sábado, 27 de fevereiro de 2016

France Presse
27/02/2016 12h34 - Atualizado em 27/02/2016 12h34

Colômbia reporta mais de 42 mil casos de zika; 7,6 mil em grávidas

Desde o início da epidemia, 34.464 casos da doença foram confirmados.
País ligou o zika a três mortes causadas pela síndrome de Guillain-Barré.

Pesquisa propõe dupla infecção do mosquito Aedes aegypti para evitar transmissão de dengue, chikungunya e zika  (Foto: Cameron P. Simmons/Divulgação)
Além do zika, mosquito Aedes aegypti transmite a
dengue e a febre chikungunya
Foto: Cameron P. Simmons/Divulgação)
Colômbia reportou 42.706 casos de pessoas infectadas pelo vírus zika, sendo que 7.653 deles em mulheres grávidas, informou o Instituto Nacional de Saúde.
Desde o início da epidemia, foram registrados 34.464 casos confirmados por clínicas, 1.612 confirmados por laboratórios e 6.630 casos suspeitos, segundo o mais recente boletim epidemiológico publicado neste sábado.
O ministério da Saúde vinculou o zika com a morte de três portadores da síndrome de Guillain-Barré e prevê mais de 600.000 infectados pelo vírus este ano, além de centenas de casos de microcefalia se ocorrer o mesmo cenário vivido pelo Brasil, afetado com mais de um milhão e meio de casos.
Argentina
Autoridades sanitárias de Córdoba, na Argentina, informaram nesta sexta-feira (26) que uma moradora da província contraiu o vírus da zika sem ter deixado o país.
O país já havia registrado oito casos importados de infecção pelo patógeno, e este foi o primeiro episódio autóctone de contaminação.
A epidemia de zika, que começou no ano passado, já afeta a maior parte dos países da América Latina e Caribe.
"Acreditamos que o vírus possa ter sido transmitido sexualmente", disse o chefe do departamento de saúde de Córdoba, Francisco Fortuna, à Rádio Continental, emissora local.
Segundo ele, a paciente teve contato com um homem que havia viajado à Colômbia.
Cientistas estão investigando uma potencial ligação entre infecções por zika em mulheres grávidas e mais de 4.300 casos suspeitos de microcefalia no Brasil. O problema congênito deixa bebês com cabeças menores que o normal.
Estudo
Além da provável associação com a microcefalia, o vírus da zika pode estar relacionado a outra condição grave: a hidropsia fetal. Um artigo publicado nesta quinta-feira (25) na revista "PLOS Neglected Tropical Diseases" relata o caso de uma gestante de 20 anos cujo feto, nascido morto, teve o vírus da zika identificado em amostras do córtex cerebral e em outros tecidos do corpo.
O bebê tinha microcefalia e hidrospia fetal, uma condição grave que ocorre quando há acúmulo de fluido em duas ou mais partes do corpo do bebê. Ela pode causar inchaço do fígado, problemas respiratórios, falência cardíaca, inchaço geral, anemia, entre outros problemas.
"O bebê tinha características que sugeriam infecção por zika, mas a gestante negou ter tido sintomas. É um quadro totalmente atípico", conta o médico Manoel Sarno, especialista em medicina fetal e professor da Universidade Federal da Bahia (UFBA), um dos autores do estudo
Depois de o feto ir a óbito na 32ª semana de gestação, em janeiro, os especialistas fizeram uma avaliação por meio da qual encontraram o vírus nos tecidos fetais. O sequenciamento genético do material permitiu concluir que trata-se de um vírus com características similares às do vírus que circula no país.
"Esses resultados levantam a preocupação de que o vírus possa causar danos severos aos fetos, levando à morte fetal, e pode ser associado com efeitos além dos vistos no sistema nervoso central", diz Albert Ko, professor da Escola de Saúde Pública de Yale que também participou da pesquisa.

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