quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

13.1.16


Nova técnica para neurocirurgia fetal

Nova técnica de neurocirurgia é desenvolvida pela Unidade Fetal do HCor.


Unidade Fetal do HCor (Hospital do Coração), desenvolveu uma no-
va técnica para a correção da mielomeningocele fetal - defeito da colu-
na do feto, que deixa exposta a medula espinhal e as raízes nervosas, le-
vando a inúmeras alterações neurológicas.

Nova técnica para neurocirurgia fetal
Nova técnica para neurocirurgia fetal
Idealizada pelo coordenador do grupo de cirurgias fetais do HCor, Dr. Fá
bio Peralta, e pelo Dr. Antônio de Salles, responsável pelo Departamento
de Neurociência e Dr. Rafael Botelho, responsável pela Obstetrícia, o no
vo procedimento é feito por meio de uma pequena incisão de 2,5 cm no ú
tero, através da qual os neurocirurgiões corrigem a mielomeningocele fe
tal com o auxílio de microscópios de alta resolução. A incisão mínima no
útero resulta em maior segurança para a gestante durante e após a cirur-
gia.
As complicações são mínimas e raras e mais de 40 fetos já foram benefi-
ciados por este procedimento, com excelentes resultados pós-natais.


A correção intra-útero da mielomeningocele já era realizada no país por
meio de técnicas convencionais, ou seja, através de incisões de 6 a 10 cm
no útero. Este tipo de acesso ao feto está associado a significativa taxa de
complicações maternas e fetais, de rotura prematura de membranas, de
prematuridade, além de deixar a gestante com grande cicatriz no corpo
do útero (o que pode comprometer o futuro reprodutor da paciente).
A nova técnica, desenvolvida pela equipe do HCor, tem como finalidade
principal reduzir a agressão cirúrgica ao útero materno, minimizando as
sim as complicações operatórias e pós-operatórias. Esta técnica permite,
também, que a correção da mielomeningocele seja feita em fases mais 
precoces da gravidez (19 ou 20 semanas), quando o útero é ainda muito
pequeno para ser submetido a incisões maiores - o que minimiza a expo-
sição da medula e raízes nervosas do feto ao líquido amniótico. Este lí-
quido lesa nervos expostos na mielomeningocele, que devem controlar 
os esfíncteres da bexiga, do ânus e a musculatura dos membros inferio-
res.

“Na cirurgia que realizamos, o útero é exposto através de uma inci- 
são no abdômen da gestante, semelhante à da cesariana (cirurgia a 
céu aberto), da mesma forma que é feito na cirurgia intra-útero con- 
vencional para mielomeningocele. No entanto, operamos o feto por 
uma abertura no útero de 2,5 cm, o que praticamente elimina o risco 
de rotura uterina após a cirurgia e expõe a paciente e o feto a riscos 
mínimos e controláveis durante e após o procedimento”, esclarece o 
neurocirurgião do HCor, Dr. Antonio De Salles.

Os demais tratamentos fetais (exceto a mielomeningocele) são realiza
dos por meio de procedimentos chamados minimamente invasivos 
(com o uso da endoscopia, de agulhas, cateteres e drenos, guiados por
ultrassonografia). A equipe de cirurgia fetal do HCor disponibiliza todos
os tipos de tratamento fetal hoje consagrados pela medicina baseada em 
evidências. Para a gestante, essas intervenções são consideradas muito se
guras, sendo raras as complicações, como sangramentos ou infecções. To
do esse cuidado é justificado diante da incidência de bebês portadores de 
malformações congênitas, que chega a 2% de todos os nascidos vivos.
De acordo com o cirurgião fetal do HCor (Hospital do Coração), Dr. Fá-
bio Peralta, dos procedimentos minimamente invasivos, o mais frequente
é a cauterização de vasos placentários com laser por via endoscópica, em
casos de transfusão feto-fetal (desequilíbrio entre os fluxos de sangue dos
meos que compartilham a mesma placenta). Esta técnica foi modifica-
da ao longo dos anos, e, atualmente, a que se usa no mundo todo foi ini-
cialmente criada pelo Dr. Peralta. Nos casos graves, se a cirurgia não for
feita,a possibilidade de óbito de pelo menos um dos gêmeos é de aproxi-
madamente 95%. Com o tratamento, há 75% de chance de que pelo me-
nos um dos bebês sobreviva.

Para a oclusão traqueal fetal

Outra cirurgia comumente realizada no HCor é a de oclusão traqueal fe-

tal, em casos de hérnia diafragmática (quando o diafragma, músculo que
separa o abdômen do tórax, não se fecha adequadamente, permitindo que
os órgãos abdominais subam para o tórax e comprometam o desenvolvi-
mento dos pulmões).
“Nesses casos, a cirurgia fetal contribui para o aumento do tama- 
nho dos pulmões do feto, melhorando sua chance de sobreviver 
após o nascimento. Há, no entanto, a necessidade de corrigir de- 
finitivamente o defeito do diafragma após o parto”, enfatiza Dr. 
Peralta.
 Fonte: Unidade Fetal do HCor: referência internacional em cirurgia fe-
tal (a céu aberto e minimamente invasiva), a Unidade Fetal do HCor tor-
nou-se o mais importante centro de tratamento de doenças fetais do Bra-
sil. 
Fonte: http://www.saudecomciencia.com/2016/01/nova-tecnica-para
-neurocirurgia-fetal.html?utm_source=feedburner&utm_medium=
feed&utm_campaign=Feed%3A+saudecomciencia+%28saudecom
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