sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

Diabetes e Insuficiência Renal Crônica

Data de publicação: 06/08/2006

O que é a diabetes?

O Diabetes mellitus, normalmente conhecida por diabetes (e em alguns países por “sugar” – açúcar) é uma condição que ocorre quando o corpo não fabrica insulina suficiente ou quando o corpo não consegue utilizar quantidades normais de insulina de forma adequada. A insulina é um hormônio que regula a quantidade de açúcar no sangue. Um alto nível de açúcar no sangue pode causar problemas em muitas partes do corpo.

Existem tipos diferentes de diabetes?

Sim. Os mais comuns são tipo 1 e tipo 2. A diabetes tipo 1 é responsável por aproximadamente 10 por cento dos casos. Ela normalmente se inicia na infância. Quando a pessoa tem esse tipo de diabetes, seu pâncreas não fabrica insulina suficiente e ela necessita tomar injeções de insulina.
A diabetes tipo 2 (o tipo mais comum de diabetes) normalmente ocorre em pessoas com idade acima de 45 anos, mas está se tornando mais comum em pessoas mais jovens. Quando a pessoa tem esse tipo de diabetes, seu pâncreas não fabrica insulina suficiente e ela necessita tomar injeções de insulina. Freqüentemente, o alto nível de açúcar no sangue pode ser controlado por perda de peso, exercícios e pílulas, mas a insulina também pode ser necessária. A diabetes tipo 2 é particularmente comum entre afro-americanos, hispano-americanos, americanos de origem asiática e índios americanos.

Como a diabetes afeta o corpo?

Se não controlada, a diabetes pode causar danos a muitas partes do corpo, especialmente rins, coração, olhos e nervos. Podem ocorrer o desenvolvimento de pressão sangüínea alta e endurecimento das artérias (arteriosclerose), que podem levar a doenças do coração e dos vasos sanguíneos.

O que a diabetes causa nos rins?

A diabetes pode danificar os vasos sanguíneos dos rins. O primeiro sinal de problema renal é a PRESENÇA de albumina (um tipo de proteína) na urina. Um teste de urina sensível a uma microquantidade de albumina (microalbuminúria) ajuda a detectar o problema renal em um estágio inicial em pessoas com diabetes. Mais adiante, a função renal pode se reduzir. A função renal é verificada estimando-se a taxa de filtração glomerular (TFG) dos resultados da dosagem de creatinina do sangue. Quando os rins estão afetados, eles não conseguem limpar o sangue adequadamente e acumulam-se resíduos no sangue. O corpo reterá mais água e sal do que deveria, o que pode resultar em ganho de peso e inchaço do tornozelo.
A diabetes também pode prejudicar os nervos (neuropatia) do corpo. Isso pode levar a dificuldades para esvaziar a bexiga. A pressão resultante da bexiga cheia pode retornar e afetar os rins. Além disso, se a urina ficar na bexiga por muito tempo, pode provocar uma infecção do trato urinário. Isso acontece porque as bactérias crescem rapidamente na urina com um alto nível de açúcar.

Quantas pessoas com diabetes chegam a ter insuficiência renal crônica?

Cerca de um terço das pessoas com diabetes podem eventualmente desenvolver insuficiência renal crônica (IRC). Alguns grupos, como os afro-americanos, americanos de origem asiática, hispano-americanos e índios americanos podem ter um risco maior de apresentar essa complicação.

O que as pessoas com diabetes podem fazer para prevenir a insuficiência renal?

A manutenção de um bom controle do açúcar no sangue pode reduzir o risco de se contrair a insuficiência renal crônica. A pessoa deve fazer um teste de albumina (um tipo de proteína) na urina pelo menos uma vez por ano. A pessoa deve verificar sua pressão sanguínea com a frequência recomendada pelo médico e tomar medicamentos para a pressão sanguínea caso o médico determine. A pessoa deve fazer exames de sangue para verificar o controle de açúcar no sangue e a função renal com base no nível de creatinina no sangue. Deve seguir a dieta para diabetes e fazer exercícios regularmente. Evitar álcool e cigarros. Consultar o médico com a frequência solicitada.
Muitas pessoas com diabetes não desenvolvem a insuficiência renal crônica. Ser diabético nem sempre significa ter problemas renais. Deve-se conversar com o médico para ter conhecimento da probabilidade de se contrair a insuficiência renal crônica.

