2/6/2016 às 08h16 (Atualizado em 2/6/2016 às 09h27)
Fumo: ministro da Saúde evita embalagem padrão de cigarro
Barros diz não haver no momento evidência que demonstre que a medida traz benefícios
Apesar da resistência do ministro, a adoção de "maços genéricos" é recomendada pela Organização Mundial da Saúde
Fotos Públicas/USP Imagens
O ministro da Saúde, Ricardo Barros, vai manter distância por enquanto
de um assunto considerado essencial por grupos que lutam pela redução do
tabagismo no Brasil, a obrigatoriedade de embalagem padronizada dos
maços de cigarro. O ministro justifica a decisão afirmando não haver no
momento nenhuma evidência que demonstre que a medida traz benefícios
para a saúde pública.
Barros é engenheiro e deputado licenciado do PP, partido que tem entre seus quadros vários integrantes que defendem a indústria do tabaco. Entre eles está o deputado federal pelo Rio Grande do Sul Luiz Carlos Heinze.
— Uma coisa é certa. Isso é péssimo para nossa economia. Não podemos adotar uma restrição como essa, justamente num momento de crise.
Apesar da resistência do ministro, a adoção de "maços genéricos" é recomendada pela Organização Mundial da Saúde. A Convenção-Quadro para o Tabaco, acordo internacional com medidas para reduzir e prevenir a dependência do fumo, recomenda a retirada de todo apelo visual das embalagens do produto.
A estratégia, avalia a OMS, ajuda a reduzir a experimentação por jovens. Maços padronizados seriam menos atrativos. Ao mesmo tempo, mensagens de advertência, hoje já presentes, ganhariam destaque.
"A maior mentira de um fumante é achar que nada vai acontecer com ele", diz médico.
Atualmente, há três projetos tramitando no Congresso com propostas tornando obrigatória embalagens padronizadas. Um dos textos é de autoria do atual colega de Barros na Esplanada, o ministro de Relações Exteriores, José Serra. A proposta está em tramitação no Senado.
Imagem
Além de manter silêncio sobre a votação das propostas no Congresso, o ministro evitou ter sua imagem associada à campanha em defesa da embalagem genérica, recomendada pela OMS. Anteontem, quando se comemorou o Dia Mundial sem Tabaco, um evento foi realizado no Instituto Nacional do Câncer justamente para discutir mudanças nas embalagens. Barros desmarcou sua participação, afirmando para interlocutores acreditar que o tema era "complexo."
O ministro argumenta que poucos países adotaram a medida recomendada pela OMS. A equipe de Barros questiona, ainda, se uma eventual "economia" com despesas na propaganda não poderia ser usada para estratégias distintas, que incentivassem o consumo.
A Austrália instituiu embalagens genéricas para cigarros em 2012. França e Reino Unido seguiram a iniciativa neste ano. Canadá, Nova Zelândia e Noruega afirmam que também devem adotar a política.
Desde 2012, as taxas de experimentação de cigarros entre adolescentes australianos caiu de 23,3% para 19,1%. Para Heinze, porém, a comparação com a Austrália não pode ser feita. "Não produzem o que produzimos. Vou lutar contra a proposta até o fim."
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Fonte: http://noticias.r7.com/saude/fumo-ministro-da-saude-evita-embalagem-padrao-de-cigarro-02062016
Barros é engenheiro e deputado licenciado do PP, partido que tem entre seus quadros vários integrantes que defendem a indústria do tabaco. Entre eles está o deputado federal pelo Rio Grande do Sul Luiz Carlos Heinze.
— Uma coisa é certa. Isso é péssimo para nossa economia. Não podemos adotar uma restrição como essa, justamente num momento de crise.
Apesar da resistência do ministro, a adoção de "maços genéricos" é recomendada pela Organização Mundial da Saúde. A Convenção-Quadro para o Tabaco, acordo internacional com medidas para reduzir e prevenir a dependência do fumo, recomenda a retirada de todo apelo visual das embalagens do produto.
A estratégia, avalia a OMS, ajuda a reduzir a experimentação por jovens. Maços padronizados seriam menos atrativos. Ao mesmo tempo, mensagens de advertência, hoje já presentes, ganhariam destaque.
"A maior mentira de um fumante é achar que nada vai acontecer com ele", diz médico.
Atualmente, há três projetos tramitando no Congresso com propostas tornando obrigatória embalagens padronizadas. Um dos textos é de autoria do atual colega de Barros na Esplanada, o ministro de Relações Exteriores, José Serra. A proposta está em tramitação no Senado.
Imagem
Além de manter silêncio sobre a votação das propostas no Congresso, o ministro evitou ter sua imagem associada à campanha em defesa da embalagem genérica, recomendada pela OMS. Anteontem, quando se comemorou o Dia Mundial sem Tabaco, um evento foi realizado no Instituto Nacional do Câncer justamente para discutir mudanças nas embalagens. Barros desmarcou sua participação, afirmando para interlocutores acreditar que o tema era "complexo."
O ministro argumenta que poucos países adotaram a medida recomendada pela OMS. A equipe de Barros questiona, ainda, se uma eventual "economia" com despesas na propaganda não poderia ser usada para estratégias distintas, que incentivassem o consumo.
A Austrália instituiu embalagens genéricas para cigarros em 2012. França e Reino Unido seguiram a iniciativa neste ano. Canadá, Nova Zelândia e Noruega afirmam que também devem adotar a política.
Desde 2012, as taxas de experimentação de cigarros entre adolescentes australianos caiu de 23,3% para 19,1%. Para Heinze, porém, a comparação com a Austrália não pode ser feita. "Não produzem o que produzimos. Vou lutar contra a proposta até o fim."
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Fonte: http://noticias.r7.com/saude/fumo-ministro-da-saude-evita-embalagem-padrao-de-cigarro-02062016
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