quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

'Ele ficava incomodado e agressivo': mãe crê que bebê 'detectou' câncer de mama

Teddy afastava sua mãe quando ela tentava alimentá-lo; comportamento do bebê fez com que Sarah Boyle reexaminasse cisto no seio.

Uma mãe britânica afirma que seu bebê "salvou sua vida" ao ajudar a detectar um câncer de mama por se recusar a mamar. 

Sarah Boyle, de 26 anos, conta que, aos seis meses de idade, seu filho Teddy de repente "ficou muito incomodado" quando tentava se alimentar de seu peito direito. 

A jovem de Staffordshire, na Inglaterra, disse que o comportamento continuado do filho a convenceu a reexaminar um cisto que tinha sido identificado como benigno. 

Hoje, Boyle está sendo tratada para o câncer de mama triplo-negativo de grau dois (nível intermediário de agressividade). 

Já houve relatos de que bebês podem sentir mudanças nas mamas, mas isso não tem sido aceito como um indício de câncer pela comunidade médica.

Mudança no comportamento

A britânica diz que seu filho, que hoje tem quase um ano, tinha se adaptado "fantasticamente bem" à amamentação, mas seu comportamento mudou no ano passado. 

Ela tentou alimentar Teddy em diferentes posições ao longo de várias semanas e se perguntou se havia algo de errado com o pescoço dele, mas agora acredita que o leite de seu seio direito tinha um sabor diferente. 

"Ele ficou muito infeliz e até agressivo. Um bebê de oito meses afastar sua mãe era algo realmente doloroso", relata. 

Boyle foi diagnosticada com um cisto benigno em seu seio direito em 2013 e diz que, quando pediu para ser reexaminada, afirmaram que ela não precisaria se preocupar. 

No entanto, como o comportamento de Teddy persistiu, a mãe também notou que o cisto tinha se tornado "mais rígido" e doloroso, e que seu peito tinha mudado de forma. 

Ela voltou a um médico e, mais tarde, uma biópsia confirmou o câncer. 

"Eu lembro que era 11h55 no dia 16 de novembro", relata.

Momentos difíceis

Boyle está no meio do tratamento de quimioterapia, realizado no Royal Stoke University Hospital. 

A inglesa, que fará uma mastectomia dupla e uma reconstrução, conta que Teddy, seu marido e o restante de sua família estão passando por momentos difíceis. 

"Ninguém pode dizer com certeza que foi Teddy. Mas sei que, se não fosse por ele, tudo poderia ter sido completamente diferente se eu tivesse ouvido os médicos. Em vez disso, ouvi Teddy." 

"[É] Por causa dele que agora estou sendo tratada." 

Catherine Priestley, especialista em enfermagem clínica da Breast Cancer Care, disse que já ouviu falar de um "pequeno número de mulheres" cujos bebês pararam de mamar no peito antes do diagnóstico de câncer. 

"Embora existam muitas razões pelas quais um bebê pode parar de se alimentar, checar qualquer nova alteração mamária deve estar no topo da lista", disse. 

"Identificamos que um décimo de mulheres mais jovens diagnosticadas com câncer de mama estão grávidas ou amamentando quando primeiro percebem os sintomas." 

A médica Jasmine Just, do instituto de pesquisa Cancer Research UK, disse, porém, que não há "boas evidências de que as dificuldades de amamentar possam ser causadas pelo câncer da mama ou que a doença mude o leite materno para que um bebê possa não querer se alimentar". 

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