domingo, 1 de novembro de 2015

1/11/2015 às 07h27 (Atualizado em 1/11/2015 às 07h29)

Pesquisadores descobrem tratamento para barriga d'água até 8 vezes mais eficaz

Também chamada de esquistossomose, doença mata milhares de pessoas por ano

Da Agência Brasil

Pesquisadores do Instituto de Química da Universidade de São Paulo (USP) descobriram uma combinação de drogas que pode aumentar em até oito vezes a eficácia do tratamento da esquistossomose, doença que mata milhares de pessoas por ano.
O estudo indicou que utilizar o Omeprazol em conjunto com o Praziquantel, medicamento tradicionalmente usado para combater o verme, eleva a mortalidade dos parasitas, explica o professor de Bioquímica e pesquisador Sergio Verjovski-Almeida.
— Aumentar a eficiência de uma droga que já é usada, que é a única  recomendada pela Organização Mundial de Saúde para tratamento da esquistossomose, pode garantir um controle maior da doença.
A descoberta aconteceu através da pesquisa dos genes que permitem o Schistosoma mansoni, parasita causador da doença, resistir a mediação habitual.
— Nós fomos estudar doses menos efetivas, vendo como o parasita escapa [da medicação]. Antes dele morrer, a gente faz uma análise dos genes que ele está mudando em função da exposição com a droga.
Após identificar o conjunto de genes que dava resistência aos parasitas, os cientistas passaram a testar drogas conhecidas com capacidade de agir sobre portadores dessa carga genética. O Omeprazol tem a vantagem, segundo Almeida, de ser um medicamento já usado por seres humanos.
— Não há grande chance de ser tóxica, porque o Omeprazol já é um antiácido usado nos humanos.
Testes em animais
Com os bons resultados em laboratório, onde a combinação das substâncias aumentou entre três e oito vezes a mortalidade do Schistosoma mansoni, há a expectativa do tratamento ser testado em animais. Primeiro, para confirmar se os dois remédios juntos não são tóxicos, e, em seguida, para avaliar se a eficácia é a mesma ao ser administrada em organismos vivos.
Por enquanto, os testes foram in vitro. Um tratamento mais forte pode ser uma alternativa, na opinião de Almeida, para conter a doença em regiões com grande incidência do parasita.
— Os pacientes que vivem em zonas endêmicas são reinfectados. Então, você tem que ter um tratamento de toda a população que vive em uma região endêmica para que eles não depositem ovos através das fezes na água e reinfectem outras pessoas.
Fonte: http://noticias.r7.com/saude/pesquisadores-descobrem-tratamento-para-barriga-dagua-ate-8-vezes-mais-eficaz-01112015 

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