segunda-feira, 29 de maio de 2017

Entenda por que chuvas intensas atingem estados do Nordeste e do Sul

Chuvas provocaram alagamentos e deixaram desabrigados em cidades de Pernambuco, Alagoas e Rio Grande do Sul. 

 
Nos últimos dias, cidades de Pernambuco, Alagoas e Rio Grande do Sul foram atingidas por fortes chuvas, que fizeram mais de 30 mil pessoas deixarem suas casas. Entenda os fenômenos que têm provocado as chuvas no Nordeste e no Sul: 

No Nordeste, o fenômeno ocorre por causa de um fluxo de vento que vem do oceano carregado de ar úmido, formando nuvens carregadas na costa e na Zona da Mata. De acordo com o meteorologista Celso Oliveira, da Somar Meteorologia, trata-se de um sistema chamado onda de leste, comum nesta região no outono e inverno. 

“No caso do Nordeste, apesar de todos os transtornos provocados pela chuva, é normal chover forte no meio do ano. Este ano, está chovendo mais do que a média histórica, mas isso não é considerado estranho”, diz Oliveira. 

Essa situação deve continuar nas próximas semanas, mas as chuvas devem caminhar para a região mais ao norte do Nordeste, atingindo capitais como Natal, Fortaleza e São Luís nos próximos dias. 

Já no Sul, a chuva é provocada por frentes frias que estão com dificuldade para avançar sobre o estado em direção ao Sudeste por causa de um bloqueio atmosférico. “É comum a formação de frentes frias, que são sistemas chuvosos que provocam queda de temperatura. Elas se formam na região do Uruguai, atravessam a região Sul, passam por São Paulo e vão para o oceano”, diz Oliveira. 

O que ocorre agora é que os ventos no Rio Grande do Sul estão a uma grande altitude, fazendo com que as frentes frias se desloquem mais lentamente e fiquem mais tempo atuando sobre o estado, o que faz com que despejem uma quantidade de chuva acima da média na região. 

As chuvas no Sul devem continuar nos próximos dias, afetando principalmente o Paraná a partir do fim de semana. 

No interior do Brasil, em áreas do Centro-Oeste e Sudeste, um sistema de alta pressão tem provocado a redução da umidade e da chuva nos últimos dias. Ainda assim, segundo Oliveira, o outono de 2017 tem sido mais úmido do que o normal, mesmo nessas regiões. 

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