Publicado em 15/11/2012, às 10:26 :: atualizado em 15/11/2012, às 10:49
Repórter Record investiga e mostra o drama dos acumuladores compulsivos
O que leva uma pessoa a acumular coisas? Pior: o que leva uma pessoa a acumular coisas que não tem a mínima utilidade? Revistas, jornais, utensílios domésticos, brinquedos, ferramentas e tudo mais do que pode ser produzido pelo homem. Alguns objetos são necessários. Mas e os que não são? Qual o sentido de guardar dentro de casa? No Repórter Record deste domingo (18), Marcelo Rezende investiga os casos de pessoas que tem a compulsão de acumular coisas, mesmo sem ter uma real necessidade de uso.
Você vai conhecer a história do homem
que tem compulsão por guardar informações. Revistas, livros, jornais,
fica tudo espalhado pelos cômodos. Nem dá para andar pela casa. Ele
sofre de uma espécie de distúrbio organizacional. E a família sofre
junto. A mulher não pode convidar amigos para jantar. Até a simples
tarefa de descer uma escada se transforma em um risco. Já a filha vive
trancada no quarto e diz que não se sente confortável dentro da própria
casa. E o pai é tão doente que chega a vasculhar o lixo da filha toda
semana, para ver se algo pode ser guardado. A crise familiar chegou a
tal ponto que a mulher deu um ultimato: ou ele limpa a casa, ou vai
embora. O pior é que ele admite que não vê uma luz no fim do túnel. E a
mulher também não acredita em mudança. Sabe que o marido é doente. Um
médico contratado pela família sentencia: esse é um trabalho que pode
levar anos.
Em outro caso, a história do casal que
perdeu a guarda dos filhos. Eles viviam em tamanha bagunça que hoje as
crianças vivem com os avós, por determinação da Justiça - que ainda
exigiu um tratamento psiquiátrico para a mulher. O marido diz que a
mulher tentou melhorar a organização da casa. Mas simplesmente não
conseguiu. Ela é o que se chama de consumidora compulsiva: adora
comprar, mesmo sem ter necessidade, por ter um desejo incontrolável.
Perante uma liquidação, ela simplesmente não resiste. O resultado é que
hoje a casa parece um campo de batalha. A escada foi transformada em
depósito de lixo. Na sala é preciso encontrar o caminho por onde passar,
entre montanhas de objetos. Uma obsessão que está soterrando um
casamento de 25 anos. Até a cama onde o casal dorme está cercada por
roupas e objetos. Muitas das compras ainda estão lacradas e com as
etiquetas - ou seja, ela só comprou, não usou. E a montoeira de lixo
dentro de casa chegou a juntar ratos! É tanto entulho que nem dá para
entrar nos quartos - simplesmente, não há onde colocar o pé. O que vai
acontecer com essa família? Será que o casamento resiste a uma doença
tão grave?
Você também vai conhecer a história da
mulher que não acha que acumula coisas, mas sim que "salva" objetos. O
detalhe é que o pai dela era lixeiro e sempre trazia para casa objetos
encontrados na rua. Um legítimo hábito herdado da família. Casada há 46
anos, ela teve cinco filhos. Só que o marido é alcoólatra e foi
internado várias vezes por esquizofrenia. Com os filhos criados, ela diz
que se sente sozinha e usa as compras para ter o que fazer. Hoje diz
que a única fonte de felicidade é a compra. De tudo o que aparecer pela
frente. As coisas estão sempre lá - a família não. Hoje as montanhas de
objetos ficam espalhadas até pelo quintal. Um verdadeiro jardim de
sucata. O casal chegou a ser expulso diversas vezes dos apartamentos que
alugava. E acabou tendo que se mudar para um hotel. Dois meses depois, o
dinheiro estava acabando e uma decisão se fazia necessária: limpar
definitivamente a casa, ou morar na rua. Uma decisão que parece fácil de
ser tomada, mas não por acumuladores compulsivos.
Fonte:http://noticias.r7.com/reporter-record/2012/11/15/reporter-record-mostra-o-drama-dos-acumuladores-compulsivos/
Repórter Record -18/11/12- Acumuladores compulsivos
Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=hENbySuUZOE
Mulher junta lixo dentro e fora de casa há nove anos
Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=tRgVfK-LniQ
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