sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

 

Fonte: http://farmacologica.blogspot.com.br/2012/05/pre-diabetes.html

Diabetes

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Diabetes Mellitus é uma doença do metabolismo da glicose causada pela falta ou má absorção de insulina, hormônio produzido pelo pâncreas e cuja função é quebrar as moléculas de glicose para transformá-las em energia a fim de que seja aproveitada por todas as células. A ausência total ou parcial desse hormônio interfere não só na queima do açúcar como na sua transformação em outras substâncias (proteínas, músculos e gordura).

Na verdade, não se trata de uma doença única, mas de um conjunto de doenças com uma característica em comum: aumento da concentração de glicose no sangue provocado por duas diferentes situações:
a) Diabetes tipo I – o pâncreas produz pouca ou nenhuma insulina. A instalação da doença ocorre mais na infância e adolescência e é insulinodependente, isto é, exige a aplicação de injeções diárias de insulina;
As pessoas portadoras de diabetes tipo 1 necessitam de aplicações diárias de doses de insulina 
A diabetes tipo 1, ou diabetes mellitus tipo 1, é uma doença relacionada à falta de produção de insulina pelo organismo ou à produção insuficiente. A insulina é um hormônio produzido pelas células beta, das ilhotas de Langerhans, do pâncreas. Esse hormônio possui a função de levar a glicose presente na corrente sanguínea, produzida pelo processo digestivo, para os músculos esqueléticos, fígado e para as células do tecido adiposo (tecido gorduroso).
Nesse tipo de diabetes o sistema imunológico da pessoa destrói as células beta de seu próprio pâncreas. Trata-se, então, de uma reação autoimune. É como se o sistema imunológico reconhecesse as tais células beta como “corpos estranhos”, invasores do nosso organismo. O motivo pelo qual tal reação ocorre, ainda não é totalmente compreendido pelos médicos e cientistas.
Quando, por algum motivo, a insulina não é produzida de modo eficaz, ocorre elevação de glicose no sangue (glicemia), faltando glicose para os nossos processos metabólicos essenciais. A produção inadequada de insulina, nesses casos, pode ser em decorrência de problemas genéticos ou algum fator que tenha gerado destruição das células beta do pâncreas.
O diagnóstico da doença costuma ocorrer logo na infância, por isso era chamada de diabetes juvenil. Os sintomas da doença costumam ser: excesso de urina, urina com excesso de “açúcar”, muita sede, impotência sexual, distúrbios cardíacos e renais; problemas de visão, feridas que demoram a cicatrizar, especialmente nos membros inferiores; entre outros.
O tratamento é feito com aplicações diárias de insulina. As pessoas com esse tipo de diabetes são tidas como insulino-dependentes, pois são dependentes de insulina. Além da aplicação do hormônio, essas pessoas necessitam seguir uma dieta restrita, com baixos níveis de carboidratos, principalmente. Para os portadores, recomenda-se também seguir um programa de exercícios físicos para ajudar a baixar os níveis de glicose no sangue e evitar algumas situações que aumentam os fatores de risco, tais como não fumar, controlar a pressão arterial e, principalmente, não se automedicar.

                                                                                          
Fonte: https://www.behance.net/gallery/2310438/Infografico-para-criancas-com-diabetes%28TCC%29

b) Diabetes tipo II – as células são resistentes à ação da insulina. A incidência da doença que pode não ser insulinodependente, em geral, acomete as pessoas depois dos 40 anos de idade;
Fonte: http://veja.abril.com.br/noticia/saude/estudo-brasileiro-mostra-que-cirurgia-bariatrica-ajuda-a-controlar-diabetes-em-99-dos-pacientes

O diabetes tipo 2 é uma doença crônica que afeta a forma como o corpo metaboliza a glicose, principal fonte de energia do corpo. A pessoa com diabetes tipo 2 pode ter uma resistência aos efeitos da insulina - hormônio que regula a entrada de açúcar nas células - ou não produz insulina suficiente para manter um nível de glicose normal. Quando não tratada, a diabetes tipo 2 pode ser fatal.

Fatores de risco

Qualquer pessoa pode ter diabetes tipo 2. Mas existem algumas condições que aumentam o risco:

  • Idade acima de 45 anos
  • Obesidade e sobrepeso
  • Diabetes gestacional anterior
  • Histórico familiar de diabetes tipo 2
  • Pré-diabetes
  • Sedentarismo
  • Baixos níveis de colesterol HDL
  • Triglicerídeos elevados
  • Hipertensão
  • Consumo elevado de álcool.

Causas

Ao contrário das pessoas com diabetes tipo 1, as pessoas com diabetes tipo 2 produzem insulina. Entretanto, o corpo pode criar uma resistência à insulina – ou seja, ele não responde da forma como deveria à ação da insulina e não a utiliza corretamente. Também pode acontecer de o paciente com diabetes tipo 2 não produzir insulina suficiente para suprir as demandas do seu corpo. Nesse processo, a insulina insuficiente não consegue carregar todo o açúcar para dentro das células, e ele acaba se acumulando no sangue.
Quando se tem diabetes tipo 2, os adipócitos (células de gordura), os miócitos (células dos músculos) e os hepatócitos (células do fígado) não respondem corretamente à insulina, e por isso o açúcar não entra nessas células, ficando na corrente sanguínea.
O adipócito é a nossa célula de estoque de gordura. Quando ele é sensível a insulina, significa que ele reconhece a glicose circulante e ativa mecanismos de "poupar", ou seja, ele não retira a gordura de dentro dele para disponibiliza-la ao corpo como forma de energia. Quando o adipócito é resistente a ação da insulina, ele não reconhece a glicose circulante e entende que o organismo está com falta de energia, com isso ele libera a gordura que está no seu interior para o sangue, é por isso que o paciente com diabetes além de ter glicose alta pode também ter colesterol alto.
Os hepatócitos também funcionam de forma semelhante, isto é, quando são sensíveis à ação da insulina absorvem glicose e a estocam. Quando são resistentes, eles não reconhecem a glicose alta no sangue e entendem que existe falta de glicose, liberando mais glicose para o sangue e piorando o processo.
As células dos músculos também: com a insulina elas absorvem glicose para usar como energia, sem a insulina entendem que está faltando e sinalizam para o corpo a necessidade de queimar gordura para fornecer energia.

Sintomas de Diabetes tipo 2

Normalmente, as pessoas com diabetes tipo 2 não apresentam sintomas no início, podendo ter a doença assintomático por muito anos.Os primeiros sintomas de diabetes tipo 2 podem ser:

  • Infecções frequentes. Alguns exemplos são bexiga, rins, pele e infecções de pele
  • Feridas que demoram para cicatrizar
  • Alteração visual (visão embaçada)
  • Formigamento nos pés e furúnculos
  • Vontade de urinar diversas vezes
  • Fome frequente
  • Sede constante.
Na presença desses sintomas, principalmente associado aos fatores de risco, é importante visitar um médico e fazer uma investigação para o diabetes tipo 2.

Diagnóstico de Diabetes tipo 2

O diagnóstico de diabetes tipo 2 normalmente é feito usando três exames:

Glicemia de jejum

A glicemia de jejum é um exame que mede o nível de açúcar no seu sangue naquele momento, servindo para monitorização do tratamento do diabetes. Os valores de referência ficam entre 65 a 99 miligramas de glicose por decilitro de sangue (mg/dL). O que significam resultados anormais:
  • Valores acima de 100 mg/dL são indicativos para prosseguir a investigação com a curva glicêmica
  • Duas glicemias de jejum acima de 126 mg/dL são diagnósticas para diabetes tipo 2. Valores acima de 200 mg/dL também são considerados diagnósticos para diabetes tipo 2.

Hemoglobina glicada

Hemoglobina glicada (HbA1c) é a fração da hemoglobina (proteína dentro do glóbulo vermelho) que se liga a glicose. Durante o período de vida da hemácia - 90 dias em média - a hemoglobina vai incorporando glicose, em função da concentração deste açúcar no sangue. Se as taxas de glicose estiverem altas durante todo esse período ou sofrer aumentos ocasionais, haverá necessariamente um aumento nos níveis de hemoglobina glicada. Dessa forma, o exame de hemoglobina glicada consegue mostrar uma média das concentrações de hemoglobina em nosso sangue nos últimos meses. Os valores da hemoglobina glicada irão indicar se você está ou não com hiperglicemia, iniciando uma investigação para o diabetes tipo 2. Valores normais da hemoglobina glicada:
  • Para as pessoas sadias: entre 4,5% e 5,7%
  • Para pacientes já diagnosticados com diabetes: abaixo de 7%
  • Anormal próximo do limite: 5,7% e 6,4% e o paciente deverá investigar para pré-diabetes
  • Consistente para diabetes: maior ou igual a 6,5%.

Curva glicêmica

O exame de curva glicêmica simplificada mede a velocidade com que seu corpo absorve a glicose após a ingestão. O paciente ingere 75g de glicose e é feita a medida das quantidades da substância em seu sangue após duas horas da ingestão. No Brasil é usado para o diagnóstico o exame da curva glicêmica simplificada, que mede no tempo zero e após 120 minutos. Os valores de referência são:
  • Em jejum: abaixo de 100mg/dl
  • Após 2 horas: 140mg/dl
Curva glicêmica maior que 200 mg/dl após duas horas da ingestão de 75g de glicose é suspeito para diabetes.
A Sociedade Brasileira de Diabetes recomenda como critério de diagnóstico de diabetes tipo 2 as seguintes condições:

  • Hemoglobina glicada maior que 6,5% confirmada em outra ocasião (dois testes alterados)
  • Uma dosagem de hemoglobina glicada associada a glicemia de jejum maior que 200 mg/dl na presença de sintomas de diabetes
  • Sintomas de urina e sede intensas, perda de peso apesar de ingestão alimentar, com glicemia fora do jejum maior que 200mg/dl
  • Glicemia de jejum maior ou igual a 126 mg/dl em pelo menos duas amostras em dias diferentes
  • Glicemia maior que 200 mg/dl duas horas após ingestão de 75g de glicose.
É importante fazer esses exames regularmente, junto com o seu check-up médico. Isso porque o diabetes tipo 2 pode demorar para apresentar sintomas.

Tratamento de Diabetes tipo 2

O tratamento do diabetes tipo 2 visa baixar os níveis de glicose no sangue do paciente e cuidar para que ele não sofra nenhum tipo de complicação. Os principais cuidados para tratar o diabetes tipo 2 incluem:

Exercícios físicos

A atividade física é essencial no tratamento do diabetes tipo 2, pois ela ajuda a manter os níveis de açúcar no sangue controlados e no emagrecimento. A prática de exercícios deve ser realizada de três a cinco vezes na semana. Caso o diabetes tipo 2 esteja descontrolado, com glicemia muito elevada, o exercício pode causar a liberação de hormônios contrarreguladores, aumentando mais ainda a glicemia – por isso, é importante visitar o seu médico e sempre fazer a medicação da glicemia antes de iniciar uma atividade física. É importante que o paciente com diabetes tipo 2 sempre combine com seus médicos quais são as melhores opções de atividade física e frequência. Lembrando que o ideal é privilegiar exercícios leves, pois quando o gasto calórico é maior do que a reposição de nutrientes após o treino, pode haver a hipoglicemia.

