sábado, 30 de janeiro de 2016

Pesquisadores anunciam criação de um bioinsenticida para combater o Aedes aegypti

MANAUS – Pesquisadores da Ecobios Consultoria Ambiental e Controle de Qualidade Ltda., anunciaram a criação de um bioinseticida natural, produzido a partir de fungos encontrados em plantas e insetos da Amazônia. Os pesquisadores disseram que os fungos utilizados no desenvolvimento do bioinseticida não são tóxicos à saúde do homem e muitos já têm permissão do Ministério da Agricultura para serem usados no combate a insetos tidos como praga de agricultura.
A Ecobios Consultoria Ambiental é uma incubada no Centro de Desenvolvimento Empresarial e Tecnológico da Universidade Federal do Amazonas – Ufam. O bioinseticida foi desenvolvido com apoio do Programa de Apoio à Pesquisa em Empresas, na modalidade de Subvenção Econômica, desenvolvido pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas - Fapeam. Realizada por pesquisadores da Ufam, em parceria com o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - Inpa, a pesquisa, que durou três anos, isolou mais de 100 linhagens fúngicas de vários substratos da Amazônia.
De acordo com a doutora em Ciências Biológicas, Yamile Benaion Alencar, com os isolados identificados foram realizados cerca de 50 ensaios em laboratório. Desse número, apenas três apresentaram potencial contra as larvas e ovos do mosquito. “É um produto que não é tóxico, não agride o meio ambiente, é eficaz e ainda tem a vantagem de ser facilmente produzido. Será muito benéfico para população utilizá-lo”, disse a pesquisadora. Mas para o produto ser colocado no mercado é necessário fazer a transferência de tecnologia para empresas interessadas em realizar a produção e comercialização.
O produto elimina a larva e ovos do mosquito em até 24 horas. Por possuir uma formulação natural e simples, o custo financeiro para produção do produto é menor.  “Esperamos que os empresários tenham interesse e disponibilizem logo no mercado para população, pois essa é mais uma ferramenta de combate contra o mosquito”, disse a pesquisadora. O bioinseticida funciona de forma simples, podendo ser borrifado diretamente em água destilada na forma openspray ou também em forma de extrato, sendo que esse segundo ainda está em fase de pesquisa, podendo ser colocado em vasos ou em locais que acumulam água.
Outro diferencial do bioinseticida é que ele apresenta baixo impacto ambiental durante sua produção por utilizar apenas compostos biodegradáveis em sua formulação. A pesquisadora falou que atualmente existem vários produtos controladores do Aedes aegypti, mas o diferencial do bioinseticida desenvolvido pela equipe de pesquisa é que o produto possui origem 100% natural, além de ser extraído a partir da biodiversidade amazônica.

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