A suspeita inicial era de dengue grave, mas testes deram negativo. Uma segunda análise, feita para identificar a presença do zika vírus, trouxe o resultado positivo. A morte da adolescente, a segunda confirmada, chamou a atenção de epidemiologistas.
O primeiro caso, confirmado na sexta, o Instituto Evandro Chagas, embora relevante, foi analisado com cuidado pelos especialistas em razão das condições do paciente: ele apresentava lúpus, uma doença autoimune que pode ter graves consequências quando o organismo é afetado por bactérias ou vírus, como é o caso do zika.
"Era um paciente mais vulnerável", afirmou um integrante da equipe de pesquisa. O segundo caso, no entanto, acendeu o alerta vermelho.
Fonte: http://noticias.r7.com/saude/centro-de-controle-de-doencas-dos-eua-ajudara-na-investigacao-de-microcefalia-01122015

1/12/2015 às 09h37 (Atualizado em 1/12/2015 às 17h33)

Com avanço de zika, mortes com causa indefinida serão revistas

Estratégia tem como objetivo identificar se as mortes têm ligação com o vírus
 
Mosquitos Aedes aegypti é transmissor do zika vírus Reprodução/Saúde

Pesquisadores do Instituto Evandro Chagas vão analisar novamente vísceras de pacientes que morreram sob suspeita de dengue grave, cujos exames deram inconclusivos. A estratégia tem como objetivo identificar se as mortes, ainda de causa não esclarecida, foram provocadas pelo zika.
Até agora foram registradas duas mortes causadas pelo vírus no País. O achado é considerado de extrema relevância por autoridades sanitárias pois não havia nenhum registro, no Brasil ou no mundo, de que o zika poderia levar à morte.
Conforme adiantou a reportagem, vestígios do vírus foram identificados em uma adolescente do Pará. A suspeita inicial era que a morte havia sido provocada por dengue grave. Diante do avanço do zika, pesquisadores do Evandro Chagas decidiram fazer uma nova análise do material e identificaram a presença do vírus.
O diretor do Departamento de Vigilância de Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, Claudio Maierovitch, disse que "era um caso diferente da primeira morte confirmada, de um paciente com lúpus".
— Ele já apresentava condições que o deixavam mais debilitado. Ao que tudo indica, a adolescente não apresentava nenhuma doença prévia.
Não há ainda explicações sobre o que levaria a doença a provocar a morte. Maierovitch cita duas hipóteses que deverão ser analisadas por equipes de pesquisa do Brasil e do exterior. A primeira é a de que o zika no País teria atingido um número muito alto de pacientes - potencializando casos graves.
Outra corrente a investigar é o fato de a epidemia do zika atingir pela primeira vez um País em que boa parte da população já teve dengue.
— O organismo, que já tem anticorpos para dengue, poderia entrar em 'pane' ao ter contato com outro agente infeccioso, que guarda certa semelhança com o da dengue.
Fonte: http://noticias.r7.com/saude/com-avanco-de-zika-mortes-com-causa-indefinida-serao-revistas-01122015

2/12/2015 às 09h24 (Atualizado em 2/12/2015 às 21h59)