Controle da dieta

Pessoas com diabetes tipo 2 devem evitar os açúcares presentes nos doces e carboidratos simples, como massas e pães, pois eles possuem um índice glicêmico muito alto. Quando um alimento tem o índice glicêmico baixo, ele retarda a absorção da glicose, que não se concentra no sangue. Mas, quando o índice é alto, esta absorção é rápida e acelera o aumento das taxas de glicose no sangue, gerando uma hiperglicemia. Os carboidratos devem constituir de 50 a 60% das calorias totais ingeridas pela pessoa com diabetes, preferindo-se os carboidratos complexos (castanhas, nozes, grãos integrais) que serão absorvidos mais lentamente. Também é importante que a dieta do portador de diabetes tipo 2 seja balanceada, cortando os excessos de gordura e priorizando o consumo de frutas e vegetais.
Quando for praticar exercícios é importante verificar o controle glicêmico antes do início da atividade, para então escolher o melhor alimento - se a glicemia está muito baixa, é aconselhável dar preferência aos carboidratos, assim como deve-se evitá-los se estiver alta. A escolha do alimento depende também do tipo de exercício: exercícios aeróbicos de grande duração (como corrida e natação) tendem a baixar a glicemia, sendo necessária uma ingestão maior de alimentos.

Verificar a glicemia

Alguns portadores de diabetes tipo 2 precisam fazer as medições regulares de insulina, alguns diariamente. Para fazer essa medida é necessário ter em casa um glicosímetro, dispositivo capaz de medir a concentração exata de glicose no sangue. Existem diferentes tipos de aparelhos. Normalmente, a pessoa fura o dedo com uma agulha pequena chamada lanceta. Uma pequena gota de sangue aparece na ponta do dedo. Coloca-se o sangue em uma tira reagente que é inserida no aparelho. Os resultados aparecem em cerca de 30 a 45 segundos.
O médico ou outro profissional que trabalhe com diabetes ajudará a definir um cronograma de testes feitos em casa. O médico o ajudará a definir as metas relativas às taxas de glicose do paciente, que deve se basear nos resultados dos testes para alterar as refeições, suas atividades ou os medicamentos e, assim, manter os níveis de glicose normalizados. Este procedimento pode ajudar a identificar as altas e as baixas taxas de glicose no sangue antes que causem problemas.

Maneire no consumo de bebidas alcoólicas

O consumo de álcool não é proibido para quem tem diabetes tipo 2, mas deve ser moderado e sempre acompanhado de um alimento, pois o consumo isolado pode causar hipoglicemia. O que pode causar enjoo, tremores pelo corpo, fome excessiva, irritação e dores de cabeça. Também é importante fazer o monitoramento de glicemia antes e depois de consumir bebidas alcoólicas. Cuidado com cervejas e bebidas doces ou à base de carboidratos. Elas têm alto índice glicêmico e podem trazer problemas.

Evite saunas e escalda pés

O diabetes tipo 2 afeta a microcirculação, lesionando as pequenas artérias (arteríolas) que nutrem os tecidos, que atingem especialmente as pernas e os pés. Em função desta alteração circulatória, os riscos de exposição às altas temperaturas e aos choques térmicos podem agravar ou desencadear quadros de angiopatias e outros problemas cardíacos. Além disso, o diabetes afeta a sensibilidade dos pés, e a pessoa pode não perceber a água muito quente ao fazer escalda pés.

Aumente os cuidados com os olhos

As células da córnea do paciente com diabetes tipo 2 não têm a aderência que se encontra na maioria daqueles que não tem diabetes. Essa fragilidade é a porta de entrada para uma série de infecções oportunistas e doenças como catarata e glaucoma.

Controle o estresse

Pessoas com diabetes têm maiores chances de ter ansiedade e depressão. Os pacientes podem sentir uma sensação de ansiedade em relação ao controle da hipoglicemia, da aplicação de insulina, ou com o ganho de peso.

Corte o cigarro

Diabetes e cigarro multiplicam em até cinco vezes o risco de infarto. As substâncias presentes no cigarro ajudam a criar acúmulos de gordura nas artérias, bloqueando a circulação. Consequentemente, o fluxo sanguíneo fica mais e mais lento, até o momento em que a artéria entope. Além disso, fumar também contribui para a hipertensão no paciente com diabetes tipo 2.

Cuide da saúde bucal

A higiene bucal após cada refeição para o paciente com diabetes é fundamental. Isso porque o sangue dos portadores de diabetes, com alta concentração de glicose, é mais propício ao desenvolvimento de bactérias. Por ser uma via de entrada de alimentos, a boca acaba também recebe diversos corpos estranhos que, somados ao acúmulo de restos de comida, favorecem a proliferação de bactérias. Realizar uma boa escovação e ir ao dentista uma vez a cada seis meses é essencial.

Cuide das comorbidades

No geral, o diabetes tipo 2 vem acompanhados de outros problemas, como obesidade e sobrepeso, sedentarismo, triglicerídeos elevados e hipertensão. Dessa forma, é importante consultar seu médico e cuidar também dessas outras doenças e problemas que podem aparecer junto com o diabetes tipo 2. Dessa forma, você garante a sua saúde e consegue controlar todas as doenças com mais segurança.

Medicamentos

Entre os medicamentos que podem ser usados para controlar o diabetes tipo 2 estão:
  • Inibidores da alfaglicosidase: são medicamentos que impedem a digestão e absorção de carboidratos no intestino. Os carboidratos vão determinar o aumento da glicose no sangue, então ao bloquear a absorção pretendese evitar que o carboidrato que foi ingerido cause aumento da glicemia. Seu principal uso é no controle do aumento da glicose após as refeições. No Brasil, temos disponível o medicamento acarbose, via oral. Reduz a hemoglobina glicada entre 0,6 e 1,1%.
  • Biguanidas: a principal representante dessa classe é a metformina, via oral. A fenformina foi retirada do mercado por efeitos colaterais. A metformina reduz a produção hepática de glicose e combate a resistência à insulina, tem alto potencial de redução da A1C (até 2%) e não causa hipoglicemia. Pelo seu efeito de agir diretamente na causa do diabetes tipo 2, que é a resistência insulínica, é o primeiro medicamento a ser pensado para começar o tratamento do diabetes tipo 2. Pode causar intolerância gastrintestinal e existem opções de comprimidos com liberação lenta que podem ser utilizados naqueles pacientes que apresentam intolerância gastrintestinal.
  • Sulfonilureias: Estimulam a produção pancreática de insulina pelas células beta do pâncreas, tem alto potencial de redução de A1C (até 2% em média), mas podem causar hipoglicemia. São representantes mais conhecidos e utilizados desta classe: glibenclamida, gliclazida e glimepirida, todos via oral.Tiazolidinedionas: São medicamentos que agem dentro do núcleo celular, em um receptor chamado ppar-gama. Os efeitos dessa ativação incluem a redução da resistência insulínica, principalmente no músculo e tecido adiposo, agindo então na causa do diabetes tipo 2. Existem dois representantes da classe: rosiglitazona e pioglitazona, via oral. Podem reduzir de 1 a 2% a hemoglobina glicada, mas geram aumento de peso.
  • Inibidores enzima DPP-4: sitagliptina, vildagliptina, saxagliptina são alguns medicamentos desta nova classe, todos ministrados via oral. O nosso intestino libera um peptídeo chamado GLP-1 imediatamente após a alimentação. A função do GLP-1 é estimular a liberação de insulina, diminuir a produção da glicose no fígado e aumentar a sensibilidade à insulina, dentro outras funções. O GLP-1 é rapidamente degradado pela enzima DPP-4, então esses medicamentos bloqueiam a DPP-4 e aumentam a ação do GLP-1. Por estimular a secreção de insulina, o GLP-1 é chamado de “incretina”. Esse medicamentos para diabetes tipo 2 reduzem em até 1% a hemoglobina glicada.
  • Glinidas: nateglinida e repaglinida, via oral. Agem também estimulando a produção de insulina pelo pâncreas, mas diferentemente das sulfoniluréias, seu efeito é mais rápido. Além disso, o efeito das glinidas é dependente da glicose, logo o efeito será maior quanto maior for a glicose. A redução da hemoglobina glicada é de 0,5 a 1,5%.
  • Injetáveis: Para o tratamento do diabetes tipo 2 existe uma classe de medicamentos chamada análogos do GLP-1, que é injetável. O exenatide é um análogo sintético do GLP-1, o hormônio que estimula o pâncreas a produzir insulina. Foi o primeiro análogo a ser comercializado e quando adicionado ao tratamento dos pacientes que já utilizavam metformina e sulfoniluréias, levou à uma redução adicional de 1,1% da hemoglobina glicada. O liraglutide é um novo análogo de GLP-1, aplicado uma vez ao dia e quando usado no tratamento de pacientes com diabetes apresentou melhora do controle glicêmico e redução do peso corporal.

    Complicações possíveis


    Retinopatia diabética

    Lesões que aparecem na retina do olho, podendo causar pequenos sangramentos e, como consequência, a perda da acuidade visual.

