USP desenvolve novo método para diagnóstico do vírus da zika
Teste detecta infecção mesmo após vírus ser eliminado do organismo.
Exame identifica anticorpos produzidos pelo organismo contra zika.
Pesquisadores do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da USP desenvolveram um novo exame para detectar o vírus da zika a partir da detecção de anticorpos. A informação foi divulgada nesta terça-feira (15) pela universidade.
A vantagem do novo teste é que ele permite detectar a infecção mesmo depois da eliminação do vírus pelo organismo.
Isso é importante para conseguir identificar, por exemplo, se mães de bebês com microcefalia tiveram contato com o vírus no início da gestação. Além disso, o exame vai permitir a obtenção de dados epidemiológicos cada vez mais precisos sobre a doença.
O teste disponível até o momento - chamado molecular ou PCR - só permite detectar o DNA do vírus presente no sangue. Apesar de ser preciso, a detecção é possível em um período muito curto de tempo: só até cinco dias depois do aparecimento dos sintomas. Ou seja, é possível que o paciente ainda esteja manifestando sintomas da doença e o vírus não seja mais detectado em seu sangue.
"Com este método podemos demonstrar a especificidade da detecção do zika, superando uma deficiência séria dos sistemas sorológicos até agora disponíveis", afirmou o professor Luís Carlos de Souza Ferreira, vice-diretor e coordenador do Laboratório de Desenvolvimento de Vacinas do ICB, de acordo com nota divulgada pela USP.
O método, desenvolvido no âmbito da Rede Zika, força-tarefa de pesquisadores do estado de São Paulo, foi testado em amostras de sangue de mulheres de Itabaiana, no Sergipe.
Os reagentes necessários para realizar o teste devem ser distribuído para centros de pesquisa da Rede Zika e outros laboratórios de pesquisa do país. Segundo a USP, a equipe busca parceria com o Instituto Butantan para produzir um novo kit diagnóstico que possa ser distribuído para hospitais do país.
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