Com 78 casos de microcefalia, Sergipe decreta situação de emergência

Brasil registra mais de 1.200 de bebês com má-formação cerebral
 
Rio Grande do Norte também decretou situação de emergência EDMAR MELO/JC IMAGEM/ESTADÃO CONTEÚDO 
Cresce ainda a preocupação do governo federal e dos Estados com o Aedes Aegypti. Sergipe declarou situação de emergência, na terça-feira (1), após aumento no número de casos de microcefalia na região. O Estado diagnosticou 78 bebês com a má-formação neste ano, em 32 cidades. No início da semana, Pernambuco, que lidera as estatísticas da doença no País com 646 casos confirmados, também havia decretado emergência.
A portaria do governo sergipano especifica a criação de um grupo de trabalho para enfrentamento da má-formação. Também deve ser elaborado e divulgado um protocolo clínico e epidemiológico para orientação dos profissionais de saúde. Esse protocolo servirá de base para todas as demais redes de assistência, sejam públicas ou privadas, que atuam na área materno-infantil. "Temos de ter responsabilidade, travar uma verdadeira guerra contra este mosquito, pois o que está em jogo são as futuras gerações", disse o governador Jackson Barreto.
Repelente
Já o Ministério da Saúde avalia a possibilidade de distribuir repelentes para gestantes como uma estratégia para tentar conter o avanço da epidemia de bebês com microcefalia no Brasil. Ainda não há um consenso sobre a adoção da medida, mas o ministro da Saúde, Marcelo Castro, admitiu à reportagem que a hipótese está em discussão. "Estamos avaliando todas as possibilidades", disse.
Outra medida na mesa do governo é a distribuição de telas para serem colocadas nas casas. Dentro do ministério, há resistência à adoção das medidas, em razão do seu alcance limitado e pela polêmica que a atitude poderá provocar. Não há garantias de que as telas sejam usadas pela população.
Críticos da proposta afirmam que as duas medidas poderiam enfraquecer a principal mensagem do governo, que é tentar reduzir o número de criadouros do Aedes aegypti. Defensores da proposta, por sua vez, afirmam que todos os mecanismos de contenção da doença devem ser usados.
Por enquanto, o governo sugere que mulheres se protejam contra picadas do mosquito usando repelentes, protegendo suas casas com telas e usando roupas de mangas longas.
Fonte: http://noticias.r7.com/saude/com-78-casos-de-microcefalia-sergipe-decreta-situacao-de-emergencia-02122015
3/12/2015 às 09h30 (Atualizado em 3/12/2015 às 11h42)

Zika vírus já faz mulheres adiarem a gravidez

Mulheres estão preocupadas com a possível relação entre o vírus e os casos de microcefalia
 
Mulheres estão adiando a gravidez por medo do surto de microcefalia Thinkstock 
Preocupadas com a relação entre o zika vírus e os casos de microcefalia, mulheres que moram em São Paulo e as que vêm à capital paulista para fazer reprodução assistida estão adiando os planos de gravidez. Já as gestantes começam a redobrar os cuidados com o Aedes aegypti.
Uma mulher de 40 anos, que não quis ser identificada, estava tentando engravidar naturalmente havia um ano e, desde a metade de novembro, iniciou um tratamento em uma clínica de reprodução. Com os informes sobre a microcefalia, resolveu adiar os planos.
— Tenho acompanhado desde as primeiras notícias e continuei o tratamento até o momento em que o embrião ficou pronto. Mas decidi aguardar para fazer a transferência do embrião, porque a situação está muito incerta. Vou acompanhar as pesquisas para decidir.
Moradora de João Pessoa (PB), a dentista Pricila Pereira, de 38 anos, tentou engravidar em uma clínica em novembro deste ano, mas o resultado deu negativo. Com a situação dos casos de microcefalia mais crítica, resolveu não avançar nas tentativas.
A Paraíba é o segundo Estado com mais casos da má-formação, totalizando 248 registros, conforme o balanço mais recente divulgado pelo Ministério da Saúde.
— Como moro no Nordeste, vou esperar para ver como vão ficar as próximas pesquisas e vou deixar para o ano que vem. Vou adiar sem data marcada, sem planejar.
Apesar de ter tomado a decisão, Pricila afirma que está desapontada com o fato de a doença ter interferido em seu sonho de ser mãe.
— É um transtorno. Muitas mulheres já têm dificuldade para engravidar com o tratamento e é mais um problema para pensar. É prejudicial.
Eduardo Motta, ginecologista e sócio-diretor da Huntington Medicina Reprodutiva, diz que o número de mulheres de São Paulo que adiaram o plano de engravidar ainda é inexpressivo, mas há mais casos entre as futuras gestantes que vêm do Nordeste.
"Ainda não tem o pânico em São Paulo, mas todas querem informações. Acredito que 20% das mulheres do Nordeste pensam em desistir", diz, levando em consideração as pacientes da clínica.
Artur Timerman, presidente da Sociedade Brasileira de Arboviroses e infectologista do Complexo Hospitalar Edmundo Vasconcelos, recomenda que as mulheres repensem os planos de engravidar neste momento.
— Devemos aconselhar todas as mulheres que querem engravidar que esperem que essa situação seja elucidada de forma adequada.
Cuidados
Grávida de quatro meses, a gerente de pesquisa de mercado Simone Queiroz, de 33 anos, aplica repelente a cada seis horas e não usa mais vestidos.
— Eu e outras grávidas estamos até querendo que esvaziem a piscina do prédio.
A publicitária Paula Thomaz, de 38 anos, redobrou os cuidados em casa.
— Como tenho dois cachorros, estou trocando a água e procuro não acumular o lixo. Sei que não tem nada na minha casa, mas tenho medo dos vizinhos.
Paula também está apostando nos repelentes.
— Não coloquei tela nas janelas. Se piorar, penso em colocar.
Fonte: http://noticias.r7.com/saude/zika-virus-ja-faz-mulheres-adiarem-a-gravidez-03122015

