8/3/2016 às 00h30 (Atualizado em 8/3/2016 às 11h45)
Mulher diagnosticada com Parkinson aos 36 anos desabafa: "A sensação é que você vai definhar"
Danielle Ianzer diz que começou a manifestar sintomas da doença aos 30

“A sensação é que você vai ficar incapacitada, vai definhar”. É assim que a pesquisadora Danielle Ianzer, hoje aos 40 anos de idade e moradora de Goiânia (GO), define sua condição depois de ter sido diagnosticada com a Doença de Parkinson aos 36.

Apesar de ter tido a certeza do diagnóstico quando tinha 36 anos, Danielle conta que os sintomas surgiram quando ela ainda estava com 30 — logo após uma cirurgia de apendicite
— Começou com um tremor na mão esquerda. Depois subiu para o braço, e, em seguida, para o braço direito. E aí veio a dificuldade de andar e os desequilíbrios.
— Começou com um tremor na mão esquerda. Depois subiu para o braço, e, em seguida, para o braço direito. E aí veio a dificuldade de andar e os desequilíbrios.
Esses sintomas, somados à lentidão nos membros e dificuldades para realizar movimentos simples, fizeram com que Danielle suspeitasse de que havia algo errado. Incapaz de realizar simples tarefas domésticas, ela se sentia “diferente”, e entrou em um quadro de depressão.
— Foi a martelada final para eu dizer que tudo tinha acabado.
— Foi a martelada final para eu dizer que tudo tinha acabado.
Danielle diz que seus tremores costumam se manifestar quando ela se movimenta. Para evitar que a doença piore, a pesquisadora toma remédios diariamente, além de fazer terapia psicológica, fisioterapia e fonoaudiologia.
O intervalo de seis anos entre os primeiros sintomas e o diagnóstico fizeram com que seu quadro piorasse, relembra Danielle. Além disso, ela acredita que o fator emocional foi “crítico” para a piora dos sintomas.
— Quando recebi o diagnóstico, estava com o sistema motor bem melhor do que hoje, mas, psicologicamente, não estava bem. Hoje, com o meu emocional melhor, consegui estabilizar um pouco a doença.
Por conta da doença, a pesquisadora diz que sua vida mudou drasticamente. Ela teve que adaptar seus hábitos, e passou a depender mais da ajuda do marido.
— Uma coisa que o paciente tem que saber é que nada vai ser como antes. As dificuldades no dia a dia são muito graves, tem momentos em que eu não consigo fazer nada.
— Uma coisa que o paciente tem que saber é que nada vai ser como antes. As dificuldades no dia a dia são muito graves, tem momentos em que eu não consigo fazer nada.
Apesar da depressão, Danielle conta que ficou curiosa e começou a pesquisar se haviam outras pessoas no País diagnosticadas com Parkinson tão jovens quanto ela.
— Tive uma certa dificuldade para encontrar pessoas jovens com a doença. Não existe nenhum programa voltado só para pessoas mais novas portadoras da doença.
Com isso, Danielle teve a ideia de criar um projeto chamado Vibrar com Parkinson, que tem como objetivo ampliar o conhecimento da população em relação à manifestação precoce da doença.
Hoje, a pesquisadora mantém um site, onde os usuários podem encontrar informações básicas sobre a condição, seus tratamentos e sintomas, além de dicas sobre como evitar quedas e outras utilidades.
A coordenadora do projeto também criou um grupo no aplicativo de mensagens WhatsApp no qual pacientes portadores de Parkinson precoce podem trocar experiências.

Nas redes sociais, o projeto divulga campanhas de conscientização — além de contar com o apoio de diversas celebridades que ajudam a divulgar a causa. Na foto, Danielle aparece com o padrinho do projeto, o ator Raphael Montagner.
A Doença de Parkinson é causada por uma grande diminuição da produção da substância dopamina em nosso corpo. Trata-se de um neurotransmissor que ajuda na transmissão de informações entre as células do sistema nervoso – que controla os nossos movimentos. Conforme envelhecemos, as células nervosas que produzem dopamina vão morrendo progressivamente. Por isso, a ocorrência da condição em pessoas com menos de 40 anos é bastante rara.
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