12/1/2016 às 18h13 (Atualizado em 12/1/2016 às 22h55)
Após PM reprimir 2º ato, MPL marca nova manifestação para 5ª feira
Manifestantes se reuniram na avenida Paulista, mas foram impedidos de descer a Rebouças
Ao menos sete pessoas — entre jornalistas e ativistas — ficaram feridas após a Polícia Militar impedir, nesta terça-feira (12), que manifestantes convocados pelo Movimento Passe Livre, que se concentravam na Praça do Ciclista, na avenida Paulista, iniciassem uma passeata pela avenida Rebouças.
O MPL já marcou um novo ato, para a próxima quinta-feira (14), às 17h, no Largo da Batata e no Theatro Municipal.
O MPL já marcou um novo ato, para a próxima quinta-feira (14), às 17h, no Largo da Batata e no Theatro Municipal.

O objetivo do ato era protestar contra o aumento das tarifas de ônibus, metrô e trem, de R$ 3,50 para R$ 3,80, anunciado pelas gestões Haddad e Alckmin no final do ano passado. A nova tarifa passou a valer no último sábado (9).

A PM queria que o ato descesse a rua Consolação, até a praça da República. Formando um cordão, os militares avançaram contra os manifestantes. Uma sequência de bombas foi disparada contra o grupo, que já contava com cerca de 1 mil a 2 mil pessoas.
Em entrevista coletiva, o secretário de Estado a Segurança criticou o MPL por não definir previamente o trajeto, para que linhas de ônibus sejam desviadas e pedras, que possam ser usadas como armas sejam, retiradas das ruas. Ao menos oito pessoas foram detidas.
Em entrevista coletiva, o secretário de Estado a Segurança criticou o MPL por não definir previamente o trajeto, para que linhas de ônibus sejam desviadas e pedras, que possam ser usadas como armas sejam, retiradas das ruas. Ao menos oito pessoas foram detidas.

Acima, manifestante ferido após ação da PM. Eber Veloso Carlos, que é metroviário, disse ter sido agredido por um PM com um cassetete.

O mesmo manifestante, momentos depois, recebe atendimento.

Pelo Facebook, a organização Artigo 19 manifestou-se: "Neste exato momento, a Polícia Militar do Estado de São Paulo reprime com extrema brutalidade e violência a manifestação que acontece na Av. Paulista. Muitos manifestantes estão feridos e encurralados em prédios e estacionamentos da região. ARTIGO 19 faz um apelo para que a Secretaria de Segurança Pública cesse imediatamente os atos de repressão e violência e permita que o ato prossiga garantindo a segurança dos manifestantes."

A sequência de bombas esvaziou a praça do Ciclista. Parte dos manifestantes tentaram fazer barricadas, tanto na Paulista como na Consolação.
Manifestante é atendida após PM lançar bombas na avenida Paulista.

Um repórter fotográfico também foi ferido na região da Paulista e esperou por cerca de uma hora, a procura de táxis ou outros motoristas para ser levado a um hospital. Um ambulância acabou socorrendo o jornalista, que foi para o Hospital das Clínicas.

Após a ação da PM, a manifestação se dispersou. Parte do grupo, com cerca de 300 a 400 manifestantes, desceu a Consolação. Quando o grupo chegou em Higienópolis, a PM lançou mais bombas contra os manifestantes.

Correria na rua da Consolação. Um rapaz detido na região foi levado ao 4º DP. Amigas do detido disseram que ele estava num bar, antes de o protesto começar, ele estava num bar. Ao ouvir as bombas, foi unir-se aos outros manifestantes e acabou detido.

Na região da Paulista, dois adolescentes foram detidos e levados ao 78º DP. Eles afirmaram ser moradores de rua. Um deles disse ter sido detido após pegar uma touca no chão. O outro disse que revirava uma mochila, com explosivos dentro, quando foi abordado.

PM detém manifestantes na região central da cidade.

A entrada do Instituto Cervantes foi destruída por black blocs.

Por volta das 22h, alguns manifestantes tentaram invadir a estação Anhangabaú do Metrô.

O grupo se encontrou na praça do Ciclista, na avenida Paulista, no centro de São Paulo.

A concentração estava marcada para às 17h.

Manifestantes batucavam na Paulista. Além de integrantes do MPL, movimentos como Umes, Upes, Juventude vem para Rua, Grupo Rua também marcam presença.

Assim como no primeiro ato, estudantes secundaristas marcam presença no protesto. Tailane Vasconcelos, 15 anos, estuda na escola Amália Maria dos Santos, em Itaquaquecetuba.
— A minha escola não foi ocupada, mas demos apoio. Fui no outro protesto e hoje arrastei meus amigos.
Thalie Guedes, 15 anos, estuda na EE Homero Fernando Milano em Itaquaquecetuba e também apoia o ato.
— O aumento da passagem é uma injustiça. Não tem motivo.
Augusto Andrade, 16 anos, estuda em escola particular e também é contra o aumento da tarifa na cidade.
— O governo subestima o povo.
— A minha escola não foi ocupada, mas demos apoio. Fui no outro protesto e hoje arrastei meus amigos.
Thalie Guedes, 15 anos, estuda na EE Homero Fernando Milano em Itaquaquecetuba e também apoia o ato.
— O aumento da passagem é uma injustiça. Não tem motivo.
Augusto Andrade, 16 anos, estuda em escola particular e também é contra o aumento da tarifa na cidade.
— O governo subestima o povo.

Antes do início da caminhada, um manifestante mascarado foi abordado pela polícia. O jovem precisou tirar a máscara, teve a mochila revistada e a identidade conferida.

Ainda antes do início da caminhada, um homem carregando uma corrente que se integrou à concentração foi detido pela PM.

O tenente-coronel, José Luís Oliveira, responsável pelo policiamento neste protesto, declarou que a manifestação é livre, mas mascarados devem ser averiguados.
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