2/12/2015 às 16h21 (Atualizado em 2/12/2015 às 21h25)

Ceará é o 2º Estado a pedir ajuda do Governo Federal para combater o zika vírus

Estado já registra 25 casos de bebês com má-formação no cérebro
 
Governo terá que investir ainda mais no combate ao mosquito Paulo Grégio/Prefeitura Jundiaí/Fotos Públicas
 
Depois de Pernambuco, foi a vez do Ceará pedir ajuda ao governo federal para combater o zika vírus, transmitido pelo mosquito Aedes aegypti e responsável pelo surto de casos de microcefalia em bebês. O governador do Estado, Camilo Santana (PT), esteve nesta quarta-feira (2) com o ministro-chefe da Casa Civil, Jaques Wagner. A reunião foi realizada no Palácio do Planalto.
No ofício entregue ao ministro, Camilo pede a "valiosa colaboração" do governo para combater o mosquito, que também é vetor da dengue e da chikungunya. O documento diz que o Estado também precisa de ajuda para prestar assistência adequada aos pacientes e, num segundo momento, dar apoio às famílias que tiveram bebês com o diagnóstico de microcefalia, uma má-formação que causa retardamento mental em 90% dos casos. No sábado (28), com base no resultado de exames realizados em um bebê nascido no Ceará, o Ministério da Saúde confirmou a relação entre o zika vírus e o surto de microcefalia. A má-formação, considerada rara, teve um aumento súbito este ano. Até sexta-feira, foram notificados 1.248 casos da síndrome em todo o País - 25 deles no Ceará.
Na segunda, 30, o Estado de Pernambuco, que tem o maior número de casos registrados de bebês com microcefalia, anunciou um investimento de R$ 25 milhões para combater a epidemia. Os recursos, porém, são estaduais e não do governo federal. De concreto, até agora, o Planalto ofereceu a ajuda do Exército para ações para evitar a proliferação do mosquito.
Nesta terça (1), o ministro da Casa Civil classificou o Aedes aegypti como "o inimigo número 1 da saúde no País". Em sua conta no Twitter, Wagner afirmou que o governo estava preparado para enfrentar essa "questão de frente" e vai fazer de tudo para combater o avanço da epidemia.
Fonte: http://noticias.r7.com/saude/ceara-e-o-2-estado-a-pedir-ajuda-do-governo-federal-para-combater-o-zika-virus-02122015
  
2/12/2015 às 14h48 (Atualizado em 2/12/2015 às 14h52)

OMS emite alerta mundial com presença de zika em nove países

Organização recomenda medidas de diagnóstico e acompanhamento da doença
 
Brasil, Chile, Colômbia, El Salvador, Guatemala, México, Paraguai, Suriname e Venezuela registraram casos Rafael Neddermeyer/ Fotos Públicas 
A OMS (Organização Mundial da Saúde), em conjunto com a Opas (Organização Pan-Americana da Saúde), emitiu alerta epidemiológico mundial, com recomendações aos seus Estados-Membros, para que estabeleçam medidas de diagnóstico e acompanhamento de casos do vírus Zika.
De acordo com o comunicado conjunto, em 1° de dezembro havia registros de casos do vírus Zika em nove Estados-Membros: Brasil, Chile (Ilha de Páscoa), Colômbia, El Salvador, Guatemala, México, Paraguai, Suriname e Venezuela.
O comunicado ressalta a situação do Brasil, onde 18 estados já confirmaram a circulação do vírus, e onde já se confirmou a relação entre o vírus Zika e casos de microcefalia. Até o dia 30 de novembro deste ano, 1.248 casos de microcefalia foram registrados em 14 estados brasileiros. Os dados mostram que houve um aumento de mais de vinte vezes em relação a anos anteriores.
A Opas e a OMS também recomendam que os países reforcem a vigilância de síndromes neurológicas e anomalias congênitas e que fortaleçam o cuidado pré-natal às gestantes e aos recém-nascidos nas regiões onde o vírus está circulando.
Além disso, o documento destaca a importância de reduzir a presença do mosquito vetor, o Aedes aegypti, por meio de estratégias de controle eficaz do mosquito e de comunicação pública, com campanhas nos veículos de comunicação.
A respeito do tratamento no caso de infecção por vírus Zika, o comunicado ressalta que não há vacina específica e que a orientação é no sentido de amenizar os sintomas com repouso e medicamentos para a diminuição da febre. Os pacientes devem ingerir muito líquido para evitar desidratação.
Fonte: http://noticias.r7.com/saude/oms-emite-alerta-mundial-com-presenca-de-zika-em-nove-paises-02122015