    Retinopatia diabética atinge cerca de 75% dos pacientes

    Tainah Medeiros                                                                                                                                                                     A maioria das pessoas relaciona diabetes ao risco de cegueira. Contudo, persiste o desconhecimento sobre a prevenção da retinopatia diabética, caracterizada pela lesão dos pequenos vasos sanguíneos que nutrem a retina. Segundo a pesquisa “Diabetes: Mude seus Valores”, 75% dos pacientes com diabetes há mais de 20 anos desenvolvem a doença.Dr. Jorge Rocha, diretor da SBRV (Sociedade Brasileira de Retina e Vítreo), afirma que a alta taxa de incidência deve-se a falhas no tratamento do diabetes. “O controle deve ser feito por meio de alimentação balanceada e medicação recomendada. Assim, será menor chance de ter a complicação na visão. O problema é que nem sempre esses cuidados são seguidos à risca, fazendo com que a doença se desenvolva, muitas vezes sendo notada apenas nos estágios mais avançados”.
    Os sintomas da doença são progressivos. O primeiro sinal é a vista embaçada, seguida de manchas turvas no campo visual. Aos poucos, a visão começa a ficar cada vez mais turva, podendo caminhar para uma hemorragia nos vasos sanguíneos oculares.
    retinopatia diabetica material didatico
    Fonte: http://www.diabeticool.com/perguntas-respostas/quais-sao-os-efeitos-do-diabetes-no-corpo-humano/

    “A doença se desenvolve da seguinte maneira: algumas células se acumulam nas paredes dos vasos da retina, causando estreitamento e, às vezes, bloqueio do fluxo sanguíneo. Como o sangue não consegue fluir normalmente, ele vai acumulando em determinadas regiões, criando micro-aneurismas (dilatação anormal do vaso). Dessa maneira, acaba havendo desgaste na parede do vaso até que ele se rompa e haja extravasamento de sangue na retina ou infiltração de gordura, o que compromete a visão”, explica Rocha.
    O especialista ressalta que, ao tomar conhecimento do diabetes, o paciente deve ser acompanhado também por um oftalmologista. Dessa maneira, será mais fácil diagnosticar precocemente qualquer problema na região. “Quando o tratamento é feito logo no início, 95% dos pacientes conseguem recuperar completamente a visão. Se o problema é detectado no começo, a terapia se resume a controle de glicemia e pressão, junto com alimentação balanceada. Caso a visão já esteja mais comprometida, é preciso recorrer ao tratamento a laser, que  coagula os locais em que o vaso está desgastado, acompanhado de medicação antiangiogênicas. Em último caso, quando há hemorragia ou descolamento da retina, optamos pela cirurgia vitrectomia, capaz de recuperar todas as partes prejudicadas do olho”.
    Embora os riscos de desenvolver a doença sejam menores naqueles que seguem o tratamento, ainda assim a probabilidade é alta: 50%. “Entretanto, quando ocorre nessas condições, acontece de uma forma mais leve, com progressão lenta e fácil reversão”, completa o diretor.                Fonte: http://drauziovarella.com.br/diabetes/retinopatia-diabetica-atinge-75-dos-pacientes/

     

    Na primeira figura, a retina do olho está normal, sem microaneurismas. Na segunda, a retina do olho está com microaneurismas.

    Fonte: http://www.lookfordiagnosis.com/mesh_info.php?term=Retinopatia+Diabetica&lang=3

    Um material anormal é depositado nas paredes dos vasos sanguíneos da retina que é a região conhecida como "fundo de olho", causando estreitamento e às vezes bloqueio do vaso sanguíneo, além de enfraquecimento da sua parede - o que ocasiona deformidades conhecidas como micro-aneurismas. Estes micro-aneurismas frequentemente rompem ou extravasam sangue causando hemorragia e infiltração de gordura na retina.

    Fonte: http://www.soccol.com.br/doencas_retinopatia.htm

  • Fotocoagulação por raios laser:
O exame é realizado através dos seus efeitos fotoquímicos e térmicos sobre o tecido retiniano e subjacente. Objetiva obter controle das patologias oculares descritas.
É o procedimento pelo qual pequenas áreas da retina doente são cauterizadas com a luz de um raio-laser na tentativa de prevenir o processo de hemorragia. O ideal é que este tratamento seja administrado no início da doença, possibilitando melhores resultados por isso é extremamente importante a consulta periódica ao oftalmologista.
Nesse tipo de terapia, é necessário acompanhante. Há dilatação da pupila e, por isso, o paciente não deve dirigir após a mesma. Não é necessário jejum. A duração é de 10 minutos, em média. A utilização dos raios laser no tratamento de doenças de retina é um procedimento que revolucionou a Oftalmologia há algumas décadas. Antes, não havia tratamento efetivo para várias doenças que atualmente são tratadas com sucesso pelo laser.
O laser é captado pela retina, onde faz uma pequena cauterização (queimadura), o que proporciona uma adesão maior e mais sólida entre a retina e a coróide subjacente. Após a aplicação do laser, as marcas na retina, inicialmente brancacentas, pigmentam-se e adquirem a coloração escura.
O feixe de luz direcionado permite que o médico especialista em fundo de olho (retinólogo) consiga aplicar o laser exatamente onde se faz necessário obtendo assim maior eficiência no resultado final.
O laser é indicado para pessoas que apresentam doenças que afetam os vasos sanguíneos do olho, como ocorre com os diabéticos. Pacientes que apresentam degenerações periféricas ou roturas na retina predisponentes ao deslocamento de retina também necessitam desse tratamento.
A fotocoagulação a laser é realizada, normalmente, em regime ambulatorial (dispensa internação) sem necessidades de anestesia no paciente, somente a instilação de colírio anestésico no olho, para aliviar o desconforto causado e tornando o procedimento indolor.
fotocoagulacao_laser
Fonte: http://www.soccol.com.br/doencas_retinopatia.htm
Fonte: http://www.hosb.com.br/fotocoagulacao-a-laser
Fonte: http://retinacuritiba.com.br/cirurgias/fotocoagulacao-a-laser/

Equipamento que realiza a fotocoagulação a laser 
Equipamento que realiza a fotocoagulação a laser

Também é fundamental o paciente trazer os demais exames oftamologicos para auxiliar o médico na definição do local que será aplicado o LASER.
  • Arterosclerose

    Endurecimento e espessamento da parede das artérias.      

    Fonte: http://vascular.pro/content/como-prevenir-aterosclerose                                         Fonte: http://www.riototal.com.br/saude/saude032.htm             
                                            
    A aterosclerose é uma doença silenciosa que pode não apresentar sintomas durante anos e que, na maior parte dos casos, se manifesta tarde demais.

    É um processo que se inicia, muitas vezes, na infância. Consiste na acumulação de gordura nas paredes dos vasos ou artérias, o que provoca o estreitamento dessas artérias, dificultando a circulação sanguínea e, por isso, pode originar acidentes cardiovasculares. 
     
    Há várias fases de desenvolvimento, desde estrias lipídicas até à formação de uma placa de gordura passível de conduzir situações mais graves.

                                 
    A doença progride de forma silenciosa e quando o doente percebe, já está instalada. Se o colesterol desse dor, todos íamos ao médico mais cedo.

    As consequências da aterosclerose são muitas, podendo afetar vários órgãos.

    Uma das consequências é a angina de peito, que se manifesta pela menor quantidade de sangue irrigando o coração, provocando dor.
    Quando o indivíduo faz um esforço, o coração necessita de maior aporte de sangue, de mais oxigênio e nutrientes. As artérias que transportam o sangue do coração para as várias partes do corpo encontram-se estreitadas, pelo tal acúmulo de gordura. Com isso, há menos quantidade de sangue podendo passar e se houver um esforço em que é preciso sangue em maior quantidade, os tecidos queixam-se e podem fazê-lo de várias formas. O doente pode, então, queixar-se de dor no peito (angina de peito), de uma dor na barriga da perna, que pode ser um sinal de insuficiência arterial periférica, causada pela menor circulação de sangue nos membros inferiores.

    A aterosclerose pode também manifestar-se a nível cerebral por pequenos episódios transitórios, quer de redução da força, quer da alteração do estado de consciência. No caso de a aterosclerose estar numa fase mais avançada, a doença pode manifestar-se nestes três campos: cardiovascular, cerebral e extremidades.

    Assim, caso ocorra oclusão das artérias no coração, o indivíduo pode sofrer de um enfarte do miocárdio; se a aterosclerose afetar o cérebro, o doente pode sofrer de um acidente vascular cerebral (AVC); e se a doença se localizar nos membros, pode ocorrer uma isquemia de uma das extremidades.
     
    Há ainda um fator colateral muito significativo na aterosclerose, que é o sal. Quanto mais alta a quantidade de sal ingerido maior o risco de vir a sofrer complicações cardiovasculares.          Fonte: http://www.riototal.com.br/saude/saude032.htm

                                                    Fonte: http://pt-br.infomedica.wikia.com/wiki/Aterosclerose                                                                                                                                                                                                            Dr. Protásio Lemos da Luz é médico cardiologista. Pesquisador e professor, trabalha no Incor, o Instituto do Coração da Universidade de São
Por volta de 1790, Edwuard Jenner, o descobridor da vacina contra a varíola, a primeira a ser descoberta, estava dissecando um cadáver à procura de alguma coisa que justificasse aquela morte ocorrida depois de longo sofrimento provocado por dores no peito, quando sentiu o bisturi esbarrar em algo parecido com areia numa artéria  do coração. Olhou para cima à procura de um fragmento que pudesse ter-se desprendido do teto, mas nada encontrou. Abriu, então, com cuidado a artéria e viu que dentro dela havia uma substância dura semelhante a pequenas pedras (foi essa expressão que usou para descrevê-la) que talvez fosse responsável pela dor e morte daquele paciente. Essa foi a primeira descrição de uma artéria com placas de colesterol em seu interior o que, em medicina, caracteriza uma doença chamada aterosclerose, que é causa de grande parte dos acidentes cardiovasculares e de morte.

