sexta-feira, 7 de agosto de 2015

7/8/2015 às 17h26

Dia Nacional de Controle do Colesterol liga alerta para cuidados com o coração

Alimentação e atividade física são essenciais para a prevenção
 
Somente Cerca de 20% do colesterol ruim no corpo é derivado da alimentação, dos especialista

Um dos principais fatores de risco cardiovascular é o colesterol alto, segundo dados da OMS (Organização Mundial da Saúde), e o Dia Nacional de Controle do Colesterol, celebrado neste sábado (8), promove o debate e ressalta a importância da prevenção da doença.
A preocupação dos especialistas com os níveis de colesterol no sangue não é à toa. Afinal, já se sabe que altas taxas de gordura aumentam os riscos de doenças cardiovasculares, como infarto do miocárdio e acidente vascular cerebral. Mas, engana-se quem pensa que a má alimentação é a única responsável por alterações do LDL, também conhecido como “colesterol ruim”.
De acordo com Marcelo Paiva, cardiologista e coordenador do Centro de Cardiologia do Hospital 9 de Julho, quando as taxas de LDL estão muito elevadas, é preciso fazer uma investigação clínica.
— Deve-se levar em consideração fatores hereditários, além de possíveis problemas endocrinológicos (como alterações na glândula tireoide), hepáticos e renais, porque nem sempre a alimentação é a responsável. Além disso, o uso de alguns medicamentos impacta nos níveis do colesterol.
É importante lembrar que nem sempre o colesterol é maléfico para o organismo, tanto é que o nosso fígado produz a maior parte desse lipídio, fundamental para uma série de processos bioquímicos, como na produção de hormônios e das membranas celulares.
— A alimentação deve sim ser avaliada, mas vale ressaltar que, em média, apenas 20% do colesterol (ruim, ou LDL) no corpo é derivado da alimentação. O metabolismo também influencia muito. Um bom exemplo são aquelas pessoas que comem muito, estão acima do peso, mas com boas taxas de colesterol, enquanto outras mais magras, que se alimentam mais restritamente, têm taxas elevadas.
HDL X LDL
Conhecidos popularmente como colesterol bom e ruim, o HDL e LDL, possuem ações antagônicas, já que o HDL ajuda a limpar as artérias enquanto o LDL causa entupimento.
— Para haver harmonia entre as taxas, ou seja, níveis altos de HDL e baixos de LDL, é preciso manter uma dieta saudável, rica em gorduras insaturadas (encontradas nas nozes, óleos vegetais e abacate), com baixo consumo de gordura saturada (encontrada principalmente em alimentos de origem animal) e manter a prática de atividades físicas.
O tratamento com medicamentos só costuma ser indicado quando o indivíduo apresenta doença aterosclerótica (acúmulo de placas de gordura nas artérias) evidente ou taxas significativamente altas do colesterol total.
Colesterol e a Obesidade Infantil
A Socerj (Sociedade de Cardiologia do Estado do Rio de Janeiro) faz um alerta sobre o crescimento do problema entre as crianças. De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), 15% das crianças com idade entre 5 e 9 anos têm obesidade e uma em cada três não chegaram ao nível da obesidade, mas estão com peso acima do recomendado pela OMS (Organização Mundial da Saúde) e pelo Ministério da Saúde, explica Maria Eliane Campos, cardiologista e diretora da Socerj.
— A ingestão, desde a infância, de gorduras saturadas, açúcar refinado, sal, excesso de carboidratos e alimentos de alto teor glicídico pode colaborar para o surgimento de doenças cardíacas mesmo em idades precoces. Quando a essas situações se agrega o sedentarismo, aumenta a chance de desenvolvimento de sobrepeso e obesidade nestes indivíduos. O sobrepeso e a obesidade, por sua vez, costumam ser acompanhados de alterações do colesterol, da pressão arterial e de outros fatores de risco para as doenças cardiovasculares.
Ação em São Paulo promove medição de dosagem e orientação nutricional
Das 8h às 16h deste sábado (8), voluntários da Sociedade Brasileira de Cardiologia e da Associação de Pacientes com Hipercolesterolemia Familiar estarão no Parque Villa-Lobos, em São Paulo, fazendo a medição da dosagem de colesterol e dando orientação nutricional, inclusive para crianças.
A cardiologista Tania Martinez, que é da comissão científica da entidade que cuida do problema no País, explica que somente 1% dos casos de Hipercolesterolemia Familiar são diagnosticados atualmente no País, mas que o tratamento e diagnóstico são extremamente simples.
Se numa família há registro de duas ou mais pessoas que tiveram infarto, principalmente antes dos 40 anos, e se pai e mãe de uma criança têm colesterol elevado e precisam de tratamento, é altamente recomendável que se meça o colesterol dos filhos. Em muitos casos, é possível identificar o problema antes dos 10 anos, pois nessa idade já é possível que a criança apresente o problema e precise ser tratada.
Dicas para prevenir o aumento do colesterol:
- Alimentação saudável, com frutas (maçã, banana, mamão, laranja), legumes e hortaliças (cenoura, beterraba, abobrinha, abóbora, pepino, agrião, cebola, acelga, couve, brócolis, aipo etc), cereais, raízes e tubérculos (trigo, arroz, milho, centeio, cevada, aveia, pães, massas, batata, cará inhame, mandioca) e grãos (feijão, lentilha, ervilha, soja, grão de bico), gordura saudável (azeite de oliva).
- Evite o consumo de gorduras saturadas, que são ruins para o organismo, como carnes gordurosas, manteiga, linguiça, leite integral e hambúrgueres.
- Peixes, especialmente de água fria, como salmão, atum e truta são fontes de ácidos graxos e ômega 3, que são gorduras insaturadas (gordura boa).
- Prática regular de atividade física (no mínimo 3 vezes por semana).
- Controle do peso.
- Reduza o sal da alimentação. Fique atento ao teor de sódio nos produtos industrializados.
- Reduza o consumo de açúcar, doces, balas e refrigerantes.
- Evite frituras.
- Prefira alimentos grelhados ou cozidos.
Fonte: http://noticias.r7.com/saude/dia-nacional-de-controle-do-colesterol-liga-alerta-para-cuidados-com-o-coracao-07082015

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