3/12/2015 às 16h10 (Atualizado em 3/12/2015 às 16h27)

Minas investiga se 11 casos de microcefalia têm relação com zika vírus

Nenhuma contaminação foi confirmada até o momento no Estado
 
Mosquito Aedes aegypti é transmissor do zika vírus Rafael Neddermeyer/ Fotos Públicas

Autoridades sanitárias de Minas Gerais investigam 11 casos suspeitos de microcefalia no Estado, anunciou nesta quinta-feira (3) a secretaria de Saúde. Nenhum caso de zika vírus foi confirmado em Minas até o momento.
Segundo Ricardo Said, superintendente de Vigilância Epidemiológica, as notificações de microcefalia estão dentro da média histórica - foram 24 casos em 2014 e outros 22 em 2015. Não foi informado quantos bebês sobreviveram.
— Quero deixar bem claro que, nesse momento, em Minas não temos circulação do zika vírus.
Das 22 notificações de microcefalia, 11 foram relatadas antes do dia 10 de novembro e tiveram diagnóstico de zika vírus rejeitado. Os 11 casos posteriores é que estão sob análise se houve transmissão da doença pelo mosquito aedes aegypti.
Os diagnósticos estão sob investigação em pacientes que moram nas seguintes cidades:
Belo Horizonte (3), Contagem (2), Montes Claros (2), Contagem (1), Uberlândia (1), Ponte Nova (1) e Curvelo (1).
Fonte: http://noticias.r7.com/saude/minas-investiga-se-11-casos-de-microcefalia-tem-relacao-com-zika-virus-03122015 

3/12/2015 às 18h42 (Atualizado em 3/12/2015 às 19h41)

Cidades de SP investigam 17 casos suspeitos de microcefalia por zika vírus

Casos foram confirmados por 5 municípios; governo estadual diz que não há surto 
 
Veja ao final mapa com os registros de microcefalia e do vírus zika Arte R7 
Ao menos 17 casos de microcefalia estão em investigação no Estado de São Paulo para avaliar a relação com o vírus zika. Os casos suspeitos foram confirmados ao R7 por cinco prefeituras: São Paulo, Santo André, Diadema, São Vicente e Campinas. O governo estadual afirma que não há surto de microcefalia e que não há circulação do vírus no Estado no momento.
O Brasil vive um surto inédito de microcefalia em 2015, com 1.248 casos notificados até 28 de novembro — a média dos últimos cinco anos foi de 156 casos. A incidência é maior no Nordeste, principalmente em Pernambuco, que já registrou 646 casos.
A explicação mais provável para o surto é a febre zika, um vírus transmitido pelo mosquito Aedes aegypti e que provoca sintomas semelhantes aos da dengue.
Dos 17 casos em investigação no Estado de SP, quatro estão em Campinas, quatro em São Vicente, quatro em São Paulo, três em Diadema e dois em Santo André.
Segundo a Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo, de janeiro a novembro foram registrados 16 casos de microcefalia — dentro da média de 15 a 18 casos por ano.
A relação com o vírus zika já foi descartada em 12 dos 16 casos, enquanto os outros 4 continuam em análise.
Em Campinas, a Secretaria de Saúde informa que quatro casos estão em análise, sendo que duas crianças nasceram na cidade, mas são de famílias de Sumaré. Os exames estão sendo feitos pelo Instituto Adolfo Lutz, na capital, e devem ser concluídos em duas semanas.
A prefeitura de São Vicente informa que está investigando o prontuário de quatro pacientes para identificar a causa da má-formação. “As informações analisadas incluem exames de pré-natal, antecedentes pessoais e familiares dos pais, além de informações sobre o nascimento da criança”.
Em Santo André, foram três casos de microcefalia em 2015. “Dois estão em investigação para verificar relação com o zika vírus”, informa a prefeitura. Uma das mães era moradora do Piauí até junho, onde apresentou sintomas como febre e dores no corpo durante a gravidez. Já o terceiro caso foi relacionado a “malformação genética”.
Em Diadema, três casos de microcefalia foram notificados no Hospital Estadual de Diadema e estão em investigação.
A microcefalia leva à má-formação do feto durante a gestação e faz com que os bebês nasçam com o crânio menor do que 33 cm, o que compromete o desenvolvimento.
Fonte: http://noticias.r7.com/saude/cidades-de-sp-investigam-17-casos-suspeitos-de-microcefalia-por-zika-virus-03122015

