51% dos brasileiros nunca consultaram um urologista

CÂNCER DE PRÓSTATA – 51% dos brasileiros nunca consultaram um urologista
O dado é fruto de um estudo realizado neste ano pela Sociedade Brasileira de Urologia. E passa também pelo falado toque retal. O exame leva apenas alguns segundos, mas falar sobre isso ainda causa preconceito. O que é preocupante, já que 69 mil homens por ano descobrem ter um câncer de próstata e esse simples exame pode diagnosticá-lo precocemente.
O Instituto Lado a Lado pela Vida investe no Novembro Azul, campanha que objetiva falar sobre a importância da prevenção desse tipo de câncer. “Esse projeto foi lançado por nós para falar de um assunto pouco divulgado no País. No início foi muito difícil. A saúde do homem no Brasil é algo cultural”, explica Marlene Oliveira, presidente do Instituto.
Em 2014, a ação impactou 75 milhões de pessoas. Em 2015, a campanha continuou com muita força e realizou circuitos de saúde, além da ação que ilumina monumentos públicos, como Cristo Redentor, Biblioteca Mario de Andrade, Senado Federal e Ópera de Arame. “Sempre vamos onde o homem está. Estamos nos centros de automobilismo, nos estádios de futebol. A CBF é uma grande parceira, inclusive. Estamos nas empresas, dando palestras, e agora temos feito uma roda de conversas nos hospitais. Mas ainda é muito complicado, eles tendem a não falar sobre o assunto”, comentou Marlene.
De acordo com Jorge Silva, urologista e presidente da Frente Parlamentar de Atenção Integral à Saúde do Homem, a política nacional de atenção à saúde do homem avançou pouco. “Criada em 2009, teve uma grande mídia, mas, no ponto de vista do financiamento, ficou restrita a um departamento do Ministério da Saúde, e a situação mudou muito pouco.”
A Lei 13.045 objetiva garantir maior efetividade no combate ao câncer de próstata, sensibilizando os profissionais de saúde, além de capacitá-los quanto a novos avanços nos campos da prevenção e da detecção precoce do câncer de próstata no SUS.
De acordo com o Dr. Fernando Maluf, na prática não é bem assim que acontece. “É com pesar que digo que a mortalidade desse tumor aumenta em nosso País. E isso acontece devido ao grande abismo que temos no tratamento. Cerca de 1/3 dos pacientes que utilizam o SUS já estão com o câncer de próstata em estado avançado. E isso está ligado à falta de acesso às tecnologias adequadas para o diagnóstico e o tratamento. Acontece que 12% dos procedimentos no SUS correspondem a 55% do gasto na saúde privada. E 88% dos procedimentos feitos no SUS correspondem a 45% do total na saúde privada. Ou seja, as chances de cura, infelizmente, estão ligadas a quanto a pessoa pode pagar.”
Para Valéria Hartt, diretora de conteúdos da OncoNews, um caminho pode ser a utilização de novos programas. “Precisamos de uma retaguarda que permita ao homem se sentir mais confortável no momento da busca por um tratamento. Devemos ter mais programas em centros específicos.”
Créditos: ABRALE – http://www.abrale.org.br
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