DOENÇA SISTÊMICA
Drauzio — A aterosclerose é um fenômeno novo ou sempre existiu na história da humanidade?
Protásio Lemos da Luz – A aterosclerose não é um fenômeno novo. Novo é o entendimento da natureza dessa doença. O que acontece na aterosclerose é que, sob diversos estímulos, entre eles o fumo, a artéria se altera e reage. Ela multiplica suas células, recebe o depósito de substâncias circulantes, por exemplo, as gordurosas e sofre um processo de calcificação que promove seu endurecimento.
A aterosclerose causa uma alteração profunda em basicamente todas as artérias: nas que vão para o coração e o cérebro, as carótidas, na aorta, essa grande artéria que distribui  o sangue para o corpo todo, e nas artérias dos membros inferiores. Ela é, portanto, uma doença sistêmica que produz alterações enormes na sua evolução relativas à diminuição do fluxo de sangue em determinados órgãos.
Drauzio – Essa deposição de placas nas artérias é homogênea?  Ocorre tanto nas grandes artérias como nas artérias terminais?
Protásio Lemos da Luz – Não é homogênea. Sobretudo o grau de alteração não é homogêneo. Um exemplo bem gritante disso é o que acontece na artéria coronária. Às vezes, a coronariografia revela uma única obstrução em uma só artéria. Quando se analisa em dissecçâo a artéria inteira, verifica-se que toda ela apresenta alterações, mas que  a obstrução grande capaz de limitar o fluxo sanguíneo é localizada. Outras vezes, a doença é difusa, e não ter um padrão especificamente definido é uma das características da aterosclerose. O fato de as lesões poderem ser muito diferentes dificulta estabelecer o diagnóstico e a forma de tratamento.
Drauzio – Você disse que o cateterismo ou a coronariografia, às vezes, revelam que a artéria sofre um estrangulamento num determinado ponto e é esse estrangulamento que provoca o infarto do miocárdio. Se a aterosclerose é uma doença sistêmica, ou seja, que afeta todas as artérias, porque nesse local especificamente ocorre esse acúmulo exagerado de placas?
Protásio Lemos da Luz – A explicação mais aceita hoje, baseada em cuidadosa documentação experimental, é que nesses locais há uma alteração do fluxo de sangue que normalmente corre como as águas tranquilas de um rio numa área plana, sem sofrer turbilhonamento. Nessas condições a função da parede da artéria, sobretudo da camada endotelial, é preservada. Quando isso se altera, a função da camada endotelial também se altera e induz a lesão aterosclerótica. Embora exista um ambiente sistêmico que permita o desenvolvimento da enfermidade por todo o organismo, em determinados locais ocorrem alterações de fluxo que favorecem o estabelecimento de lesões primariamente ali.
FATORES DE RISCO
Drauzio – Há famílias em que várias pessoas morreram de ataques cardíacos muito jovens e outras em que não aparecem problemas cardíacos. Existem fatores genéticos relacionados com a aterosclerose?
Protásio Lemos da Luz – Na maioria das vezes, a aterosclerose está relacionada com os fatores de risco tradicionais: pressão alta, diabetes, colesterol elevado, tabagismo, obesidade. Entretanto, em mais ou menos 40% dos casos de pessoas com a doença documentada não existem os fatores de risco clássicos. Existem os chamados novos fatores de risco, por exemplo, a hiper-homocisteinemia. Homocisteína é uma proteína encontrada normalmente no plasma que, em certas circunstâncias, por alterações metabólicas, pode aumentar muito. Esse aumento lesa os vasos e facilita o desenvolvimento da aterosclerose. Trata-se, porém, de uma  patologia que ocorre num grupo relativamente pequeno de pessoas. Outro fator de risco a considerar é o nível reduzido de HDL, o colesterol protetor.
Somados todos esses casos, sobram mais ou menos 20% em que há predisposição genética, aliás, um assunto que ainda estamos aprendendo a conhecer. A ideia, hoje, é que existem vários genes que participam na regulação da função das células da parede da artéria e da formação da placa. É possível que alterações em alguns desses genes provoquem a doença apesar da ausência dos fatores de risco clássicos. Um exemplo disso é a hipercolesterolemia familiar. É raro, mas, por alteração genética, pessoas da mesma família têm o colesterol aumentado desde crianças.
Como você mencionou, algumas famílias apresentam a doença cardiovascular precocemente. Nessas,  com certeza, existem traços genéticos que favorecem o desenvolvimento da doença aterosclerótica que ainda não são totalmente conhecidos. A questão está sendo amplamente estudada pela Biologia Molecular, que tem ajudado a desvendar esse enigma. É muito provável que se trate de uma doença poligênica, ou seja, dependente da ação de vários genes ao mesmo tempo.
Drauzio – A aterosclerose está sempre associada aos problemas cardiovasculares, especialmente ao infarto do miocárdio e aos derrames cerebrais?
Protásio Lemos da Luz – Às vezes não está. Imaginemos, por hipótese, um usuário de cocaína. Ele pode ter uma lesão da área interna da artéria e uma obstrução aguda sem ter desenvolvido o processo aterosclerótico clássico. Em geral, esses casos constituem uma exceção, pois a grande maioria dos infartos, anginas, morte súbita e acidentes vasculares cerebrais é produzida por aterosclerose.
Drauzio – O que uma pessoa deve valorizar em seu histórico familiar? Quem corre maior risco, o indivíduo cujo avô morreu de infarto aos 40 anos ou aquele que perdeu o irmão nas mesmas circunstâncias e com menos idade?
Protásio Lemos da Luz – O que se valoriza mais é a presença da doença precoce nos pais e irmãos, ou seja, nos parentes de primeiro grau. Considera-se precoce a doença que surge antes dos 65 anos de idade nos homens e quanto mais cedo ela ocorrer, mais importância tem a correspondência familiar. É claro que não se desconsideram casos em familiares mais distantes, porém repetitivos. Se todos os tios, por exemplo, morreram de infarto, é provável que o pai também tenha problemas cardiovasculares e, em algum momento, eles podem manifestar-se nos filhos.
VULNERABILIDADE DAS MULHERES
Drauzio – As mulheres se consideram imunes aos ataques cardíacos, para elas, uma doença de homens. Sabe-se que até a menopausa estão de certa forma protegidas, mas depois correm o mesmo risco que os homens, uma vez que uma em cada três morre por problemas cardíacos.
Protásio Lemos da Luz – De longe a causa isolada mais importante de morte na mulher é a doença cardiovascular aterosclerótica. Isso está provado em estudos americanos e brasileiros, entre outros. No Brasil, nos últimos anos, 40% do total de infartos atendidos pelo SUS ocorreram com mulheres. A doença coronária mata mais mulheres do que os cânceres ginecológicos e as doenças pulmonares.
Drauzio – O engraçado é que toda mulher tem medo é do câncer de mama.
Protásio Lemos da Luz – Está cientificamente provado que a maior preocupação da mulher é a doença ginecológica. No entanto, a grande ameaça real é a doença cardiovascular. A Associação Americana do Coração está insistindo nisso e criou um logotipo – um vestido vermelho – para ressaltar a importância dessa informação.
Como estão protegidas até a menopausa, a doença costuma ocorrer nas mulheres mais ou menos dez anos depois do que nos homens. Quando se instala, e estamos falando de infarto, cirurgia e angioplastia, a gravidade pode ser maior porque se trata de pessoas mais idosas muitas vezes portadoras de diabetes.
Mulher não está imune a doenças cardiovasculares, esse é o ponto que merece destaque.  Os estudos demonstraram, entretanto, que os tratamentos beneficiam as mulheres da mesma maneira que beneficiam os homens.
MEDIDAS DE PREVENÇÃO
Drauzio – O que eu posso fazer para impedir que minhas artérias se encham de placas?
Protásio Lemos da Luz – Felizmente, há muita coisa que pode ser feita. A primeira é o diagnóstico correto. Para tanto, hoje em dia, há modos mais ou menos estabelecidos de atuação. Se a pessoa não tem risco conhecido nenhum, eu diria que ao redor dos 35, 40 anos, todas devem fazer exame para medir o colesterol porque sua alteração no plasma é extremamente silenciosa e só vai causar problemas quando houver um comprometimento de fluxo em algum órgão. Ninguém mais discute que primeiro existe o período de alteração metabólica e só depois de alguns anos aparece a doença na artéria.
Feito o diagnóstico precoce, lidamos com o conceito de risco integrado, como excesso de peso, histórico familiar, hipertensão arterial, certas alterações do eletrocardiograma e tabagismo. Quem tem dois ou mais desses fatores, corre risco muito maior de desenvolver doenças cardiovasculares do que quem não tem.
Vou citar um estudo dos mais interessantes a respeito do tema. Em 1960, a Harvard Medical School avaliou os níveis de colesterol em mais de mil de seus estudantes que, na época, tinham em média 22 anos e seguiu esse grupo por mais de 40 anos. Nos primeiros dez anos, observaram que nada acontecia com os alunos que apresentaram colesterol aumentado. Daí em diante, o risco de desenvolver doença coronariana ou cardiovascular de um modo geral crescia muito nessas pessoas se comparadas com aquelas cujos índices de colesterol eram normais.
Drauzio – Já nessa idade o colesterol elevado ajudava a prever o aparecimento de doenças cardiovasculares mais tarde…
Protásio Lemos da Luz – É exatamente o que estou dizendo. Por isso, é fundamental fazer o diagnóstico precoce. Em certos grupos, porém, ele precisa ser feito bem mais cedo. Indivíduos com história familiar positiva, ou seja, o pai ou a mãe já infartaram ou sofreram cirurgias de revascularização do miocárdio, precisam ser analisados muito antes, na adolescência ainda. Se existe história de hipercolesterolemia familiar, então, deve-se analisar as crianças porque há formas de tratamento que previnem a elevação sustentada de colesterol.
Recapitulando, porque esta informação é extremamente importante: se a pessoa não tem absolutamente nada, avaliar o colesterol aos 35, 40 anos é razoável. Entretanto, se há fatores de risco conhecidos na família, essa avaliação precisa ser feita muito antes porque existem maneiras de prevenir e controlar a doença aterosclerótica.
DOENÇA INFLAMATÓRIA
Drauzio – No passado, a aterosclerose era entendida como uma doença contra a qual nada se podia fazer. As placas iam se depositando nas artérias até o momento em que o fluxo de sangue ficava comprometido e começavam a surgir os sintomas. Hoje,  a aterosclerose é entendida como uma doença de processo ativo e o conceito mais recente é que seja uma doença inflamatória. Em termos bastante simples, você poderia explicar esse conceito de aterosclerose como doença inflamatória?
Protásio Lemos da Luz – A primeira idéia era que a aterosclerose seria uma conseqüência natural do envelhecimento. À medida que a pessoa ia ficando mais velha, as artérias endureciam. Hoje, se sabe que não é assim. O início do processo de aterosclerose é semelhante ao de outra inflamação qualquer, como o reumatismo, por exemplo. Determinadas células do sangue circulante entram na artéria e produzem uma série de substâncias, chamadas de mediadores químicos, que por sua vez produzem reações em cadeia, fazendo com que as células dentro da artéria proliferem. Conceitualmente, é como se fosse um tumor, quer dizer, a resposta à agressão que inicialmente é inflamatória vira um tumor. No início, as células crescem só na parede do vaso e sua luz não é prejudicada. Depois esse crescimento vai invadindo a luz do vaso e o fluxo de sangue fica comprometido.
Descobrir que a aterosclerose é uma doença de caráter inflamatório e não um processo degenerativo simplesmente levou a concepções interessantes em termos de diagnóstico e tratamento e também à melhor compreensão das complicações dela decorrentes.
Por exemplo, pode existir uma lesão aterosclerótica que não seja muito obstrutiva, isto é, que não cause tanta redução da luz do vaso, como pode ocorrer um processo agudo causador de uma trombose. Nesse caso, há a formação de um coágulo em cima de uma placa de aterosclerose que, embora não muito grande, tem o tamanho suficiente para produzir o infarto e, em muitos casos, a morte.
Compreender esse fenômeno inflamatório e o tipo de complicação que provoca contribuiu enormemente para novas soluções terapêuticas que melhoraram muito a evolução da doença.
Drauzio – O que você pensa a respeito das novas teorias que tentam relacionar a presença de certos germes com as reações inflamatórias que ocorrem nas placas de aterosclerose, o que abriria a possibilidade de atacar esses germes e, assim, reduzir o processo inflamatório?
Protásio Lemos da Luz – Isso está em discussão há muito tempo. Baseado em nossas próprias experiências, podemos afirmar que existe uma reação inflamatória simples induzida pelo próprio colesterol, pois conseguimos induzir a aterosclerose em animais de experimentação, no coelho, por exemplo, oferecendo-lhes uma dieta rica em colesterol. Depois , quando se encontraram algumas bactérias em certas placas, surgiu a idéia de que o processo inflamatório fosse bacteriano, mas até hoje não foi encontrada evidência alguma que comprovasse tal hipótese. Sabe-se, porém, que a presença de bactérias pode piorar a evolução do quadro, como acontece em qualquer outro tipo de lesão.
Portanto, o conhecimento que se tem até este momento é que provavelmente o processo bacteriano seja um problema associado à aterosclerose que piora sua evolução, mas não é necessariamente a causa da doença, nem há nenhuma demonstração de que tratamento específico antibacteriano influencie o curso da doença.
MUDANÇAS NO ESTILO DE VIDA
Drauzio – Em termos de saúde pública qual seria a abordagem adequada para o problema da aterosclerose? Como diminuir a incidência e os malefícios que essa doença provoca na população em geral?
Protásio Lemos da Luz – A primeira grande área de atuação refere-se ao entendimento da ocorrência da  doença. As pessoas precisam compreender que ela é freqüente e que na fase inicial não produz sintomas. Isso significa dizer que o diagnóstico é fundamental, já que a doença aterosclerótica é a principal causa de morte no Brasil, assim como em vários países desenvolvidos.
Nesse aspecto, há duas vertentes a considerar. De um lado, as pessoas leigas não se dão conta de que o problema existe e, de outro, muitos médicos também não se dão conta, quer dizer, não fazem a tentativa de detecção correta dessa doença.
Uma vez vencido o problema do diagnóstico, deve-se focalizar as possibilidades de tratamento e a correção de estilos de vida impróprios. Corrigir os fatores de risco clássicos – hipertensão, sedentarismo, tabagismo, obesidade e diabetes – melhora muito a evolução da doença. Deixar de fumar, fazer exercício, adotar uma dieta adequada ou tomar medicação são as grandes linhas do tratamento. Pode-se diminuir, e de fato está  se conseguindo diminuir, a carga de mortalidade por aterosclerose em algumas populações, com diagnóstico precoce e tratamento dos fatores de risco e das complicações, se houver.
Drauzio –  Minha experiência como médico mostra que fazer alguém mudar de estilo de vida, às vezes numa coisa simples, é quase impossível. Nós  nos apegamos a determinados hábitos e mudá-los parece uma  violência.
Protásio Lemos da Luz – Você tem toda a razão. Minha experiência pessoal não é diferente. Em especial, no caso da aterosclerose, do colesterol aumentado e da hipertensão arterial, alterações silenciosas no início, é frequente a pessoa não ter motivação para mudar o estilo de vida porque não sente nada. Por isso, é preciso usar de todos os argumentos para convencê-la de que estamos diante de uma doença potencialmente grave que terá provocado algumas lesões importantes dentro de alguns anos.
Realmente, mudar o estilo de vida é complicado. Deixar de fumar, complicadíssimo. Sempre me lembro do que dizia Mark Twain: deixar de fumar é muito fácil, eu mesmo já deixei 240 vezes.
A mesma coisa acontece com a dieta. Às vezes, a pessoa foi criada numa região em que a dieta básica incluía bastante gordura, carne e outras proteínas animal. Mudar esses hábitos alimentares não é fácil para elas.
É necessário, então, acenar-lhes com dados que são absolutamente reais. Por exemplo, a sobrevida das pessoas no Brasil e em vários outros países aumentou muito. Hoje, a sobrevida média é de sessenta e tantos anos. Se considerarmos a Região Sudeste, que é mais desenvolvida e conta com mais recursos econômicos e médicos, ela é maior ainda. No Rio Grande do Sul, a média é 71, quase 72 anos e na região da serra gaúcha, em Veranópolis, é 77 anos. Precisamos, então, mostrar aos doentes que é possível viver mais. No entanto, viver mais não basta. É preciso viver com saúde, disposição e produtividade e isso se consegue reduzindo os fatores de risco porque todos eles são tratáveis. Exceção feita ao fator genético e à história familiar, pois não dá para mudar pai e mãe, o resto pode ser mudado. A pessoa pode deixar de fumar, pode fazer exercício e fazer dieta. Não precisa ser uma dieta franciscana, drástica. Deve ser uma dieta saudável sem prejuízo para a saúde.
Esse conjunto de modificações possíveis melhora não só a sobrevida mas especialmente a qualidade de vida das pessoas.                                                                                                                                    Fonte: http://drauziovarella.com.br/diabetes/aterosclerose/

