Governo federal reconhece emergência por febre amarela em cidades de MG sem casos confirmados
Coronel Fabriciano, Governador Valadares e Manhumirim não têm nenhuma confirmação, segundo Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais.
As cidades de Coronel Fabriciano (MG), Governador Valadares (MG),
Manhumirim (MG) e Teófilo Otoni (MG) tiveram a situação de emergência
por causa da febre amarela reconhecida pelo Ministério da Integração
Nacional. A medida foi publicada pelo Diário Oficial da União (DOU)
nesta segunda-feira (20).
Porém, de acordo com boletim divulgado pela a Secretaria de Estado de
Minas Gerais (SES) na última sexta-feira (17), Governador Valadares,
Coronel Fabriciano e Manhumirim não têm nenhum casos confirmados da
doença. Teófilo Otoni tem nove, número bem menor que Ladainha (MG), com
27 confirmações; Caratinga (MG), com 21; Novo Cruzeiro, com 19; Ipanema ,
com 13, e Itambacuri, com 12, que não tiveram situação de emergência
reconhecida.
Das 78 mortes confirmadas por febre amarela, apenas Teófilo Otoni aparece no boletim da SES entre as cidades em estado de emergência. Sete pessoas morreram no município.
Em nota, o Ministério da Integração Nacional informou que vários
municípios solicitaram reconhecimento federal por situação de emergência
devido à febre amarela (por meio do envio de documentação). Os quatro
de hoje estão dentro dos requerimentos. A pasta disse ainda que os
pedidos são passados pelos estados.
Já o governo de Minas Gerais decretou no dia 13 de janeiro deste ano
situação de emergência no entorno das áreas de Coronel Fabriciano,
Governador Valadares, Manhumirim e Teófilo Otoni, contemplando 152
cidades. Sobre este dado, o Ministério da Integração Nacional disse que
as solicitações dos estados são analisadas pela equipe técnica da pasta,
de acordo com critérios da Defesa Civil Nacional.
A SES informou em nota que "toda a documentação foi toda remetida pela
Defesa Civil Estadual, em conformidade com o acordado junto ao
Ministério da Integração Nacional pela Defesa Civil de Minas Gerais".
A secretaria disse ainda que o decreto estadual não depende do governo
federal porque ele "já permitiu à SES executar uma série de atos que,
sem a sua publicação, não seria possível (como a contratação emergencial
de pessoal, a liberação emergencial de recursos, a execução de despesas
não programadas com viagens e diárias para o apoio aos municípios
etc.). Havia, sim, a tramitação em paralelo para reconhecimento
nacional, cuja responsabilidade e acompanhamento é da Defesa Civil, e
não da SES".
De acordo com boletim divulgado pela secretaria nesta sexta-feira. há
1.012 casos notificados suspeitos de febre amarela relacionados ao
estado. Desses, 220 estão confirmados e 57 foram descartados. Outros 735
casos estão sob investigação.
De acordo com a secretaria, 78 mortes pela doença já foram confirmadas e
outras 96 são investigadas. A maioria das mortes está relacionada a
cidades dos vales do Rio Doce e do Mucuri. Há ainda mortes relacionadas a
cidades do Sul de Minas e do Norte do Estado.
O reconhecimento da situação de emergência permitem que os municípios
possam pedir, por exemplo, o envio de recursos federais para combater a
doença, mas para isso, é necessário que um plano de ação seja
apresentado.
O G1 procurou as prefeituras das cidades mineiras listadas na portaria divulgada pelo Diário Oficial da União. O
secretário municipal de saúde de Manhumirim, Robson Feitosa Pereira,
disse que não tinha conhecimento da publicação, e que o município
aguarda a divulgação de uma nota técnica da Secretaria de Estado de
Saúde de Minas Gerais (SES – MG), para saber da situação atual da cidade
quanto ao caso. Ele disse ainda que duas notificações foram feitas na
cidade, sendo uma delas uma morte confirmada por febre amarela.
A prefeitura de Governador Valadares não enviou retorno sobre o assunto
até o fechamento desta matéria. Na cidade, foram vacinadas mais de 100
mil pessoas contra a doença, e um macaco morreu por febre amarela na
cidade, no último dia 9.
As prefeituras de Coronel Fabriciano e Teófilo Otoni também não retornaram as ligações.
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