5/2/2016 às 11h49 (Atualizado em 5/2/2016 às 12h02)
Zika vírus é encontrado com potencial de infecção em urina e saliva, diz Fiocruz
Pesquisa da fundação comprova que vírus permanece de forma ativa em secreções
O zika vírus já foi encontrado de forma ativa, ou seja, com potencial de infecção, na urina e na saliva. O anúncio foi feito nesta sexta-feira (5), pelo presidente da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), Paulo Gadelha. Recentemente, cientistas americanos já haviam levantado a possibilidade de o zika vírus ser transmitido pela saliva. A evidência inédita foi constatada pelo Laboratório de Biologia Molecular de Flavivírus do Instituto.
Os estudos foram liderados pela pesquisadora Myrna Bonaldo, chefe do Laboratório, em colaboração com a infectologista Patrícia Brasil, do instituto.
— Já se sabia que o vírus poderia estar presente tanto em urina quanto em saliva. Esta é a primeira vez em que demonstramos que o vírus está ativo, ou seja, com potencial de provocar a infecção, o que abre novos paradigmas para o entendimento das rotas de transmissão do vírus zika. Isso responde uma pergunta importante, porém, o entendimento da relevância epidemiológica destas potenciais vias de infecção demanda novos estudos.
Foram analisadas amostras referentes a dois pacientes e as coletas foram realizadas durante a apresentação de sintomas compatíveis com o vírus zika. As amostras foram colocadas em contato com células Vero, que são amplamente usadas em estudos sobre atividade viral no caso da família dos flavivírus, à qual pertencem os vírus xika, dengue e febre amarela, entre outros.
Os cientistas observaram o efeito citopático provocado nas células, ou seja, foi observada a destruição ou danificação das células, o que comprova a atividade viral, de acordo com a Fiocruz. A presença do material genético do vírus zika foi confirmada pela técnica de RT-PCR em Tempo Real. Também foi realizado o sequenciamento parcial do genoma do vírus. Diagnósticos laboratoriais descartaram a presença dos vírus dengue e chikungunya — para estas análises.
Vacina contra o zika
Na quarta-feira (4), o presidente disse que o desenvolvimento de uma vacina contra o vírus zika pode levar cinco anos, prazo menor que a média para a descoberta de outros imunizantes. Segundo Gadelha, a decisão da OMS (Organização Mundial da Saúde) de declarar emergência internacional por causa da microcefalia associada ao vírus zika pode agilizar as pesquisas para o desenvolvimento da vacina.
“A OMS agiu corretamente ao tomar a decisão. É uma iniciativa que pode levar à descoberta da vacina de maneira muito mais rápida, pois a declaração vai facilitar a busca de parcerias em todo o mundo, reunindo esforços de entidades de pesquisas de todo o mundo”, disse Gadelha em entrevista após participar da solenidade que marcou o início das transmissões dos canais do Poder Executivo na TV digital aberta no Rio de Janeiro.
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