A aterosclerose é a formação de placas de gordura, cálcio e outros elementos na parede das artérias do coração e suas ramificações de forma difusa ou localizada. Ela se caracteriza pelo estreitamento e enrijecimento das artérias devido ao acúmulo de gordura em suas paredes, conhecido como ateroma.
O consumo excessivo de alimentos industrializados, bebidas alcoólicas e cigarro, a falta de atividades físicas e o excesso de peso modificam o LDL (lipoproteína de baixa densidade, o "mau colesterol"), agredindo os vasos sanguíneos e gradativamente levando ao entupimento das artérias. Com o passar dos anos, o diâmetro do vaso diminui, podendo chegar à obstrução completa, restringindo o fluxo sanguíneo na região.
Com isso, o coração recebe uma quantidade menor de oxigênio e nutrientes, tendo suas funções comprometidas. Essa complicação é a causa de diversas doenças cardiovasculares, como infarto, morte súbita e acidentes vasculares cerebrais.

Causas e fatores de risco

Na maioria das vezes, a aterosclerose está relacionada aos fatores de risco tradicionais, como pressão alta, diabetes, colesterol elevado, tabagismo e obesidade.
Pequena parte é de causa hereditária. Existem algumas alterações, como a hipercolesterolemia familiar, em que indivíduos da mesma família têm o colesterol elevado desde jovens, mas são menos frequentes. Nesses casos, o acompanhamento médico é indispensável para detectar o acúmulo das placas de gordura precocemente.

Sintomas

Os mais frequentes são: dores no peito (peso, aperto, queimação ou até pontadas), falta de ar, sudorese, palpitações refletindo arritmias e fadiga.
A aterosclerose é uma doença perigosa, pois muitas vezes a evolução é silenciosa. Algumas pessoas só descobrem a formação de placas de gordura quando uma artéria é obstruída completamente e o paciente precisa ser atendimento imediatamente. São as situações de infartos, derrames e até morte súbita.

Diagnóstico

Se não existe histórico familiar de doença e nenhum risco conhecido, o recomendado é fazer avaliações periódicas do colesterol a partir dos 35 anos, para que se detecte a doença precocemente.
Para aqueles que têm história de doenças cardiovasculares na família, o ideal é que o acompanhamento comece na adolescência, para que seja possível prevenir e controlar o desenvolvimento da doença.

Tratamento

A forma mais indicada de tratar a aterosclerose é retirar as placas de gordura e curar as lesões que ficam no local. A retirada pode ser feita por métodos invasivos, como o cateterismo e a angioplastia, e a ingestão de medicamentos. A adoção de hábitos saudáveis também é fundamental para o controle da doença.

Prevenção

Assim como a maioria das doenças cardiovasculares, a melhor forma de prevenção é manter uma rotina que inclua exercícios físicos regulares, alimentação balanceada e com baixo consumo de gorduras e sal, além do controle dos fatores de risco para doenças como obesidade, diabetes, hipertensão e colesterol e evitar o consumo exagerado de álcool e cigarro.                                              Fonte: http://www.einstein.br/einstein-saude/doencas/Paginas/tudo-sobre-aterosclerose.aspx

  • Nefropatia diabética  

    A nefropatia diabética trata-se de uma complicação grave do diabetes mellitus, tanto o dependente de insulina (diabetes do tipo I), quanto a não dependente desse hormônio (diabetes tipo II).   

    Sabe-se que o diabetes mellitus tem aumentando em proporções epidêmicas. Desta forma, a nefropatia diabética tem ganhado cada vez mais importância como fator desencadeante de insuficiência renal no mundo ocidental.

    Entre 35 a 45% dos pacientes com diabetes tipo I (DMI) desenvolvem nefropatia diabética, enquanto que dos pacientes com diabetes do tipo II (DMII) a proporção é menor, variando de 6 a 20%. Contudo, de acordo co o grupo étnico, a prevalência destes últimos pode alcançar 50%.

    A nefropatia diabética pode evoluir não somente para insuficiência renal, mas também está relacionada à alta mortalidade por problemas cardiovasculares, especialmente em pacientes com a DMII. Embora ainda não seja conhecido o fator que leva somente parte dos pacientes diabéticos a desenvolver nefropatia, acredita-se que possa haver uma predisposição genética para tal.

    É possível identificar as seguintes fases no desenvolvimento da nefropatia diabética no DMI:
  • 1° fase ou fase de hiperfiltração: caracterizada por um incremento na taxa de filtração glomerular, girando em torno de 25 a 50% quando comparada a taxa basal normal de um indivíduo. Esta fase é longa e pode ser revertida quando implementado um controle metabólico rigoroso, ou seja, controle de glicemia e da pressão arterial.
  • 2° fase ou fase de microalbuminúria: caracteriza-se pela presença de microalbuminúria (albuminúria entre 30 a 300mg/dia). Na avaliação histológica, pode ser observado desde parênquima renal normal até proliferação mesangial e aumento de matriz mesangial. Pode haver leve comprometimento renal.
  • 3° fase ou fase de macroalguminúria (ou fase de proteinúria clínica): caracterizada pela presença de albuminúria acima de 300mg. Ao passo que a doença evolui, a albuminúria torna-se mais intensa, podendo atingir valores nefróticos. Histologicamente, nota-se espessamento da membrana capilar e o aparecimento de fibrose periglomerular. Esta proliferação pode ser tão intensa que leva à formação de nódulos, conferindo um aspecto lobulado ao glomérulo, recebendo esta lesão o nome de Kimmestiel-Wilson. As lesões encontradas nos rins nessa fase já não são mais reversíveis.
Na fase de hiperfiltração e microalbuminúria, o paciente não apresenta nenhuma manifestação clínica característica da nefropatia por anos. Somente na fase de macroalbuminúria é que o paciente começa a perceber urina espumosa e até edema, dependendo do grau de proteinúria. Ao passo que a doença renal evolui, a hipertensão arterial pode agravar-se, levando à necessidade do uso de medicamentos anti-hipertensivos. Os sintomas que surgem subsequentemente são decorrentes da insuficiência renal, que são uremia e congestão.

O diagnóstico precoce é feito por meio de um exame de urina, denominado microalbuminúria. Já em casos mais avançados, o diagnóstico é feito por meio do estudo dos níveis de creatinina e uréia na corrente sanguínea, bem como a presença de proteínas na urina.

O tratamento visa essencialmente: controlar a glicemia, controlar a pressão arterial e bloquear, por meio do uso de fármacos, o sistema renina-angiotensina.

