terça-feira, 4 de agosto de 2015

10/6/2015 às 19h15

Anvisa barra fase 3 da vacina contra dengue produzida pelo Butantã

Enquanto as informações não forem fornecidas, a autorização não será concedida
 
Ministro afirma que a fase 3 da pesquisa é essencial para o desenvolvimento da pesquisa Camilla Carvalho/ Acervo Instituto Butantan

O pedido para a liberação da fase 3 da vacina contra dengue produzida pelo Instituto Butantã em parceria com o National Institutes of Health não foi autorizado pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). A análise, que foi feita em caráter emergencial, a pedido do instituto, foi concluída há alguns dias. A equipe técnica da Anvisa identificou algumas pendências que precisam ser resolvidas pelo instituto. Enquanto as informações não forem fornecidas, a autorização não será concedida.
O ministro da Saúde, Arthur Chioro, afirmou que, num cenário otimista, a vacina do Butantã estará disponível somente em 2018.
— Temos o maior interesse de que o produto esteja disponível rapidamente, mas temos de ser francos.
Chioro observou ser necessária a conclusão da fase 3 da pesquisa e a construção de uma área industrial somente para produção da vacina, quando todas as etapas já tiverem sido cumpridas. De acordo com o ministro, a construção da fábrica começará em agosto.
— Se tudo der certo, ela será concluída em julho do ano que vem.
Chioro rebateu as afirmações de que a Anvisa teria responsabilidade no atraso da pesquisa feita pelo Butantã. De acordo com o ministro, em fases anteriores o próprio instituto demorou a apresentar documentos considerados essenciais pela agência para fazer a liberação da fase 2 da pesquisa.
Fonte: http://noticias.r7.com/saude/anvisa-barra-fase-3-da-vacina-contra-dengue-produzida-pelo-butanta-10062015 


21/11/2015 12h11 - Atualizado em 21/11/2015 14h30

Teresina é primeira cidade a concluir estudo sobre vacina contra dengue

Ao todo, 1.022 amostras de sangue foram coletadas de voluntários.
Pesquisa irá determinar a melhor estratégia de introdução da vacina.

A cidade de Teresina foi a primeira cidade do país a concluir etapa de estudo sobre a vacina contra a dengue. Segundo a Fundação Municipal de Saúde (FMS), 1.022 amostras de sangue foram coletadas de voluntários de diferentes faixas etárias em escolas, Unidades Básicas de Saúde e hospitais.
Para pesquisa dar certo, é preciso coletar amostras de sangue de crianças e jovens de até 20 anos. Em Olinda, objetivo é conseguir 1.022 voluntários até o fim de outubro (Foto: Marina Barbosa / G1) 
Ao todo, 1.022 amostras foram coletadas de voluntários em Teresina  (Foto: Marina Barbosa / G1)
“Terminamos de coletar as amostras semana passada. O Ministério da Saúde nos informou que reconhece Teresina como a primeira a concluir essa etapa do estudo sobre a vacina contra a dengue”, afirmou Júlia Rocha Santos, coordenadora do Núcleo de Educação em Saúde e Comunicação (NESC) da Fundação de Saúde.
A pesquisa escolheu municípios com mais de 500 mil habitantes para sua realização, e por critérios populacionais Teresina é a única cidade do Piauí que participou. O objetivo é recolher 70 mil amostras de sangue em todo o país.
Foram colhidos 3,5ml de sangue dos voluntários da faixa etária de 2 a 20 anos. O estudo da vacina contra a dengue encontra-se aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e está a cargo da Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina (SPDM).
“A extrema adaptação do vetor Aedes Aegypti ao meio urbano e a precária infraestrutura urbana da maioria das metrópoles e grandes cidades do terceiro mundo, virtualmente inviabilizam o controle da dengue, fazendo com que a vacina seja uma alternativa segura para o controle da doença”, afirmou Júlia Rocha Santos.
Fonte: http://g1.globo.com/pi/piaui/noticia/2015/11/teresina-e-primeira-cidade-concluir-estudo-sobre-vacina-contra-dengue.html

