Obras abandonadas abrigam focos de Aedes aegypti em Ribeirão Preto
Vizinhos denunciam água parada em prédios com construções interrompidas.
Prefeitura diz que solicitou à Justiça autorização para vistoriar imóveis.
Vizinhos de construções inacabadas e abandonadas em Ribeirão Preto (SP) denunciam que esses locais estão abrigando focos do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, do vírus da zika e da febre chikungunya. A situação preocupa os moradores porque a cidade enfrenta uma epidemia de dengue, com 15,6 mil casos registrados até fevereiro.
Em nota, a Prefeitura informou que a maioria desses prédios são particulares e que os proprietários são responsáveis pela manutenção. Entretanto, a administração destacou que entrará com ações na Justiça para obter autorizações para vistoriar os imóveis. Caso os focos sejam constatados, os donos podem ser multados.
Moradora do bairro Jardim Botânico, na zona sul da cidade, a dona de casa Jacqueline Helaine Silveira conta que, da janela do apartamento onde mora, consegue ver a água acumulada no topo de um prédio em construção na Avenida Carlos Eduardo de Gasperi Consoni.
O empreendimento a que ela se refere é o Residencial Arboretto, cujas obras deveriam ter sido concluídas em março de 2011, mas a entrega foi adiada e suspensa, posteriormente. O local está abandonado e possui tábuas de madeira, vigas de aço restos de materiais de construção.
"A prefeitura tinha nos dado o prazo de um mês para resolver esse problema. Já se passou o dobro e ninguém veio nos ajudar. Não adianta nada a gente fazer a nossa parte dentro de casa, se os vizinhos ao lado não nos ajudam", afirma Jacqueline, destacando que o marido e a empregada doméstica já tiveram dengue.
A professora Lúcia Helena de Oliveira Pilegi também reclama da situação de abandono do local, afirmando que o mato alto já encobre toda a calçada, impedindo a passagem de pedestres próximo à avenida.
"Meu marido é cadeirante e não tem como usar a calçada. Nós já ligamos para a prefeitura, para o dono do terreno, fizemos de tudo e continuamos esperando uma solução", afirma a professora.
Na Rua General Osório, no Centro da cidade, a situação é semelhante: um prédio cujas obras foram abandonado há 19 anos também acumula lixo e água parada, segundo conta a secretária Jenifer Zanete Avelino, que trabalha em frente ao local há cinco anos.
"Tem até gente morando ali, de tão abandonado que está. Tem gente lá o dia inteiro, como se não fosse de ninguém", afirma.
Outro prédio que teve a construção interrompida há 15 anos, na Avenida Arnaldo Victaliano, no Jardim Palma Travassos, também é alvo de reclamações. No primeiro andar, roupas estendidas em um varal improvisado denunciam que o local também já foi invadido.
"Acho que tem que demolir, é um lugar perigoso", diz a professora Mara Adriana, vizinha da construção abandonada.
Obras abandonadas
Procurado pelo G1, o empresário Ademar Martins, da incorporadora Toya Martins, responsável pela obra do Residencial Arboretto, não se manifestou sobre o caso até a publicação dessa matéria.
Procurado pelo G1, o empresário Ademar Martins, da incorporadora Toya Martins, responsável pela obra do Residencial Arboretto, não se manifestou sobre o caso até a publicação dessa matéria.
Em relação às obras do prédio na Avenida Arnaldo Victaliano, a construtora responsável pela obra faliu em 1999 e, desde então, a construção do prédio foi interrompida.
Já o advogado Matheus Couto Benedetti, que representa as famílias proprietárias do terreno onde fica o prédio da Rua General Osório, disse que os responsáveis irão até o local para uma vistoria e tomarão as medidas necessárias.
Benedetti ressalta que a construção está abandonada há 20 anos e faz apenas um mês que as famílias se tornaram responsáveis pela manutenção do local, embora ainda caiba recurso.
Vizinhos dizem que tem pessoas morando no primeiro andar de prédio inacabado (Foto: Maurício Glauco/EPTV)Fonte: http://g1.globo.com/sp/ribeirao-preto-franca/noticia/2016/03/obras-abandonadas-abrigam-focos-de-aedes-aegypti-em-ribeirao-preto.html
Nenhum comentário :
Postar um comentário