segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

27/02/2016 17h07 - Atualizado em 27/02/2016 17h07

Casos de meningite no PI têm ligação com viroses causadas pelo Aedes

Secretaria Estadual de Saúde registrou 18 casos apenas em 2016.
Coordenadora de Epidemiologia explica relação da meningite e mosquito.

Sesapi prepara mutirão no Centro Administrativo  (Foto: Divulgação/Sesapi)
Sesapi tem acompanhado casos de meningite no estado (Foto: Divulgação/Sesapi)
Recentes casos de meningite no Piauí têm chamado a atenção da Secretaria Estadual de Saúde (Sesapi) para a relação da doença com as viroses causadas pelo mosquito Aedes aegypti. De acordo com o órgão, a inflamação das membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal já atingiu 18 pessoas somente este ano no estado.
A coordenadora de Epidemiologia da Sesapi, Amélia Costa, explicou que a doença é contagiosa, podendo ser causada por vírus, bactérias, fungos entre outros agentes infecciosos. No entanto, no momento do surto de viroses (como zika, dengue, chikungunya e até mesmo uma gripe) é perceptível um aumento considerável de casos de meningite.
"Um dos fatores etiológicos causadores desta doença são os vírus. Qualquer tipo de virose pode evoluir para uma meningite, basta a pessoa ter contato com a saliva ou via respiratória de alguém infectado. Por isso, a incidência da doença costuma aumentar nos meses do período chuvoso e com aglomeração de pessoas. Tosse, espirro, beijo e compartilhamento de itens pessoais podem transmitir meningite", acrescentou.
Os principais sintomas da meningite são dor de cabeça, vômito, febre e perda do nível de consciência, podendo levar até mesmo ao coma. Nem sempre há rigidez na nuca e o teste não pode ser feito por um leigo apenas ao baixar a cabeça, só um médico pode avaliar o quadro corretamente.
"O diagnóstico padrão ouro ocorre pelo exame do líquor, líquido que banha o sistema nervoso. A cor do líquor já indica se a meningite é por bactéria ou vírus. Em muitos casos, não conseguimos classificar o tipo de infecção porque o paciente vem tomando antibiótico algum tempo e o remédio mascara a doença", destacou Amélia Costa.
Gráfico, Piauí,meningite   (Foto: Adelmo Paixão)
A meningite bacteriana é mais grave e, dependendo dos casos, pode levar o paciente à morte em algumas horas após o aparecimento dos sintomas. Já as meningites virais costumam ser caracterizadas por um quadro clínico benigno, isto é, que não tem caráter perigoso.
Porém, é preciso ficar atento, porque a meningite tem uma alta taxa de mortalidade e sequelas, como surdez, perda dos movimentos e danos ao sistema nervoso. As crianças são a faixa etária mais atingida, e os pacientes devem ter um acompanhamento por pelo menos seis meses depois da doença.
Prevenção e tratamento
A principal forma de prevenção é a aplicação das diferentes vacinas disponíveis na rede pública. Além disso, deve-se evitar o contato com pessoas infectadas, evitar frequentar ambientes fechados e com aglomeração de pessoas. Outras medidas importantes são higienização das mãos, higienização e ventilação dos ambientes e cuidado com os alimentos.
A especialista destaca que não há tratamento específico para a meningite. A grande maioria dos pacientes se cura em casa, sem sequelas, e como os sintomas assemelham-se aos de viroses em geral, eles nem sabem que tiveram a doença.

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