11/12/2015 05h00 - Atualizado em 11/12/2015 14h50

Teste de zika ainda é complexo; veja que instituições têm exame disponível

Governo declarou situação de emergência por microcefalia há um mês.
Instituições públicas e privadas buscam desenvolver teste mais simples.

 Análise de amostras de líquido amniótico das gestantes foi feito em Laboratório de Flavivírus do Instituto Oswaldo Cruz  (Foto: Gutemberg Brito/IOC/Fiocruz/Divulgação)
Laboratório de Flavivírus do Instituto Oswaldo Cruz - Fiocruz fez detecção pioneira de zika no líquido amniótico de mulher grávida de bebê com microcefalia em novembro (Foto: Gutemberg Brito/IOC/Fiocruz/Divulgação)
O teste atualmente disponível para diagnosticar o zika vírus no Brasil ainda é complexo e só pode ser realizado em laboratórios altamente especializados. Um mês depois de o Ministério da Saúde ter decretado estado de emergência em saúde por causa do aumento de casos de microcefalia, malformação associada ao zika vírus, existe uma corrida de instituições públicas e privadas para desenvolver um teste mais simples e que possa ser aplicado em larga escala.
Teste molecular
Por enquanto, o que está disponível tanto na rede pública quanto na rede privada é o teste molecular. O método consiste em multiplicar a quantidade de RNA do vírus na amostra coletada, ou seja, amplificar o material genético do vírus para que seja possível identificá-lo quimicamente. “É um teste de alta complexidade e não existe kit comercial disponível. Todos os laboratórios que oferecem o exame têm que desenvolver e validar o teste”, diz o infectologista Alberto Chebabo, do Delboni Medicina Diagnóstica.
Segundo o infectologista Celso Granato, do Fleury Medicina e Saúde, devido à alta complexidade, o ideal é que o exame não fosse feito em larga escala. “O risco de contaminação das amostras aumenta proporcionalmente à quantidade de testes realizados por um laboratório”, diz. Ele explica que até a equipe responsável pelo procedimento deve ser especializada.
O teste molecular, apesar de ser preciso, é capaz de detectar a presença do vírus em um período muito curto de tempo: só até cinco dias depois do aparecimento dos sintomas. Ou seja, é possível que o paciente ainda esteja manifestando sintomas da doença e o vírus não seja mais detectado em seu sangue.
Teste sorológico
O que as instituições buscam desenvolver é um teste sorológico, capaz de detectar os anticorpos contra o vírus. Esse teste seria capaz de detectar a infecção por zika em uma janela maior de tempo.
O laboratório alemão Euroimmun já desenvolveu duas metodologias de teste por sorologia para detectar o zika vírus: o teste de imunofluorescência e o teste ELISA.
O teste de imunofluorescência já está disponível para comercialização, porém apenas para aplicação em projetos de pesquisa. No Brasil, a empresa deve apresentar a documentação para a Anvisa ainda este ano para obtenção de registro.
Já o teste ELISA é um protótipo que deve ser liberado comercialmente fora do Brasil em fevereiro.
Segundo Gustavo Janaudis, diretor da Euroimmun, o teste de imunofluorescência é capaz de detectar os flavivírus e arbovírus mais comuns: os quatro sorotipos da dengue, chikungunya e zika. Já o ELISA seria um teste complementar altamente específico, para confirmar o diagnóstico.
Quem faz o teste?

