quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

18/2/2016 às 00h20 (Atualizado em 18/2/2016 às 15h11)

Universidade americana sugere multar sedentários com sobrepeso

Segundo estudo da Universidade de Medicina da Pensilvânia, medo de perder dinheiro seria o principal motivador para a prática de atividades físicas 
Segundo os especialistas, cuidar da saúde não tem sido motivador o suficiente para estimular pessoas a fazerem atividades físicasReprodução/DailyMail
A luta contra a obesidade tem crescido significativamente com o passar dos anos. A rotina pesada da maior parte das pessoas faz com que aumente a procura pelas refeições prontas — que vão desde fast-foods até comidas congeladas —, contribuindo para o ganho de peso e um estilo de vida menos saudável, uma vez que as atividades físicas são também deixadas de lado.
Para procurar a solução para reduzir os índices alarmantes de obesidade no mundo, cientistas da Universidade de Medicina da Pensilvânia realizaram um estudo e descobriram que a melhor forma de incentivar a prática de atividades físicas seria multar pessoas acima do peso que não se exercitassem. As informações são do portal de notícias britânico Daily Mail. 
Parece maluco, mas é real. Segundo os especialistas, cuidar da saúde não tem sido motivador o suficiente para estimular pessoas a fazerem atividades físicas. No entanto, a possibilidade de perder dinheiro pode colocar o pessoal, literalmente, para correr. 
O autor do estudo, o médico Kevin Volpp, disse que os resultados da pesquisa mostraram que perder uma recompensa é um fator que pesa mais na vida das pessoas do que ganhá-la.
O estudo, publicado na revista Annals of Internal Medicine, testou a eficácia de três métodos de incentivos financeiros para que pessoas com sobrepeso se exercitassem.
O estudo incluiu 281 participantes que receberam a meta de dar 7.000 passos por dia durante 26 semanas. A contagem média de passos de adultos norte-americanos é de 5.000 por dia — eles teriam que andar 40% mais do que estão acostumados.
Durante as primeiras 13 semanas, os participantes foram divididos em quatro grupos.
O primeiro não recebeu nenhum incentivo financeiro; os membros do segundo grupo receberiam R$ 5,50 (US$ 1,40) cada dia em que o objetivo fosse alcançado — o que resultaria em R$ 167,75 (US$ 42) por mês. Pessoas do terceiro grupo participariam de um sorteio diário, que ofereceria também o valor de R$ 5,50 (US$ 1,40).
Já os membros do último grupo iniciariam o programa já com R$ 167,75 (US$ 42) e perderiam R$ 5,50 (US$ 1,40) cada um que não alcançasse a meta. 
Ao fim das 13 semanas do estudo, os participantes receberam feedbacks sobre o desempenho — mas não ganharam quaisquer incentivos financeiros.
A equipe explicou que o objetivo do programa foi entender qual seria a melhor forma de promover o interesse pela atividade física, e os resultados mostraram que a oferta de uma recompensa diária ou o sorteio não foram tão eficazes: os participantes desses grupos só alcançaram aproximadamente 30% da meta.
Contudo, os que perderiam a recompensa se não cumprissem o objetivo bateram cerca de 45% da meta.

Dessa forma, os cientistas chegaram à conclusão de que o incentivo financeiro é sim importante, mas que não deve ser dado após o alcance da meta, mas sim antes — e retirado se o objetivo final não for alcançado.
Além disso, depois que o estudo foi revelado aos participantes, 96% deles pararam de se exercitar.
A análise de passos foi dada por meio de programas de smartphones. Segundo um dos coautores do estudo, David Asch, a tecnologia foi essencial para os pesquisadores chegarem ao resultado.
— Nossas descobertas revelam como dispositivos e aplicativos portáteis podem desempenhar um papel de motivar as pessoas a aumentarem a frequência das atividades físicas. Mas é o incentivo fincanceiro o principal responsável por isso. 

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