ARTROSE
Sinônimos e Nomes Populares:
Osteoartrose, doença articular degenerativa. Os pacientes com frequência referem-se à Osteoartrite como artritismo.
O que é?
É a doença
articular mais frequente e a cartilagem é o tecido inicialmente
alterado. A cartilagem está aderida à superfície dos ossos que se
articulam entre si. É formada por um tecido rico em proteínas, fibras
colágenas e células.
Como se desenvolve?
A
Osteoartrite (OA) tem início quando alguns constituintes protéicos
modificam-se e outros diminuem em número ou tamanho. Há tentativa de
reparação através da proliferação das células da cartilagem mas o
resultado final do balanço entre destruição e regeneração é uma
cartilagem que perde sua superfície lisa que permite adequado
deslizamento das superfícies ósseas.
Este
processo acompanha-se de liberação de enzimas que normalmente estão
dentro das células cartilaginosas. A ação destas enzimas provoca reação
inflamatória local a qual amplifica a lesão tecidual. Aparecem erosões
na superfície articular da cartilagem que fica como se estivesse cheia
de pequenas crateras. A progressão da doença leva ao comprometimento do
osso adjacente o qual fica com fissuras e cistos.
Ao
mesmo tempo, aparentemente como uma tentativa de aumentar a superfície
de contato e procurando maior estabilidade, o osso prolifera. Mas não é
um osso normal, sendo mais rígido e mais suscetível a microfraturas que
ocorrem principalmente em articulações que suportam peso.
Aparentemente
devido à reação inflamatória local todos os elementos da articulação
sofrem hipertrofia: cápsula, tendões, músculos e ligamentos. As
articulações sofrem aumento de volume e podem estar com calor local.
O
grau de comprometimento é bastante variado. A doença pode evoluir até a
destruição da articulação ou estacionar a qualquer momento. Há
indivíduos que têm deformidades nos dedos e que nunca sentiram dor e
outros que terão dor e progressiva piora da doença com consequentes
deformidade e diminuição da função articular.
Não
se conhece o gatilho inicial da Osteoartrite. Acredita-se que
mecanismos diferentes levem às mesmas alterações na função e composição
das estruturas articulares.
Frequência
A
doença torna-se evidente a partir dos 30 anos de idade. Estima-se que
35% das pessoas já tenha Osteoartrite (OA) em alguma articulação nesta
idade, sendo a grande maioria sem sintomas. Joelhos e coluna cervical
são os locais mais atingidos. Aos 50 anos aumenta muito a prevalência e a
partir da década dos 70 anos 85% dos indivíduos terão alterações ao RX.
Fatores de risco
Osteoartrite
(OA) nos dedos das mãos é mais frequente em mulheres e tem grande
incidência familiar, favorecendo um mecanismo genético.
Osteoartrite
em articulações que recebem carga, como quadris e joelhos, são mais
frequentes em obesos o mesmo podendo acontecer com a coluna vertebral.
Defeitos
posturais como pernas arqueadas ou pernas em xis favorecem Osteoartrite
de joelhos. Posição inadequada do fêmur em relação à bacia leva à
degeneração cartilaginosa em locais específicos da articulação
coxo-femural.
Do mesmo modo, defeitos nos pés
levarão à instalação de Osteoartrite, sendo o joanete o melhor modelo.
Entretanto, há pacientes que sofrem outro tipo de OA no dedo grande do
pé que não se relaciona com defeito postural.
Hiperelasticidade
articular, mais comum em mulheres, pode permitir que as superfícies
articulares ultrapassem seus limites anatômicos e a cartilagem,
deslizando em superfícies duras, sofre erosão. Osteoartrite OA entre
fêmur e rótula (femuropatelar) é um exemplo comum.
Doenças metabólicas como diabete e hipotireoidismo favorecem o desenvolvimento de Osteoartrite.
Outras
doenças que afetam a cartilagem como artrite reumatoide, artrite
infecciosa e doenças por depósitos de cristais (gota e condrocalcinose)
podem apresentar-se com o mesmo tipo de lesão e são rotuladas como
Osteoartrite (OA) secundária.
Manifestações clínicas
O que se sente?
Antes
da dor, os pacientes com OA podem reclamar de desconforto articular ou
ao redor das articulações e cansaço. Posteriormente, aparece dor e, mais
tarde, deformidades e limitação da função articular. No início, a dor
surge após uso prolongado ou sobrecarga das articulações comprometidas.
Mais
tarde, os pacientes reclamam que após longo período de inatividade como
dormir ou sentar-se por muito tempo em Osteoartrite de quadrís ou
joelhos, há dor no início do movimento que permanece alguns minutos.
São
exemplos a dor discreta com rigidez que dura alguns minutos nos dedos
pela manhã e nos joelhos também de manhã ou após algum tempo sentado.
Nos pacientes que têm piora progressiva a dor fica mais forte e
duradoura e as deformidades acentuam-se.
Na Osteoartrite de quadrís e joelhos, subir e descer escadas fica mais difícil assim como caminhadas mais longas.
A
inflamação pode produzir aumento do líquido intra-articular. Nestas
situações a dor aumenta, os movimentos ficam mais limitados e a palpação
articular evidencia calor local além da presença do derrame.
Acredita-se
que só o fato de uma articulação estar comprometida já é suficiente
para que se desenvolva atrofia muscular, mas certamente a falta de
movimentos completos e a inatividade são fatores coadjuvantes
importantes. Em casos extremos, os pacientes necessitam fazer uso de
bengalas ou muletas. Raramente um paciente com Osteoartrite de quadris
ou joelhos vai para cadeira-de-rodas.
Osteoartrite (OA) das mãos.
É mais frequente em mulheres. Pode haver
comprometimento exclusivo das articulações próximas às unhas
(interfalangianas distais). Após lenta evolução que não obrigatoriamente
acompanha-se de dor e vermelhidão estas articulações ficam com
proeminências ósseas duras e de distribuição irregular.
Com
menor frequência, podem ocorrer lesões semelhantes nas articulações
interfalangianas proximais. A capacidade de preensão pode ficar bastante
comprometida.
Local comumente envolvido é a
articulação abaixo do polegar (trapéziometacarpiana). Com frequência
esta articulação, em ambas mãos, é a única envolvida.
A
gravidade é bastante variável. Pode não afetar a função das mãos mas há
casos de deslocamento do polegar para a região palmar e dor forte ao
segurar-se objetos.
Osteoartrite (OA) dos pés
É comum o joanete. É o resultado de um defeito da posição dos ossos que formam a articulação do grande artelho com o médio-pé.
A Osteoartrite é consequente ao desgaste da
cartilagem e do osso adjacente e consequente proliferação óssea anormal.
Atrito provocado pelo uso de calçados forma uma bursa (cisto abaixo da
pele) que inflama e dói.
Vários defeitos
posturais ou da mecânica dos pés que não são corrigidos com calçados
apropriados, exercícios, palmilhas ou cirurgia levam a lesões
cartilaginosas e consequente OA. Os pés podem ficar bastante deformados e
rígidos, dificultando a marcha e o uso de calçados.
Osteoartrite (OA) dos quadris (coxartrose)
A grande maioria das coxartroses é secundária a defeitos da bacia ou fêmur congênitos ou adquiridos precocemente.
Quando
as duas articulações estão envolvidas, obesidade deve ser um fator
importante. A dor pode localizar-se na virilha, nádega, parte externa ou
interna da coxa e, menos frequentemente, irradiar-se ou ser unicamente
no joelho. Em todas as situações haverá progressiva limitação dos
movimentos da coxa, sendo comum dificuldade para colocar calçados e
vestir calças.
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