A prevenção desta desordem é feita basicamente pelo controle do diabetes. Nos casos de doença renal instalada, além de tomar os devidos cuidados com o diabetes, é necessário utilizar fármacos que impeçam a progressão da nefropatia, bem como o controle da pressão arterial e do peso.
  • Alterações nos vasos sanguíneos dos rins que fazem com que ocorra uma perda de proteína pela urina. O órgão pode reduzir a sua função lentamente, mas de forma progressiva até a sua paralisação total.                                                                                                                           Fonte: http://www.infoescola.com/doencas/nefropatia-diabetica/

    Glomerulonefrites

Glomerulonefrite é uma inflamação do glomérulo, unidade funcional do rim formada por um emaranhado de capilares, onde ocorrem a filtragem do sangue e a formação da urina.
As glomerulonefrites podem ser primárias ou secundárias, agudas ou crônicas. As primárias se instalam diretamente no glomérulo e, em geral, são causadas por alteração imunológica resultante de infecções por vírus ou bactérias. Conforme os sinais clínicos que apresentem, elas recebem denominações específicas. A mais comum é a nefropatia por IgA, ou doença de Berger, que se caracteriza por presença de sangue na urina, pressão alta e, em alguns casos, edema nas pernas.
As secundárias não se originam primariamente no glomérulo, mas estão associadas a doenças, como hipertensão arterial, diabetes, lúpus eritematoso, hepatites B e C, infecção pelo HIV, ou, ainda, por alguns medicamentos. As causas mais frequentes, porém, são diabetes mellitus e hipertensão arterial sistêmica.
As características e a evolução da doença variam muito. Por exemplo, a nefropatia por IgA pode entrar em remissão espontânea e exige apenas que o paciente seja mantido em observação. No entanto, há casos graves em que a evolução da doença renal é rápida, agressiva, e os portadores da enfermidade devem ser encaminhados para diálise ou transplante de rins.
Sintomas
As glomerulonefrites primárias podem ser assintomáticas, o que retarda o diagnóstico e o início do tratamento. Quando aparecem, os sintomas variam muito de um paciente para o outro. Entre eles merecem destaque: pressão alta (hipertensão arterial), edema nos olhos e/ou nas pernas - dos membros inferiores (tornozelos, pés, pernas) e das mãos, por causa da retenção de água, aumento de peso por causa da retenção de líquidos, perda de sangue (hematúria) e de proteína (proteinúria) pela urina, urina mais escura que o normal, devido a sangue, cansaço, indisposição, fraqueza, anemia, falta de ar ao realizar atividades corriqueiras, como subir uma escada e náusea e vômitos.
Nas glomerulonefrites secundárias, urina espumosa (em consequência da proteinúria) e edema são os sintomas mais comuns.                                                                                                                       
Diagnóstico
A avaliação clínica e os exames laboratoriais de urina e de sangue, incluindo a dosagem de uréia e creatinina, são importantes para o diagnóstico das glomerulonefrites. O diagnóstico de certeza, porém, depende do resultado da biópsia renal que só deve ser realizada quando indispensável para a condução do tratamento.
Tratamento
O tratamento das glomerulonefrites é proposto de acordo com as características, gravidade e causas da doença e pode exigir ou dispensar o uso de medicamentos. Se não houver necessidade de prescrevê-los, a recomendação é diminuir a ingestão de proteínas, de sal e de líquidos e controlar rigorosamente a pressão arterial.
Entretanto, os medicamentos são fundamentais no tratamento das enfermidades de base, especialmente para o controle de diabetes e hipertensão.
Recomendações
* Controle periodicamente os níveis da pressão arterial e as taxas de açúcar no sangue. Hipertensão e diabetes são causas importantes das glomerulonefrites secundárias;
* Siga rigorosamente o tratamento das doenças de base que podem ser a causa das glomerulonefrites;
* Evite a ingesta exagerada de sal e o consumo de bebidas alcoólicas;
* Dê a merecida atenção às infecções de garganta por estreptococos, um microorganismo que pode causar lesões nos rins.                                                                                                                                Fonte: http://drauziovarella.com.br/diabetes/glomerulonefrites/                                                     Fonte: http://www.endocrinonews.com/2013/09/30/diabetes-e-suas-comorbidades/

O quadro histológico abaixo ilustra a fase avançada da doença, a imagem maior mostra um néfron normal, com celularidade normal e presença de grande quantidade de hemácias no seu interior. A imagem menor ilustra um néfron retraído, com pouca celularidade.
O diabetes causa alterações específicas na estrutura glomerular (figura menor) . Esclerose nodular do mesângio no tufo glomerular é a alteração patológica característica encontrada na nefropatia diabética. Áreas de expansão mesangial extrema chamadas nódulos de Kimmelstiel-Wilson (seta maior) são observadas em 40% a 50% dos pacientes que desenvolvem proteinúria. As seta menores indicam as arteríolas renais com hialinose.
Estes achados histológicos causam a insuficiência da função renal e motivam a realização de sessões de hemodiálise.                                                                                                                                           Fonte: http://www.medicinageriatrica.com.br/tag/nefropatia-diabetica-de-kimmelstiel-wilson/

A nefropatia diabética é responsável por um terço dos doentes que iniciam diálise.
A nefropatia diabética é responsável por um terço dos doentes que iniciam diálise.

Diálise

Elias David Neto é médico nefrologista, responsável pelo setor de transplantes de rins do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo e membro do corpo clínico do Hospital Sírio-Libanês.