Quais são os primeiros sinais de insuficiência renal crônica em pessoas com diabetes?

Para quem tem diabetes, o primeiro sinal de insuficiência renal crônica é a presença de albumina na urina. Ela está presente muito antes de existir evidência de insuficiência renal nos exames de sangue normais no consultório médico. A albumina na urina pode também ser um sinal precoce de anormalidades nos vasos sanguíneos que podem levar a doença cardíaca. Assim, é importante solicitar ao médico que faça um exame de urina para microalbumina (microalbuminúria) anualmente. Deve-se fazer um exame de sangue comum para creatinina sérica para se estimar a capacidade de filtração dos rins – denominada taxa de filtração glomerular (TFG).
A pessoa usará mais o banheiro à noite. A pressão sanguínea pode ficar muito alta. A pessoa com diabetes deve fazer exames de sangue, urina e pressão sanguínea periodicamente. Assim é possível se obter um melhor controle da doença e um tratamento precoce da pressão sanguínea alta e da insuficiência renal.

Quais são os sinais tardios de insuficiência renal em pessoas com diabetes?

Os sinais tardios podem ser ganho de peso e inchaço do tornozelo (edema). À medida que a insuficiência renal evolui, a pessoa apresenta um aumento do NUS e uma redução da TFG. Pode apresentar náusea, vômitos, perda de apetite, fraqueza, aumento da fadiga, coceira, cãibras nos músculos (especialmente nas pernas) e uma baixa contagem de células sanguíneas (anemia). A pessoa acha que necessita de menos medicamentos para diabetes ou insulina. Isso ocorre porque os rins afetados levam a uma menor decomposição da insulina. Quem apresentar qualquer um desses sinais, deve procurar o médico.

Sinais de insuficiência renal em pessoas com diabetes

Sinais precoces:

  • Albumina na urina (também indica um risco maior de doença cardíaca);
  • Uso mais frequente do banheiro à noite;
  • Alta pressão sanguínea.

Sinais tardios:

  • Inchaço do tornozelo e perna, cãibras na perna;
  • Altos níveis de nitrogênio uréico no sangue (NUS) e uma redução na taxa de filtração glomerular (TFG);
  • Menor necessidade de insulina ou pílulas para diabetes;
  • Fraqueza, palidez e anemia;
  • Coceira;
  • Enjoo matinal, náusea e vômito.

    Se a diabetes afetou os rins, o que pode ser feito?

    Quem apresentar qualquer um dos sinais de insuficiência renal descritos acima, precisa procurar o médico. Com exames de sangue e urina, o médico pode dizer como os rins estão funcionando. Isso ajudará o médico a indicar o melhor tratamento para o paciente. A detecção precoce da insuficiência renal, com o tratamento adequado, pode impedir que ela se agrave.
    Diabetes e Insuficiência Renal Crônica

    O que acontecerá se a função renal estiver abaixo do normal?

    Em primeiro lugar, o médico precisa descobrir se a diabetes provocou o problema. Outras doenças podem causar problemas nos rins. Se nenhum outro problema for encontrado, o médico tentará manter os rins funcionando pelo maior período de tempo possível. O uso de tipos especiais de medicamentos para pressão sanguínea alta denominados inibidores da enzima conversora de angiotensina (ECA) e bloqueadores dos receptores da angiotensina (BRA) mostrou ajudar a retardar a perda da função renal e a reduzir a doença cardíaca na diabetes. As seguintes providências podem ajudar os rins a funcionarem melhor e durarem mais:
Controlar o açúcar no sangue com dieta, exercícios e medicamentos;
Controlar a pressão sanguínea alta;
Restringir a quantidade de sal na dieta para ajudar a controlar a pressão sanguínea alta e reduzir o inchaço do corpo;
Tratamento de infecções do trato urinário;
Correção de qualquer problema no sistema urinário;
Evitar medicamentos que possam afetar os rins (especialmente antiinflamatórios e analgésicos);
Confirmar com o médico antes de tomar suplementos fitoterápicos.

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