11/12/2015 às 17h36

Governo de SP confirma autorização da 3ª fase de teste da vacina contra dengue

Na chamada "fase de risco", a vacina será testada em 17 mil pessoas por todo o Brasil 
Anvisa aprova 3ª fase de vacina contra dengueReprodução
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, disse na tarde desta sexta-feira (11) que a Anvisa aprovou a terceira fase de teste da vacina contra a dengue. 
Na chamada de "fase de risco", a vacina será aplicada em 17 mil pessoas por todo o Brasil, para que seja colocada à prova sua efeitividade.
— A ideia é que seja uma vacina de apenas uma dose aplicável para os quatro tipo de vírus transmitidos pelo Aedes aegypti: dengue, chikungunya, zika virus e febre amarela.
O governador afirmou, ainda, que a segunda fase de teste da vacina — já executada — mostrou que o nível de anticorpos da medida é alto, o que possivelmente tornará excelente a eficácia. 
A vacina será aplicada de acordo com a incidência de dengue em determinada região: quanto mais dengue, mais rápido terá que ser aplicada. Os pesquisadores analisarão quatro sorotipos diferentes ao redor do Brasil. 
— Enquanto a vacina não é criada, contamos com o apoio da população paulista na realização dos cuidados básicos que evitam a proliferação do mosquito Aedes aegypti. O Estado de SP decretou morte ao mosquito.
O Ministro da Saúde, David Uip, explicou que a vacina vai ser aplicada por faixa etária — da maior, para a menor.
— Os últimos a serem vacinados, no caso de aprovação da medida, serão as crianças de dois anos. 
Segundo Uip, os centros de saúde contarão com folders explicando como os testes vão funcionar e como as pessoas podem se inscrever para serem voluntárias. Os efeitos colaterais também serão esclarecidos. 
Fonte: http://noticias.r7.com/saude/governo-de-sp-confirma-autorizacao-da-3-fase-de-teste-da-vacina-contra-dengue-11122015

11/12/2015 às 10h08 (Atualizado em 11/12/2015 às 10h36)

Como 'truculência' de Oswaldo Cruz varreu o Aedes aegypti das cidades brasileiras