O funcionamento do nosso organismo depende muito da capacidade que os rins têm de filtrar o sangue, excretando as substâncias que devem ser desprezadas e retendo aquelas que fazem parte do sistema metabólico.
Vamos entender como isso acontece. (imagem 1) O sangue chega aos rins pela artéria aorta que lança dois ramos, um para cada rim (as artérias renais), e circula por inúmeros pequenos filtros, os nefrônios. Esses filtros não funcionam apenas de forma passiva como os filtros domésticos que retêm as partículas em suspensão na água. Eles também participam ativamente na absorção e excreção de substâncias tóxicas resultantes da atividade das células e que não podem permanecer no organismo. Depois de filtrado, o sangue volta para o coração pelas veias renais e a urina desce para a bexiga por dois condutos, os ureteres.
Quando, por alguma razão, essa estrutura é alterada, os rins passam a funcionar de forma precária e aparece a insuficiência renal que pode ser passageira ou crônica. Nesse último caso, o processo de filtração fica tão comprometido que precisa ser substituído artificialmente pela diálise.
PROPÓSITO DA DIÁLISE
Drauzio – O que se pretende quando se indica a diálise para um paciente?
Elias David Neto – Em geral, a diálise é indicada quando a função renal está bastante reduzida, ou seja, em torno de 10% da função inicial, o que é insuficiente para manter a pessoa viva. Com 50%, 60% ou 70% da função preservada, ela conseguirá levar vida absolutamente normal.
A diálise é uma forma de substituir a função que os rins deixaram de realizar à medida que as doenças foram provocando queda em sua capacidade de filtração. Consiste em passar o sangue através de um novo filtro que está em contato com um líquido que contém as substâncias que precisam permanecer e não contém as substâncias indesejadas.
Em outras palavras: por um processo simples de difusão, passam para esse líquido as substâncias não contidas nele e ficam retidas no sangue as que o líquido contém. Depois, o sangue depurado dos elementos nocivos é devolvido para o organismo do paciente.
Na verdade, trata-se de um processo de circulação extracorpórea. Geralmente, a diálise é feita de três a quatro vezes por semana para que seja possível filtrar uma quantidade suficiente de sangue que permita manter a pessoa bem metabolicamente.
PERDA DA FUNÇÃO RENAL
Drauzio – Os rins são órgãos altamente eficientes na filtração do sangue. Você disse que as diálises só são indicadas quando eles atingem menos de 10% de sua capacidade funcional e que a perda é lenta e gradativa. Isso não provoca nenhum sintoma?
Elias David Neto - É importante dizer que as doenças renais acometem sempre os dois rins e que a perda de sua função é realmente lenta e progressiva. Lembrar que temos um milhão de unidades funcionais em cada um desses órgãos e que elas são independentes ajuda a compreender o processo. É como se numa fábrica existissem um milhão de máquinas, cada uma capaz de produzir, por exemplo, uma camisa inteirinha por dia. Portanto, um milhão de máquinas funcionando produziriam um milhão de camisas diariamente. Vamos imaginar que algumas dessas máquinas tenham deixado de funcionar. Novecentas máquinas produzirão novecentas camisas, porque uma não compromete o desempenho da outra. Assim é no organismo. Com um número reduzido de unidades renais, é possível manter o equilíbrio metabólico e o indivíduo não percebe que está perdendo a função renal a não ser quando ela cai para mais ou menos 30% e aparecem sintomas como pressão alta e necessidade de urinar durante a noite, porque os rins perderam a capacidade de armazenar a urina. Com a bexiga cheia, a pessoa passa a acordar frequentemente para ir ao banheiro.
Drauzio – Em média, quantas vezes por noite?
Elias David Neto – Em geral, uma ou duas vezes por noite, mas todas as noites impreterivelmente. Vale lembrar que, à noite, liberamos um hormônio que faz a urina ficar bem concentrada (por isso, os laboratórios pedem a primeira urina da manhã para exame) a fim de poupar água, porque ficaremos várias horas sem bebê-la, e para evitar que o sono seja interrompido pela bexiga cheia.
Essa capacidade de concentrar a urina é uma das primeiras funções que o rim perde. O indivíduo começa a excretar urina mais diluída e acorda com mais frequência do que normalmente fazia. Depois, aparece o inchaço e os exames revelam, entre outras alterações, um pouco de anemia. Isso só acontece nos 30% de função remanescente. Antes, o quadro é absolutamente assintomático.
DOENÇAS RENAIS
Drauzio – Há problemas mecânicos, como um cálculo, um ferimento ou um tumor, que podem acometer apenas um dos rins, mas as doenças renais acometem sempre os dois. Quais são as mais importantes?
Elias David Neto – As mais comuns são as glomerulonefrites. Entretanto, os rins podem ser acometidos também por doenças sistêmicas como o diabetes mellitus, por exemplo. Em regra, as glomerulonefrites são doenças autoimunes, como algumas artrites e a tireoidite. Quer dizer, a pessoa não fez nada de errado para contrair a doença: não bebeu, não fumou, não engordou demais. Simplesmente, seu sistema de defesa passou a agredir os rins como se fossem um corpo estranho. Essa agressão contínua faz com que as pequenas unidades renais, uma a uma, deixem de funcionar progressivamente até o momento em que não são mais capazes de manter a vida.
TRATAMENTO CONSERVADOR
Drauzio  Diante de um quadro grave de insuficiência renal, quando já apareceram sintomas como inchaço, dificuldade de concentrar a urina, pressão arterial elevada, em que vocês se baseiam para indicar um sistema paralelo de filtração do sangue como a diálise?
Elias David Neto – É difícil determinar essa fronteira. Quando se detecta que o indivíduo está perdendo a função renal, mas ainda possui 50% ou 60%, a indicação é começar pelo tratamento conservador da insuficiência renal e não pela diálise. São medidas clínicas, como dietas e remédios, com o intuito de preservar por mais tempo a função que ainda existe. Além disso, são prescritas as substâncias necessárias para ativar a produção de sangue, evitar a anemia e para facilitar o metabolismo do cálcio. A preocupação é fazer com que os rins trabalhem o menos possível. Quanto à dieta, é preciso suspender a ingestão de proteínas e restringir o consumo de sal visando ao controle da pressão arterial.
Infelizmente, apesar de todas essas medidas, a função renal continua se deteriorando. Com elas, simplesmente conseguimos prolongar o tempo sem diálise, pois chega o momento em que os exames laboratoriais ou o estado do paciente revelam que o tratamento conservador não está sendo mais suficiente para manter seu equilíbrio metabólico estável. Por exemplo, a restrição de proteínas é tão severa para que a ureia não suba, que ele começa a ficar desnutrido.
A diálise não é um castigo. Ao contrário, é um tratamento muito eficiente. Às vezes, a pessoa reage – “Dr. Elias, ainda não estou sentindo nada e o senhor já quer que eu faça diálise?”. Um mês depois de iniciado o tratamento, ela se sente tão melhor que se arrepende de não ter começado bem antes.
Insisto que a diálise não é um castigo. É um tratamento eficiente que as pessoas fazem espontaneamente. Hoje, temos perto de quatrocentos pacientes fazendo diálise. Ninguém vai buscá-losem casa. Vão sozinhos ao centro de diálise, porque sabem que depois daquela sessão vão sentir-se muito bem. Aqueles que aprenderam a enxergar na diálise uma parceira e não uma inimiga, tomam partido disso. Muitos me ligam dizendo: “Olhe, tenho um casamento hoje. Posso fazer uma sessão de diálise para me sentir melhor e aproveitar bem a festa?
HEMODIÁLISE
Drauzio – Você poderia explicar como é feita a diálise?
Elias David Neto – Existem dois tipos de diálise: a diálise peritoneal e a hemodiálise. O mais comum é a hemodiálise, que exige uma preparação anterior no braço para tornar o vaso mais resistente à passagem do sangue, que é retirado pela artéria, passa pelo filtro da máquina de diálise e é devolvido pela veia. O volume que fica fora do corpo a cada momento é bem pequeno, 150ml (temos aproximadamente cinco litros), só que a velocidade é muito grande, o que permite filtrar grandes quantidades. Num processo contínuo, o sangue passa pelo filtro que retira as toxinas e volta depurado para diluir-se nos cinco litros que permaneceram no organismo.
Drauzio – Quantas horas dura uma sessão de hemodiálise?
Elias David Neto – Em geral, de três a quatro horas. Enquanto o sangue é filtrado, retira-se também o excesso de água e sal que o paciente reteve. Quando os rins não funcionam, os líquidos e o sal ingeridos não são eliminados. É bom lembrar que não existe sal sem água nem água sem sal no organismo. Quer dizer, se o indivíduo ingerir nove gramas de sal numa refeição, automaticamente será obrigado a tomar um litro de água. Por isso, entre uma sessão e outra de hemodiálise, o paciente com insuficiência renal crônica ganha dois, três quilos de peso, na verdade, dois ou três quilos de água e sal que ficaram retidos.
Drauzio – A máquina de hemodiálise funciona como um rim artificial para esses pacientes.
Elias David Neto – Funciona como um rim artificial planejado apenas para filtrar o sangue, porque os rins têm também a capacidade de produzir hormônios e vitamina D, controlar a pressão arterial e mandar a medula óssea fabricar sangue. Por isso, quase 100% dos pacientes com insuficiência renal têm anemia não por falha da fábrica de sangue, mas por falha na ordem para fabricá-lo. No entanto, essas deficiências podem ser corrigidas com medicamentos sob a forma de comprimidos ou injeções, para que o indivíduo tenha a melhor qualidade de vida possível.
Drauzio – Quantas sessões por semana o paciente deve fazer? 
Elias David Neto – Normalmente são feitas três sessões por semana no mínimo. Atualmente, já existem centros no mundo que fazem hemodiálises noturnas todos os dias, enquanto o paciente dorme no próprio centro ou em sua casa.
Drauzio – Esse número de sessões semanais não restringe muito a vida pessoal? Fico imaginando como faz a pessoa obrigada a passar quatro horas pelo menos três vezes por semana num centro de diálise se quiser viajar, por exemplo.
Elias David Neto – Há dois aspectos que não podem ser esquecidos. Nós não prescrevemos diálise por gosto. Prescrevemos, porque a alternativa que resta é não viver.
A pessoa faz diálise enquanto espera por um transplante de rins. Nesse período, tem que abrir mão de algumas coisas. Entretanto, é possível conciliar uma série de atividades com o tratamento, fazendo as sessões bem cedo ou muito tarde.
Em relação às viagens, hoje existem centros de hemodiálise em qualquer lugar. Existem em navios e em hotéis. Há até um guia de turismo com diálise, indicando os lugares do mundo em que o serviço está à disposição. No Brasil, há uma rede assistida pela Previdência Social a serviço dos pacientes.
Drauzio – A pessoa quer visitar um parente que mora distante. Ela consegue fazer diálise no lugar onde ele vive? 
Elias David Neto – Isso se chama diálise em trânsito. O centro da cidade de origem avisa com antecedência o centro da cidade a que a pessoa se dirige e, havendo vaga disponível, ela pode visitar os parentes, porque estará garantida a continuidade do tratamento por conta da Previdência Social.
DIÁLISE PERITONIAL
Drauzio – Como é feita a diálise peritoneal?
Elias David Neto – Em vez de usar a circulação extracorpórea, a diálise peritoneal usa a circulação do peritônio, uma membrana que reveste a parede abdominal e as alças intestinais para filtrar o sangue. Por um cateter introduzido no abdômen do paciente, passa uma solução aquosa que, em contato com os pequenos vasos sanguíneos existentes no peritônio, retira as substâncias prejudiciais.
Esse sistema é um pouco menos eficiente do que o sistema externo. Por isso, requer mais horas para completar o processo, que é indolor e pode ser realizado pelo próprio paciente.
Drauzio – Como isso é possível?
Elias David Neto – Vamos supor que o paciente queira fazer a diálise enquanto dorme. À noite, ele destampa o cateter respeitando um procedimento pré-estabelecido para evitar contaminação e conecta-se na máquina que infunde e drena o líquido repetidas vezes. Pela manhã, a diálise terá terminado. Ele fecha o cateter que é imperceptível e não o atrapalha em nada. Com algum treinamento, consegue fazer tudo sozinho, sem a colaboração de mais ninguém. Entretanto, alguns não se adaptam à rotina do procedimento. Os que se adaptam têm boa condição de vida.
ADESÃO AO TRATAMENTO
Drauzio – Quanto tempo uma pessoa pode manter-se fazendo diálise?
Elias David Neto – Teoricamente, pode fazer diálise por tempo indeterminado. Hoje, é possível escolher entre fazer diálise por toda a vida ou fazer um transplante de rim. É claro que se a opção for manter-se em diálise, ela precisa estar comprometida com o processo por anos e anos e não apenas por pelo período em que aguarda o transplante.
Drauzio – Que orientação você daria para quem vai começar a fazer diálise? 
Elias David Neto – Eu diria para esquecer tudo de mal que a pessoa ouviu falar sobre a diálise em si e os centros de diálise. No Brasil, a legislação obrigou os centros de diálise a adaptar-se a determinadas exigências. Você entra num centro qualquer mantido pela Previdência Social e se assusta com a sofisticação. A água fornecida pelas empresas é tratada e de qualidade excelente, os equipamentos são modernos.
Diria, portanto, que a pessoa não deve ter medo e que deve procurar adaptar-se ao tratamento, pois ele lhe permitirá levar vida quase normal, quase igual a que terá depois do transplante.
Drauzio – O que ajuda a pessoa a adaptar-se a essa nova vida?
Elias Davis Neto – Comparo a diálise com os óculos. Quem usa óculos, de vez em quando, vai ao médico para acertar o grau das lentes, mas todos os dias precisa tomar certos cuidados. Embora eles possam incomodar ou mesmo machucar um pouquinho, o conforto que oferecem é tão grande que a pessoa se esquece de tirá-los quando vai dormir ou tomar banho. Em vez de inimigos, eles são parceiros.
A diálise deve ser encarada do mesmo modo. O paciente deve conversar com seu médico para descobrir como pode tornar a diálise que vai fazer mais eficiente e menos perceptível. Conheço pessoas que, na empresa onde trabalham, ninguém sabe que fazem diálise. Quando passam por um transplante, a surpresa é geral. “Como, você foi transplantado?” e a resposta é: “Fiz diálise dois anos enquanto esperava por um rim compatível”.
Drauzio – Fico impressionado como as pessoas conseguem parar quatro horas, três vezes por semana, para fazer diálise.
Elias Davis Neto – No nosso centro de diálise, temos um sistema de TV que ajuda a distrair o paciente. Em geral, as pessoas ouvem música, leem, executam uma tarefa ou dormem. Tudo depende de como o indivíduo se adaptou ao sistema e ao horário que escolheu. Se faz a diálise à noite ou bem cedinho de manhã, talvez prefira dormir um pouco. De alguma forma, cada um procura tirar melhor partido das horas que fica em tratamento. Hoje, com o telefone celular as pessoas podem fazer ligações, enquanto estão na máquina de diálise e com os computadores portáteis podem escrever e trabalhar.
Fonte: http://www.cienciahoje.pt/index.php?oid=40539&op=all                                                      Fonte: http://drauziovarella.com.br/entrevistas-2/dialise-2/

Diálise Peritoneal

O que é diálise peritoneal?

É uma opção de tratamento através do qual o processo ocorre dentro do corpo do paciente, com auxílio de um filtro natural como substituto da função renal. Esse filtro é denominado peritônio. É uma membrana porosa e semipermeável, que reveste os principais órgãos abdominais. O espaço entre esses órgãos é a cavidade peritoneal. Um líquido de diálise é colocado na cavidade e drenado, através de um cateter (tubo flexível biocompatível).
O cateter é permanente e indolor, implantado por meio de uma pequena cirurgia no abdômen. A solução de diálise é infundida e permanece por um determinado tempo na cavidade peritoneal, e depois drenada. A solução entra em contato com o sangue e isso permite que as substâncias que estão acumuladas no sangue como ureia, creatinina e potássio sejam removidas, bem como o excesso de líquido que não está sendo eliminado pelo rim.

Quem necessita se submeter a esse tratamento?

A diálise peritoneal está indicada para pacientes que apresentam quadros de insuficiência renal aguda ou crônica. A indicação de iniciar esse tratamento é feita pelo nefrologista.

Como o líquido de diálise é colocado no abdome do paciente?

Para isso é necessário que seja implantado um cateter de diálise peritoneal no abdome do paciente, próximo ao umbigo. Este cateter é implantado através de uma cirurgia pequena, em geral, com anestesia local, podendo receber alta no mesmo dia. Este cateter, ou acesso peritoneal, deve ser colocado alguns dias ou semanas antes da primeira diálise. Esse cateter é flexível, pouco incomoda e fica instalado por tempo indefinido.
Diálise

É necessário ir ao hospital ou à clínica para fazer a diálise peritoneal?

