Anvisa muda as regras para os rótulos dos alimentos com e sem lactose; Bem Estar explica
O mercado brasileiro de alimentos terá três tipos de rotulagem para a lactose: "zero lactose" ou "baixo teor", para os produtos cujo teor de lactose tenha sido reduzido e "contém lactose", nos demais alimentos com a presença desse açúcar. Os rótulos devem ser adequados até 2019.
Esta semana, a Anvisa definiu as regras para que os rótulos de todos os
alimentos industrializados tenham informação sobre a lactose, um açúcar
do leite que muita gente tem dificuldade de digerir. Cerca de 40% da
população brasileira tem algum tipo de intolerância aos derivados do
leite.
No Bem Estar desta sexta-feira (3), a médica alergista Ariana Yang
explica que existem níveis diferentes de intolerância, mas será que é
pra vida toda? Quais as formas de identificar esse problema e a
diferença da intolerância para a alergia? A nutricionista Renata Pinotti
explica e tem ainda o significado dos novos rótulos: contém lactose,
baixo teor de lactose e zero lactose.
O que é alergia ao leite? É
uma reação do corpo às proteínas do leite, que são caseína,
alfa-lactoalbumina e beta-lactoglobulina. Quando as proteínas passam
pelo intestino, o sistema imunológico reconhece como inimigas e aciona
as células do corpo como resposta de ataque. Os sintomas variam de
acordo com a célula que foi acionada.
A reação independe da quantidade de lactose ingerida, ou seja, quem tem
alergia não pode comer nada que contenha o açúcar do leite e qualquer
quantidade é suficiente para causar reação.
Sintomas da alergia ao leite - A
reação pode ser em toda parte do corpo. Alguns sintomas se confundem
com os da intolerância à lactose, como diarreia, dor e distensão
abdominal e sangue nas fezes. Os sintomas mais graves são: choque
anafilático e falta de ar com tosse.
O que é intolerância à lactose? É
a dificuldade de digerir a lactose, que é o açúcar do leite. A lactose é
digerida pela enzima lactase, produzida pelo intestino. Quando a
produção dessa enzima é pequena, a lactose não digere bem e causa vários
sintomas que são desconfortáveis, mas não são graves, como os da
alergia ao leite.
Há 3 tipos de intolerância à lactose:
1) Intolerância genética - é a mais comum. É quando a produção da
enzima lactase diminui com o processo do envelhecimento. Este tipo de
intolerância é definitivo.
2) Intolerância à lactose secundária aguda ou crônica - Acontece em
consequência de uma inflamação no intestino, como, por exemplo, uma
intoxicação alimentar, ou seja, é secundária a outro problema.
Quando a inflamação do intestino é aguda, é preciso esperar o órgão
desinflamar para poder voltar a consumir alimentos com lactose sem
nenhuma consequência. A intolerância à lactose nas crianças geralmente é
aguda, ou seja, elas vão poder comer alimentos com lactose no futuro.
Já quando a inflamação do intestino é crônica, como de quem sofre de
doença celíaca, a inflamação está sempre presente e o consumo de
alimentos com lactose não é recomendado.
3) Intolerância à lactose congênita - é mais rara. A pessoa nasce com
baixa produção de lactase no intestino e tem, inclusive, intolerância ao
leite materno.
Sintomas da intolerância à lactose - Os
principais sintomas da intolerância são abdominais, como dor e
distensão abdominal, gases, diarreia ou constipação, náusea e vômitos.
ANVISA - A
rotulagem de lactose garante informação ao consumidor. A medida também
abrange bebidas, ingredientes, aditivos alimentares e qualquer outro
coadjuvante para alimentos.
A declaração da presença de lactose será obrigatória nos alimentos com
mais de 100 miligramas (mg) de lactose para cada 100 gramas ou
mililitros do produto. Ou seja, qualquer alimento que contenha lactose
em quantidade acima de 0,1% deverá trazer a expressão "contém lactose"
em seu rótulo.
Com a instituição dessas regras, o mercado brasileiro de alimentos terá
três tipos de rotulagem para a lactose: "zero lactose" ou "baixo teor",
para os produtos cujo teor de lactose tenha sido reduzido e "contém
lactose", nos demais alimentos com a presença desse açúcar. Os rótulos
devem ser adequados até 2019.
O prazo foi definido com base no tempo que a indústria e seus
fornecedores precisam para adequação e também para esgotarem os estoques
atualmente existentes.
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