quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

20/1/2016 às 15h39 (Atualizado em 20/1/2016 às 16h22)

Sobe para 3.893 o número de casos suspeitos de microcefalia associada ao zika vírus

Governo investiga possível influência do vírus na morte de bebês com má-formação 
Transmitido pelo Aedes aegypti, o zika vírus começou a circular no Brasil em 2014FERNANDO DA HORA/JC IMAGEM/ESTADÃO CONTEÚDO
O Ministério da Saúde informou que 3.983 casos suspeitos de microcefalia relacionada ao vírus zika em recém-nascidos foram notificados no país entre 22 de outubro de 2015 e 16 de janeiro. No último balanço, até 9 de janeiro, o número era de 3.530. O novo balanço foi divulgado nesta quarta-feira (20).
Segundo o Governo Federal, cinco bebês morreram no Rio Grande do Norte e um no Ceará foram em decorrência do zika.
O ministério ainda investiga se a morte de outros 44 bebês com microcefalia na região Nordeste também tem relação com a doença.
A região Nordeste segue com a maior concentração de casos  suspeitos de microcefalia relacionada ao vírus zika, com total de 3.402. A região Sudeste é a segunda com maior número de casos, com 240, seguida pela região Centro-Oeste, com 161, Norte, com 89, e o Sul com apenas um caso.
Também nesta quarta-feira foi divulgado um estudo inédito realizado pelo Instituto Carlos Chagas, da Fiocruz Paraná, em parceria com a equipe da PUC-PR (Pontifícia Universidade Católica do Paraná), que concluiu que o zika vírus pode ser transmitido pela placenta durante a gestação dos bebês
Uma análise feita em uma paciente do Nordeste do Brasil, que sofreu um aborto permitiu a identificação do processo, confirmou que o vírus é capaz de atravessar a placenta.
A  virologista-chefe do Laboratório de Virologia Molecular do ICC, Cláudia Nunes Duarte dos Santos, explicou que a paciente relatou sintomas clínicos que indicavam infecção por zika vírus no início da gravidez e sofreu o aborto na oitava semana.
— Analisamos as amostras da placenta utilizando um anticorpo monoclonal contra flavivírus, que reconhece membros desse gênero, incluindo os vírus dengue, zika vírus, febre amarela entre outros.
Transmitido pelo Aedes aegypti, o vírus zika começou a circular no Brasil em 2014, mas só teve os primeiros registros feitos pelo Ministério da Saúde em maio de 2015. O que se sabia sobre a doença, até o segundo semestre de 2015, era que sua evolução é benigna e que os sintomas são mais leves do que os da dengue e da febre chikungunya, transmitidas pelo mesmo mosquito.
Porém, no dia 28 de novembro, o ministério confirmou que, quando gestantes são infectadas por esse vírus, podem gerar crianças com microcefalia, uma má-formação irreversível do cérebro, que pode ser associada a danos mentais, visuais e auditivos. 
A microcefalia não é uma má-formação nova, é sintoma de algum problema no organismo da gestante e do bebê, e pode ter diversas origens, como infecção por toxoplasmose, pelo citomegalovírus e agora ficou confirmado que também pelo vírus zika. O uso de álcool e drogas durante a gravidez também pode levar a essa condição.

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