01/06/2016 10h48
- Atualizado em
01/06/2016 10h48
Casos de chikungunya em Fortaleza quase dobram em uma semana
Número de confirmações passou de 800 para 1.585 na capital cearense.
Febre chikungunya é transmitida pelo mosquito Aedes aegypti.
Febre chikungunya: classificação dos bairros segundo o registro de casos confirmados, em Fortaleza (Foto: Divulgação/SMS)
O número de casos confirmados de febre chikungunya em Fortaleza subiu, em uma semana, de 800 para 1.585, que representa um aumento de 99%, segundo o último boletim da Secretaria Municipal da Saúde (SMS). Só este ano, foram notificadas 3.097 suspeitas da doença. No total, 903 casos suspeitos ainda estão sendo investigados e 494 foram descartados.A regional I concentra o maior número de casos: foram 502 confirmados e 985 notificados - seguida da regional III (436 confirmados e 685 notificados) e regional IV (328 confirmados e 533 notificados).
Vila Ellery é o bairro com o maior número de confirmações de chikungunya, com 113 casos, além de outros 192 notificados. Outros bairros com alto número de casos são: Monte Castelo (93 confirmações), Montese (92), Antonio Bezerra (68), Cristo Redentor (66), Jacarecanga (66), Jóquei Clube (63) e Henrique Jorge (55).
Casos de chikungunya confirmados em Fortaleza em 2016 | ||||
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Janeiro | Fevereiro | Março | Abril | Maio |
14 | 70 | 278 | 589 | 634 |
Fonte: SMS |
O boletim aponta que os números de 2016 sugerem que Fortaleza apresenta um cenário de transmissão autóctone sustentada. "Fortaleza já tem circulação viral. O cidadão está com febre, o mosquito, que é o vetor, suga e infecta o próximo", explica o gerente da célula de Vigilância Ambiental e de Riscos Biológicos, Nélio Morais.
A SMS registrou também maior incidência nos meses de abril e maio, quando acontece maior dispersão da circulação do vírus pelos bairros da cidade.
Em compensação, comparado com a dengue, o novo vírus mata com menos frequência. Em idosos, quando a infecção é associada a outros problemas de saúde, ela pode até contribuir como causa de morte, porém complicações sérias são raras, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Chikungunya e os sintomas
Por ser transmitido pelo mesmo vetor da dengue, o mosquito Aedes aegypti, e também pelo mosquito Aedes albopictus, a infecção pelo chikungunya segue os mesmos padrões sazonais da dengue. O risco aumenta em épocas de calor e chuva, mais propícias à reprodução dos insetos. Eles também picam principalmente durante o dia.
Entre quatro e oito dias após a picada do mosquito infectado, o paciente apresenta febre repentina acompanhada de dores nas articulações.
Outros sintomas, como dor de cabeça, dor muscular, náusea e manchas avermelhadas na pele, fazem com que o quadro seja parecido com o da dengue. A principal diferença são as intensas dores articulares.
Em média, os sintomas duram entre 10 e 15 dias, desaparecendo em seguida. Em alguns casos, porém, as dores articulares podem permanecer por meses e até anos.
De acordo com a OMS, complicações graves são incomuns. Em casos mais raros, há relatos de complicações cardíacas e neurológicas, principalmente em pacientes idosos. Com frequência, os sintomas são tão brandos que a infecção não chega a ser identificada, ou é erroneamente diagnosticada como dengue.
Não há um tratamento capaz de curar a infecção, nem vacinas voltadas para preveni-la. O tratamento é paliativo, com uso de antipiréticos e analgésicos para aliviar os sintomas.
Se as dores articulares permanecerem por muito tempo e forem dolorosas demais, uma opção terapêutica é o uso de corticoides.
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