Na rede pública, os laboratórios de referência que fazem parte da rede sentinela para zika vírus são Fiocruz-RJ, Fiocruz-PR, Fiocruz-PE, Instituto Evandro Chagas-PA e Instituto Adolfo Lutz-SP. Todas essas instituições trabalham no desenvolvimento de novos testes.
Além disso, existem 12 laboratórios centrais capacitados na técnica molecular para a realização do diagnóstico de zika vírus, segundo o “Protocolo de Vigilância e Resposta à Ocorrência deMicrocefalia Relacionada à Infecção pelo Vírus Zika”, lançado pelo governo esta semana.
Na rede privada, o Delboni, de São Paulo, já tem o teste disponível em suas unidades a um preço de R$2.200. O laboratório Hermes Pardini, de Minas Gerais, também está oferecendo o teste com o valor de R$ 499.
O laboratório Fleury pretende começar a oferecer o teste a partir de terça-feira que vem, mas, a princípio, apenas para detecção do zika no líquido amniótico de mulheres grávidas. O preço ainda não está definido, mas deve ser aproximadamente R$ 500. Segundo Celso Granato, o Fleury trabalha no desenvolvimento de um teste sorológico próprio e avalia a possibilidade de realizar o teste molecular também no sangue e na urina.
O laboratório Richet Medicina & Diagnóstico, do Rio de Janeiro, também oferece o exame molecular. A coleta para análise é feita no local e a amostra é analisada no laboratório Labco Noûs, na Espanha. Eles também oferecem um teste sorológico, para o qual as amostras são enviadas para o laboratório Cerba, também na Espanha. As duas técnicas custam R$ 1.000.
Fonte: http://g1.globo.com/bemestar/noticia/2015/12/teste-de-zika-ainda-e-complexo-veja-que-instituicoes-tem-exame-disponivel.html

14/12/2015 às 17h06 (Atualizado em 14/12/2015 às 18h37)

Governo recomenda leite materno a bebês com microcefalia

Recomendação integra prevenção de zika durante pré-natal, parto e nascimento
Segundo ministério, não há nada que indique que o aleitamento seja prejudicialBBC
O Ministério da Saúde recomenda que bebês com microcefalia sejam alimentados com leite materno até os dois anos ou mais, disse o secretário de Atenção à Saúde do Ministério da Saúde, Alberto Beltrame.
— Embora boatos tenham surgido, não há nada que indique que o aleitamento seja prejudicial. Não há nenhum motivo para mudar a conduta de recomendação do aleitamento materno.
A recomendação integra um protocolo feito pelo ministério para orientar profissionais de saúde sobre ações de prevenção de infecção de zika durante o pré-natal, parto e nascimento e assistência dos bebês com microcefalia. Entre as ações que serão adotadas, está o aumento de testes rápidos de gravidez. O plano é ampliar para 10 milhões o número de exames.
— Quanto antes a mulher souber da sua condição, melhor. O fundamental é que gestantes tomem todos os cuidados necessários para reduzir o risco de contaminação.
Atualmente, 50% das grávidas iniciam o pré-natal depois da 12ª semana.
— Queremos mudar essa realidade e iniciar o acompanhamento o mais rápido possível.
Beltrame afirmou que o plano pretende reforçar as visitas domiciliares feitas pelos agentes comunitários e agentes de endemias. O objetivo é facilitar a oferta de contraceptivos e orientação de mulheres em idade fértil que queiram engravidar. Nas visitas, agentes vão orientar gestantes para que elas sigam o calendário de vacinação e compareçam a todas as consultas agendadas. Nas cadernetas das mulheres, serão registrados eventuais sintomas de zika.
— Se sintomas estiverem presentes, com base no diagnóstico clínico o caso será notificado.
14/12/2015 às 16h48 (Atualizado em 14/12/2015 às 20h50)

