sexta-feira, 1 de janeiro de 2016

31/12/2015 às 08h40 (Atualizado em 31/12/2015 às 10h54)

Cartilagem cultivada em laboratório poderá 'reconstruir partes do corpo'

Procedimento evitaria a retirada de tecidos, causando defeito ou cicatriz em outros lugares
Expectativa é de que tecidos possam ser testados em humanos daqui a cerca de três anosThinkstock



Pacientes que precisam de cirurgia para reconstruir partes do corpo, como nariz e orelha, poderão muito em breve fazer um tratamento usando cartilagem cultivada em laboratório, de acordo com cientistas britânicos.
O processo envolve o cultivo de células de uma pessoa em uma incubadora. Essas células, então, são misturadas a um líquido e depois impressas em 3D no formato gelatinoso do órgão necessário.
Depois disso, coloca-se essa "gelatina" em uma incubadora novamente para que ela possa crescer novamente até que fique pronta.
Pesquisadores em Swansea, no País de Gales, afirmam que a expectativa é poder usar esses "tecidos" criados em laboratório em humanos em torno de três anos.
"Usando uma explicação simples, nossa ideia é recriar tecidos usando células humanas", disse Iain Whitaker, cirurgião plástico que participa da pesquisa.
Procedimento
"Estamos tentando imprimir estruturas biológicas usando células humanas e providenciando o ambiente certo e o tempo certo, para que possam se desenvolver em tecidos que eventualmente possam ser utilizados em seres humanos."
"Seria útil para reconstruir partes do corpo perdidas, como partes do nariz ou da orelha e até mesmo partes maiores do corpo, como ossos, músculos e vasos sanguíneos", afirmou.
A equipe de cirurgiões está trabalhando em parceria com cientistas e engenheiros que construíram uma impressora 3D especificamente para esse tipo de trabalho.
Whitaker, que é chefe de cirurgia plástica e reconstrutiva na Escola de Medicina da Universidade de Swansea, explicou que o projeto começou em 2012, mas a pesquisa nessa área já acontece há mais de 20 anos.
A ideia, segundo ele, é testar os tecidos cultivados em laboratório em animais. Depois, será preciso passar por um processo de ética antes de aplicá-los em seres humanos.
"A boa notícia para o futuro é que, se nossa pesquisa for bem sucedida, em dois meses seria possível recriar uma parte do corpo que não existia mais, sem ter que fazer isso retirando tecido de outra parte do corpo, causando defeito ou cicatriz em outros lugares", afirmou.
Os pesquisadores explicam que estão fazendo os experimentos usando impressora 3D porque ela tem grandes possibilidades de imprimir essas estruturas complexas.
"A maioria das pessoas já ouviu muito sobre a impressora 3D, que começou imprimindo plásticos e metais. Agora ela está mais desenvolvida, então é possível considerar a ideia de imprimir tecidos biológicos em uma impressora chamada '3D bio-printing', que é uma máquina diferente, específica para isso", explicou.



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