terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

23/2/2016 às 15h27 (Atualizado em 23/2/2016 às 15h51)

Polícia pede prisão de ex-presidente da Samarco e mais seis por homicídios

Delegado concluiu o primeiro inquérito sobre rompimento da barragem em Mariana
Tragédia matou 19 pessoas, deixou 725 desabrigados e destruiu a bacia hidrográfica do Rio DoceDivulgação/Corpo de Bombeiros
A Polícia Civil pediu a prisão do presidente licenciado da Samarco, Ricardo Vescovi, de outros cinco executivos da mineradora e um da empresa VogBR pelo rompimento da barragem do Fundão, em Mariana. Eles foram responsabilizados pelas 19 mortes provocadas pela enchente de rejeitos de minério no dia 5 de novembro de 2015 na região central de Minas, no maior crime ambiental do País. 
Além de Vescovi, foram indiciados por homicídio qualificado e poluição de água potável Kleber Terra, diretor de operações, Germano Silva Lopes, gerente geral de projetos, Wagner Milagres Alves, diretor de operações, Wanderson Silvério Silva, coordenador técnico de planejamento e monitoramento da Samarco e Daviely Rodrigues, coordenadora de operações de barragens da Samarco. Samuel Santana Paes Lourdes, engenheiro da VogBR responsável pela declaração de estabilidade da barragem do Fundão, também responderá pelos crimes. 
O delegado Rodrigo Bustamente, responsável pelo inquérito, acompanhado pela chefe da Polícia Civil Andrea Vacchiano, pediu a prisão preventiva de todos eles - ainda não há prazo para a decisão da Justiça.
Desastre ambiental
A ruptura, que, de acordo com o Ministério do Meio Ambiente, foi o maior desastre ambiental da história do País, destruiu o distrito de Bento Rodrigues, deixou 725 pessoas desabrigadas, 17 mortos confirmados e dois desaparecidos. A destruição na bacia do Rio Doce atingiu um raio de 600 km de distância. 
O primeiro inquérito, instaurado pela Polícia Civil em 6 de novembro de 2015, apurou os fatos e circunstâncias que causaram o rompimento da barragem, homicídios, delitos de perigo comum e contra a saúde pública. O término das investigações ocorreu durante o período da terceira dilação de prazo concedida pela Justiça, que se encerraria em 12 de março. Este inquérito teve o resultado divulgado hoje. 
Um segundo inquérito, que apura crimes ambientais e licenciamentos da barragem do Fundão, deve ser concluído até 22 de março.

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