Risco de inundação faz Defesa Civil retirar moradores de casas em Rio Largo e União
Municípios do Vale do Paraíba e do Vale do Mundaú estão sob alerta em Alagoas. Recomendação é para que moradores deixem as residências que ficam próximas do curso d'água.
A Defesa Civil de Alagoas emitiu um alerta aos municípios que compõem o
Vale do Paraíba e o Vale do Mundaú na noite deste domingo (28), por
causa do nível elevado dos rios. Moradores de Rio Largo e de União dos
Palmares estão sendo retirados das casas que ficam mais próximas do
curso d'água por questão de segurança.
Chove no estado há uma semana, mas os estragos se intensificaram a partir da madrugada de sábado (27), quando deslizamentos deixaram 4 mortos e mais de 30 feridos. 5 pessoas estão desaparecidas e mais de mil famílias desalojadas ou desabrigadas.
De acordo com o major Moisés, da Defesa Civil, equipes estão retirando
com urgência os ribeirinhos das casas. “As chuvas que estão em
Pernambuco estão subindo muito os níveis dos rios (Paraíba e Mundaú). A
água que vem de lá está transbordando os rios em União dos Palmares e
Rio Largo”, afirma o major.
De acordo com a Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos
Hídrico (Semarh), os rios ainda não transboradaram, mas estão muito
cheios e há risco de inundação. O Rio Mundaú subiu 20 centímentros em
União e 25 centímetros em Rio Largo.
Compõem o Vale do Paraíba os municípios de Atalaia, Capela, Cajueiro,
Viçosa, Mar Vermelho, Chã Preta, Paulo Jacinto, Quebrangulo, Maribondo,
Anadia, Boca da Mata, Tanque d'Arca e Pindoba.
No Vale do Mundaú, são os municípios de São José da Laje, Santana do
Mundaú, União dos Palmares, Branquinha, Murici, Messias, Rio Largo,
Satuba e Santa Luzia do Norte.
A orientação é para que os moradores destas regiões deixem suas casas e busquem abrigo em um local seguro.
Ezildo Pedro, dono de uma loja no centro de Rio Largo, é um dos
comerciantes que estão esvaziando os imóveis. "É uma questão de
prevenção, já aconteceu uma enchente em 2010 e, como a gente não quer
aventurar, é melhor se prevenir".
Ajuda do governo federal
Esta noite, o presidente Michel Temer (PMDB) se reuniu, em Maceió, com o
prefeito da cidade, Rui Palmeira (PSDB), e com o governador de Alagoas,
Renan Filho (PMDB), para discutir a situação das áreas atingidas pelas chuvas.
"Dois fatores se apresentaram aqui. Um, nós precisamos cumprir a
emergência, ou seja, recuperar logo aqueles danos provocados pela chuva.
E mais adiante, não se trata de emergência, obras indispensáveis que
sejam preventivas, ou seja, nós temos que proteger as encostas para que
não hajam deslizamentos", disse Temer.
Ele falou também sobre a situação das pessoas que tiveram que deixas as
suas casas, disse que é preciso reconstruir logo o que foi destruído,
mas não da verba a ser destinada às áreas atingidas.
"Valores não tenho ainda, preciso verificar quais os danos e o que é que é preciso fazer, mas logo nós teremos resposta para isso", disse o presidente.
Buscas pelos desaparecidos
O Corpo de Bombeiros e a Defesa Civil continuam trabalhando nas buscas
pelos desaparecidos. Nesta tarde, o trabalho ganhou reforço do Exército
Brasileiro.
Quatro pessoas da mesma família foram soterradas por um deslizamento na Grota do Santo Amaro, no sábado (27). Nesta tarde, um outro adolescente sumiu quando nadava no Rio Mundaú, em Satuba.
Os bombeiros divulgaram um balanço na tarde deste domingo, informando
que as buscas foram retomadas às 15h e que se estenderiam até certa hora
da noite. O trabalho deve ser retomado na manhã seguinte.
Cidades atingidas
Maceió, Marechal Deodoro, Pilar e Rio largo decretaram emergência por
causa dos danos causados pelo temporal. Em Paulo Jacinto, o prefeito
decretou estado de alerta.
Na capital, 212 famílias estão desabrigadas e outras 650 desalojadas
(tiveram de buscar abrigo em casa de amigos ou parentes). O pedreiro
Cícero Avelino dos Santos, 53, foi um dos que tiveram a casa destruída.
"Em questão de segundos a minha cama levantou comigo e me tirou do
lugar. Quando caiu o primeiro lance da barreira, eu já estava acordado.
Quando começou a cair, a geladeira já foi pro chão. Quando ela virou, eu
já fiquei acordado sem ação. Já eram 3h da manhã e eu saí de casa. Uma
hora depois eu saí para casa do meu vizinho. Veio outro lance de
barreira. Se eu tivesse ficado, teria morrido", relata o pedreiro.
Em Marechal, subiu para cerca de 600 o número de famílias tiveram que
deixar as suas casas. A prefeitura informou que só deve ter um cenário
exato de desabrigados e desalojados na segunda (29).
Pilar, 30 famílias desabrigadas e 35 desalojadas, e em Atalaia são 200
famílias desalojadas. Em Jacuípe, famílias foram desalojadas e
desabrigadas durante esta madrugada, por causa da elevação do nível do
rio, que dá nome à cidade. Segundo o governo, ainda não se tem números
porque o município da região Norte encontra-se sem comunicação.
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