Iniciativa para combater o mosquito nasceu em meio à escassez de métodos alternativos
Os agentes entravam nas casas, lavavam caixas de água, jogavam remédio em ralos e bueiros, limpavam telhados e calhas e instalavam redes de proteçãoRafael Neddermeyer/ Fotos Públicas
Rio de Janeiro, início do século 20. Na calada da noite, eles entravam nas casas à procura de um invasor sorrateiro e muitas vezes imperceptível. Reviravam tudo e, se o encontrassem, matavam-no sem dó nem piedade.
Essa era a rotina do Serviço de Profilaxia da Febre Amarela, criada pelo sanitarista Oswaldo Cruz, para combater a epidemia da doença, também transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, que assolava o país. Agindo por vezes de forma truculenta, as chamadas brigadas de mata-mosquitos ─ grupos de agentes sanitários munidos de inseticidas capazes de eliminar focos de insetos ─ empregavam um modelo de ação totalmente militar.
Apesar das críticas, as medidas surtiram efeito em pouco tempo. Em março de 1907, a febre amarela foi considerada erradicada no Rio de Janeiro. E até hoje não existem casos notificados da variação da doença em áreas urbanas no Brasil.
A iniciativa das brigadas para combater o Aedes aegypti nasceu em meio à escassez de métodos alternativos. Como na época não havia vacina contra a febre amarela, caçar o mosquito era a única opção viável para resolver o problema.
Os agentes percorriam as ruas da capital e entravam nas casas, lavavam caixas de água, jogavam remédio em ralos e bueiros, limpavam telhados e calhas, instalavam redes de proteção, removiam qualquer possível local de desova dos mosquitos, num trabalho exaustivo de combate à doença.
Muitas vezes, as brigadas simplesmente invadiam as casas quando não eram bem-vindas. E quando a população começou a conseguir habeas corpus para impedir a invasão sanitária, Oswaldo Cruz colocou suas brigadas para trabalhar de madrugada, surpreendendo os moradores.
Ao encontrar doentes nas casas visitadas, os agentes não apenas desinfetavam o local, como providenciavam o isolamento domiciliar do paciente ou o transferiam para um hospital de isolamento.
Solução?
Mas o Aedes aegypti voltou no fim dos anos 80 e desde 1990 o Brasil convive com epidemias sazonais de dengue no verão. Neste ano, duas novas epidemias, ambas transmitidas pelo mosquito, ganharam terreno: a chikungunya e a zika. Com a última se revelando um problema de bem maior do que o imaginado originalmente e com um impacto social devastador, caçar o mosquito não poderia ser, mais uma vez, a solução?
"De fato, até o fim dos anos 80, a questão era dada por resolvida", constata o epidemiologista Denizar Vianna, do Departamento de Clínica Médica da UERJ.
"Mas as coisas mudaram muito. Naquela época não havia a mobilidade de hoje, com o fluxo constante de pessoas para todo lado", acrescenta.
Especialistas acham praticamente impossível repetir, mais de 100 anos depois, a façanha de Oswaldo Cruz. Primeiro pela dimensão do problema.
O primeiro caso de zika no país foi registrado em maio deste ano e, atualmente, já há notificações em praticamente todas as unidades da federação. Além disso, foi confirmada uma relação entre o vírus e a microcefalia ─ uma má formação do cérebro durante a gestação. Segundo o Ministério da Saúde, já são 1.761 casos notificados em 422 municípios de 13 Estados e no Distrito Federal.
Brasil convive com epidemias sazonais de dengue no verão desde a década de 80.
E a doença, hoje, se espalha assim tão rapidamente, por um motivo simples: mobilidade. Em poucas horas, um sujeito infectado sai do Nordeste e já está no Rio de Janeiro, pronto para ser picado por um mosquito que disseminará o vírus.
No início do século passado era muito diferente. Poucas pessoas se locomoviam por grandes distâncias e, mesmo quando isso, eventualmente, acontecia, elas levavam semanas no deslocamento ─ o que dava tempo até de curar a doença antes de chegar ao destino. Há 100 anos, os focos de doenças eram muito mais concentrados, enquanto que hoje são muito mais espalhados.
Estima-se, inclusive, que o próprio zika ─ que nunca havia dado as caras por aqui ─ tenha chegado durante a última Copa do Mundo, quando milhares de pessoas, dos mais diferentes continentes, vieram ao país.
Outro problema é o tamanho da população e das próprias cidades. Se era factível que as brigadas de Oswaldo Cruz visitassem cada casa da cidade, hoje isso seria uma tarefa impossível pela própria dimensão dos conglomerados urbanos do país.
Um desafio a mais na luta de hoje é a quantidade de plástico que existe e se acumula ─ oferecendo um potencial local de acúmulo de água e desova para os mosquitos.
"Do ponto de vista operacional, é muito mais difícil caçar mosquito hoje", atesta Vianna.
E há ainda a questão das mudanças climáticas, como lembra o especialista.
"A temperatura mais elevada e o aumento das chuvas cria um cenário ideal para a proliferação do mosquito."
Conscientização
Para minimizar os efeitos da grande tragédia que se configura com a chegada do verão, especialistas apostam nas campanhas de educação da população, nas vacinas ─ um imunizante contra a dengue acaba de ser aprovado no México e já está em análise no Brasil ─ e em métodos biotecnológicos para a contenção da reprodução dos terríveis mosquitos.
"A educação da população é muito importante, claro", diz Vianna. "Mas, sozinha, não creio que ela poderá dar conta do problema. Precisamos de outras ações."
"A melhor forma de combater as doenças transmitidas pelo Aedes aegypti é por meio da prevenção, evitando o acúmulo de água parada em recipientes que podem se transformar em criadouros", recomenda a pesquisadora do Laboratório de Flavivírus do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), Ana Bispo, responsável pela detecção do genoma do vírus Zika no líquido amniótico de duas gestantes.
"Como o mosquito leva de 7 a 10 dias para chegar de ovo à fase adulta, basta que a população elimine os criadouros de sua casa uma vez por semana", acrescenta.

Nenhum comentário :

Postar um comentário