Especialistas investigam suposta ligação de zika vírus e cegueira em bebês

Três casos de lesão na retina que pode provocar a perda da visão foram registrados em SP
Médico suspeita que zika vírus provoca lesão diferente na retina de bebês que nasceram com microcefaliaEstadãoConteúdo
Dois médicos de São Paulo investigam a suspeita de ligação entre o zika vírus e lesão na retina, que pode levar a perda de visão e até mesmo a cegueira. Marcelo Cavalcante Costa e Sandra Francischini, especialistas em oftalmologia em prematuros e recém-nascidos da Santa Casa, contam que acompanham três casos de bebês com microcefalia que nasceram também com essa lesão nos olhos. As mães são de São Paulo, mas estiveram durante a gestação no Nordeste, região que vive epidemia de nascimento de bebês com má-formação cerebral. 
Segundo Costa, bebês com microcefalia normalmente têm lesão na retina. Porém, no caso das três mulheres, foram verificadas lesões diferentes do que é normalmente encontrado em caso de criança com má-formação.
— É uma atrofia na retina e uma cicatriz. É bem diferente do que vimos antes. Nunca tivemos nenhum caso parecido. Nas situações de microcefalia por toxoplasmose ou citomegalovirus a lesão já é conhecida, mas essa com suspeita de zika é diferente.
O especialista afirma que ainda é preciso conhecer mais casos para se afirmar algo tão sério, mas, ele faz questão de ressaltar que essa lesão é diferente das demais.
— Ainda não existe nenhum material acadêmico sobre isso, estamos levantando os dados. Como é uma alteração única, acreditamos que está ligada ao zika. Provavelmente serão crianças de baixa visão ou até mesmo cegueira.
Costa ainda diz que entrou com pedido em uma revista científica de renome para registrar a suspeita.
— Foi o primeiro exame com foto documentado de criança com suspeita de zika. Vamos aguardar para saber se há mais casos e se a suspeita se confirma.
*Colaborou Brenno Souza, estagiário do R7
14/12/2015 às 18h02

Exames descartam ligação de zika com bolhas em bebês

Probabilidade é de que a ocorrência seja uma evolução da febre chikungunya






Pelo menos 30 crianças foram atendidas no último mês com quadro de febre, dor e manchas vermelhas na pele, que posteriormente evoluíam para bolhas e feridasReprodução/Mundo Conectado
Após semanas de investigação, os médicos do Huoc (Hospital Oswaldo Cruz) acreditam estar mais próximos de identificar a causa de uma nova doença que vem intrigando especialistas e assustando mães de bebês com até dois anos em Pernambuco. Exames realizados no Lacen (Laboratório Central de Pernambuco) descartaram a ligação entre as bolhas na pele encontradas em alguns bebês desde o mês de novembro com o zika vírus. 
Pelo menos 30 crianças - com idade de dois meses a dois anos - foram atendidas no último mês com quadro de febre, dor e manchas vermelhas na pele, que posteriormente evoluíam para bolhas e feridas. Com o resultado dos exames laboratoriais, segundo os médicos que acompanham os casos, a maior probabilidade é de que a ocorrência seja uma evolução - até então desconhecida - da febre chikungunya. 
A médica infectologista do Huoc, Regina Coeli, uma das primeiras profissionais no Estado a identificar o surto de microcefalia, não escondeu o alívio ao receber os resultados dos exames.
— Apesar da febre, e obviamente da dor e do incômodo provocado pelas bolhas e feridas, as crianças não tiveram acometimento neurológico e o seu desenvolvimento está ocorrendo bem, dentro da normalidade. Algumas fizeram o uso de antibiótico outras não precisaram. Mas o fato de não haver complicações neurológicas traz muito alívio para todos nós.
Já a coordenadora das enfermarias pediátricas do Imip (Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira) e o do Huoc Nara Cavalcanti, destacou que os profissionais de saúde estão trabalhando para a criação de um protocolo de atendimento para essas crianças. 
Segundo o relato das mães dos pequenos pacientes, as bolhas tendem a surgir no terceiro dia do quadro viral e duram pelo menos 10 dias até desaparecerem por completo. A operadora de caixa Lisandra Sales, de 27 anos, comemorou a notícia. Sua filha Joana, de seis meses, é um dos bebês internados no Huoc para tratamento da doença. 
— Ela amanheceu com febre e irritada e, dois dias depois, o corpinho estava cheio de bolhas. As bolhas iam estourando uma a uma e no lugar apareciam feridas horríveis. Ela chorava dia e noite. Nos primeiros cinco dias, nem comer ela queria. Mas agora ela está bem melhor. Eu estava com muito medo de que fosse essa zika porque estão dizendo que ela pode dar problemas no desenvolvimento da criança e prejudicar para sempre. Mas agora estou mais tranquila. As médicas e enfermeiras vieram conversar comigo e me acalmaram.

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