quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

20.1.16


Ácidos graxos, voltados para nutrição e beleza são confiáveis?

Novas pesquisas sobre os benefícios dos ácidos graxos para o organismo são 
publicadas a cada ano, mas a falta de conhecimento sobre as fontes confiáveis 
destes nutrientes fazem com que o consumidor haja com desconfiança diante 
das gôndolas

É consenso entre os principais órgãos de saúde do mundo a importância de in-
cluir ácidos graxos essenciais na alimentação.
Ácidos graxos na nutrição e beleza
óleo de peixe/foto:Petr Kratochvil.

Os ácidos graxos da série ômega-3, especialmente, são nutrientes essenciais 
para a composição de células nervosas e para a realização de diferentes funções 
celulares.

Contudo, eles não estão naturalmente presentes nas dietas da maioria das pes-
soas, sendo que os peixes de águas salgadas profundas são suas principais fon-
tes. Os ácidos graxos da série ômega-6 são essenciais para o organismo, uma 
vez que não podem ser sintetizados, por isso precisam ser obtidos através da ali 
mentação e podem ser encontrado em diversas fontes, especialmente nas semen 
tes oleaginosas.
Além dos ômegas, as sementes oleaginosas são importantes fontes de vitamina E, 
fitosterois e compostos fenólicos, sendo também amplamente utilizadas como ma
téria prima para a indústria de cosméticos.

Diante disso, uma alternativa para o consumidor é incluir na rotina alimentar pro 
dutos à base de óleos vegetais ou de peixes ou mesmo apostar em suplementação 
alimentar. O problema é identificar se os rótulos das embalagens de óleos e su-
plementos realmente tem o que dizem ter.
“O consumidor não consegue avaliar a qualidade ou mesmo comprovar a i 
dentidade dos óleos apenas pelos aspectos visuais ou sensoriais. Neste caso 
o que vale realmente é a confiança na empresa produtora,” afirma o pesqui 
sador do Laboratório de Óleos e Gorduras da Faculdade de Engenharia de 
Alimentos da Unicamp, Renato Grimaldi.
Segundo Grimaldi o preço muito baixo para óleos mais nobres, como os que são 
provenientes de castanhas, é um indicativo para o consumidor desconfiar da ident
idade do produto. Acontece que a extração mecânica através de prensagem é o 
processo mais adequado para preservação dos nutrientes nos óleos.
No entanto, desta forma, os produtores conseguem extrair em média apenas 1 litro 
de óleo para cada 4 quilos de sementes.

“Quando a empresa quer extrair todo o óleo presente na amêndoa, semente ou 
mesmo polpa, precisa ser utilizado um processo combinado, que envolve pren
         sagem mecânica e o uso de solventes, sendo que o mais comum é o hexano. A

         pesar de ser um solvente tóxico, as empresas apresentam tecnologias altamente 

         avançadas, que garantem que não exista solvente residual nos óleos, sendo con

         siderado um produto seguro. Os processos mecânicos não conseguem extrair to

        do o óleo presente nas sementes ou amêndoas,” explica Grimaldi.


Óleos puros e com nutrientes intactos


Boa parte dos óleos nobres disponíveis no mercado, com identidades confiáveis e que 
realmente apresentam todos os nutrientes preservados são importados. Na legislação 
brasileira não existem parâmetros de identidade para estes óleos especiais. 
“O consumidor que quer adquirir capsulas de ômega-3, por exemplo, precisaria 
enviar o produto para testes se quisesse ter certeza de sua identidade”, afirma 
Grimaldi.
“Quando falamos nas fontes de ômega-3, como alguns óleos de peixes, o mais 
importante é saber se estes óleos são livres de metais pesados, substâncias alta 
mente toxicas. Outro ponto é que estes óleos precisam ser originados de peixes 
de águas frias e profundas, para serem fontes dos dois principais ácidos graxos 
da série Omega 3, conhecidos como EPA e DHA. 
Alguns peixes são produzidos em cativeiros e alimentados com fontes de óleos 
vegetais, o que faz com que não apresentem EPA e DHA. Os produtos com óleo 
de peixe, ricos em EPA e DHA dificilmente terão preços competitivos”.
Utilizada como óleo de mesa e na indústria cosmética, a amêndoa doce é outro exem
plo matéria prima com alto custo produtivo. Tradicional aliada das gestantes, que uti
lizam o produto para prevenir estrias, é possível encontrar cremes e óleos de amên-
doas doces com variados preços

“Poucos são os produtos que realmente têm efeito positivo para hidratação da 
pele. Nestes casos, certamente a culpa não é da matéria prima. 
Na verdade o consumidor está comprando um óleo rotulado como óleo de a- 
mêndoas, mas na verdade está utilizando um outro óleo completamente dife- 
rente, o que evidentemente não terá o efeito prescrito no rótulo.”
Fonte: http://www.saudecomciencia.com/2013/03/acidos-graxos-voltados-para
-nutricao-e.html utm_source=feedburner&utm_medium=feed&utm_campaign
=Feed%3A+saudecomciencia+%28saudecomciencia%29 

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