Essa diálise permite realizar tratamento em domicílio. A principal vantagem desse método é que após um período de treinamento o paciente pode realizá-lo em casa, de maneira independente. Um familiar do paciente também recebe treinamento para ajudar o paciente quando for necessário.

Existem duas modalidades desta diálise:

Diálise Peritoneal Ambulatorial Contínua (DPAC): realizada diariamente e de forma manual pelo paciente e/ou familiar. Geralmente 4 trocas ao dia (manhã, almoço, tarde, noite), sendo que o tempo de troca leva aproximadamente 30 minutos. No período entre as trocas, o paciente fica livre das bolsas.
Diálise Peritoneal Automatizada (DPA): realizada todos os dias, normalmente à noite, em casa, utilizando uma pequena máquina cicladora, que infunde e drena o líquido, fazendo as trocas do líquido. Antes de dormir, o paciente conecta­se à máquina, que faz as trocas automaticamente de acordo com a prescrição médica. A drenagem é realizada conectando a linha de saída a um ralo sanitário e/ou recipiente rígido para grandes volumes. Durante o dia, se necessário, podem ser programadas “trocas manuais”.
Geralmente uma vez por mês o paciente vai ao hospital ou à clínica para colher exames de sangue, urina e fazer a consulta com o médico nefrologista.

Uma vez iniciado o tratamento, será necessário fazer diálise peritoneal para o resto da vida?

Na maioria das vezes, sim. É comum que o paciente que inicia diálise peritoneal manifeste o desejo de receber um transplante de rim para deixar de fazer o tratamento.
Existem algumas situações em que os rins deixam de funcionar por um período curto e podem voltar a funcionar depois. Isto é mais comum de ser observado na insuficiência renal aguda. Na doença renal crônica isto é raro de ser observado. Depende da patologia que ocasionou a perda da função renal e se foi de uma forma aguda ou crônica. Se foi aguda (por exemplo na infecção grave, queda importante da pressão arterial, obstrução aguda por problema prostático) e o fator de risco identificado precocemente, existe a chance de retornar a função renal e não necessitar de tratamento dialítico permanentemente. Porém, nos pacientes diabéticos, hipertensos, portadores de glomerulonefrites crônicas, a perda da função renal ocorre de maneira progressiva, lenta e insidiosa levando à necessidade de tratamento dialítico por tempo indefinido.

Fazer diálise peritoneal dói? Quais são os desconfortos que o paciente pode sentir?

O tratamento é indolor. No início do tratamento alguns pacientes se queixam de um desconforto abdominal pela presença do líquido dentro da cavidade abdominal. Com o tempo esse desconforto tende a desaparecer. A presença de dor persistente durante a diálise peritoneal deve ser comunicada ao médico nefrologista, pois pode indicar a presença de uma infecção ou o mau posicionamento do cateter.

Quais são as vantagens de se fazer diálise peritoneal para tratar a doença renal avançada?

Ao iniciar o tratamento o paciente perceberá uma melhora significativa nos sintomas que apresentava, como: falta de apetite, indisposição, cansaço, náuseas, dentre outros. Adicionalmente serão reduzidas as restrições dietéticas e o paciente perceberá uma melhora na sua qualidade de vida.

Quem faz diálise peritoneal pode comer e beber à vontade?

A hemodiálise substitui a função dos rins de quem tem doença renal crônica avançada, mas seguir as recomendações de alimentação que a sua equipe elaborou é fundamental para o sucesso do tratamento. A quantidade de líquidos ou de alimentos que pode ser ingerida varia de pessoa para pessoa e depende do estado nutricional, da quantidade de urina que o paciente ainda produz e de outros fatores como a presença de doenças associadas (exemplo, o diabetes). As clínicas de diálise têm nutricionistas, enfermeiros e médicos para consultas e para tirar dúvidas.

O paciente que faz diálise peritoneal pode trabalhar?

Vários pacientes em diálise peritoneal trabalham, especialmente os que fazem as trocas apenas no período noturno. O governo, através de lei Federal, auxilia financeiramente pacientes portadores de doença renal crônica avançada em diálise. As clínicas de diálise dispõem de assistentes sociais que podem orientar os pacientes para conseguirem esse benefício.

O paciente que faz diálise peritoneal pode viajar?

Pode sim. Ele apenas precisará levar consigo o seu material. Em viagens aéreas a clínica poderá fornecer um laudo de saúde a ser apresentado com antecedência à companhia aérea, para que não seja cobrado excesso de peso devido ao material para a diálise peritoneal que será transportado.             Fonte: http://www.sbn.org.br/publico/dialise-peritoneal

  • Neuropatia diabética

    Os nervos ficam incapazes de emitir e receber as mensagens do cérebro, provocando sintomas, como formigamento, dormência ou queimação das pernas, pés e mãos, dores locais e desequilíbrio, enfraquecimento muscular, traumatismo dos pelos, pressão baixa, distúrbios digestivos, excesso de transpiração e impotência. neuropatia diabetica material didatico                                                                      E quais seriam os sintomas de que os nervos não estão em boas condições?
    • Falta de sensibilidade, ou formigamento, nas mãos e pés;
    • Suor excessivo;
    • Sensação de queimadura em alguma região do corpo;
    • Dores fortes, espasmódicas, em certas regiões;
    • Falta de estímulo nos órgãos sexuais;

    Fonte: http://www.diabeticool.com/perguntas-respostas/quais-sao-os-efeitos-do-diabetes-no-corpo-humano/

  • Neuropatia diabética atinge a metade dos pacientes com diabetes

    O distúrbio é a principal causa de amputações não traumáticas no mundo                                                                  22/08/2013 | 07h05

    A neuropatia diabética é um dos distúrbios mais complexos e, ao mesmo tempo, mais comuns associados ao diabetes: atinge a cerca de 50% dos pacientes. Sabe-se que os níveis elevados de glicose no organismo dos pacientes diabéticos ocasionam o aumento do "estresse oxidativo", o que causa danos aos nervos periféricos, atingindo principalmente os pés. Os sintomas, quando surgem, variam de dores intensas a diminuição da sensibilidade dos membros. As causas ainda não foram completamente elucidadas pela ciência, segundo a endocrinologista e coordenadora do programa de pé diabético da Federação Internacional de Diabetes, para as Américas do Sul e Central, Hermelinda Pedrosa.

    Uma das principais características dos sintomas é seu surgimento ou piora à noite, em horário de repouso. Isso causa um grande impacto na qualidade de vida dos pacientes. Muitos chegam a acordar no meio da noite com dores nas pernas, outros têm dificuldades para dormir, por conta de sensações, como queimação, formigamento, dores descritas como facada ou pontada, ou choque na perna e nos pés.

    — Há casos em que a pessoa sente dores com o toque do cobertor ou lençol, ou mesmo da roupa, que caracteriza a alodínia, muitas vezes não compreendida como uma forma de dor neuropática —conta a endocrinologista.

    A perda da sensibilidade, por sua vez, traz outros riscos: uma ferida no pé — ocasionada por um objeto estranho dentro do sapato, ou mesmo por um corte de unha mal feito — pode passar despercebida e, com o passar do tempo, evoluir para uma ulceração de difícil cicatrização. Nos casos em que não há tratamento em tempo hábil, existe o risco da amputação do membro.

    — A neuropatia diabética é a maior causa de amputações não traumáticas, aquelas que não são causadas por acidentes, compreendendo entre 40 a 70% em todo o mundo — afirma Hermelinda.

    O diagnóstico da neuropatia diabética é feito por meio do exame dos pés do paciente, no consultório, além de testes neurológicos básicos que visam detectar a resposta a estímulos dolorosos e não dolorosos (temperatura, dor, vibração e proteção plantar, além de reflexos).

    — Os exames são simples, de baixo custo e podem ser feitos por qualquer profissional adequadamente treinado. Mas, infelizmente esta não é uma prática adotada pela maioria dos médicos. Dados de uma pesquisa da Sociedade Brasileira de Diabetes, realizada pela internet em 2005, apontam que 65% dos mais de 300 pacientes-internautas participantes nunca tiveram seus pés examinados — relata a especialista.

    Segundo Hermelinda, a falta de prevenção e do tratamento para os pacientes com neuropatia diabética causa um grande impacto psicossocial, seja na qualidade de vida dos pacientes e seus familiares, seja no alto custo para o sistema de saúde, sobretudo com gastos relacionados à amputação.

    A prevenção passa primeiramente pelo controle constante da glicemia dos diabéticos, principalmente para aqueles com diabetes tipo1, assim como das outras complicações ligadas à doença como a hipertensão arterial, dislipidemia e a obesidade. Ao mesmo tempo, as equipes médicas devem estar permanentemente atentas à condição dos pés dos pacientes.

    — A neuropatia diabética não tem cura, mas podemos controlar a doença impedindo sua progressão e aliviando os sintomas com o uso de medicamentos disponíveis no mercado. O diagnóstico precoce é fundamental para impedir que o paciente tenha complicações mais graves, como a formação de úlceras de difícil tratamento, impedindo assim que haja necessidade de amputação do membro — completa a endocrinologista.                              Fonte: http://zh.clicrbs.com.br/rs/vida-e-estilo/vida/noticia/2013/08/neuropatia-diabetica-atinge-a-metade-dos-pacientes-com-diabetes-4242009.html

     

    Pé diabético

    Ocorre quando uma área machucada ou infeccionada nos pés de quem tem diabetes tipo 2 desenvolve uma úlcera (ferida). Seu aparecimento pode ocorrer quando a circulação sanguínea é deficiente e os níveis de glicemia são mal controlados. Qualquer ferimento nos pés deve ser tratado rapidamente para evitar complicações que podem levar à amputação do membro afetado.

    Infarto do miocárdio e AVC

    Ocorrem quando os grandes vasos sanguíneos são afetados, levando à obstrução (arterosclerose) de órgãos vitais como o coração e o cérebro. O bom controle da glicose, a atividade física e os medicamentos que possam combater a pressão alta, o aumento do colesterol e a suspensão do tabagismo são medidas imprescindíveis de segurança. A incidência desse problema é de duas a quatro vezes maior em pessoas com diabetes, tanto o tipo 1 quanto o diabetes tipo 2.

    Infarto do Miocárdio

    Infarto do Miocárdio, também conhecido como ataque cardíaco, é a morte das células de uma porção do músculo do coração, em decorrência da formação de um coágulo (trombo) que interrompe, de forma súbita e intensa, o fluxo de sangue no interior da artéria coronária.
    A principal causa do infarto é a aterosclerose, processo no qual placas de gordura se desenvolvem, ao longo dos anos, no interior das artérias coronárias, criando dificuldade à passagem do sangue.
    Na maioria dos casos, o infarto ocorre quando há o rompimento de uma dessas placas, levando a formação do trombo e interrupção do fluxo sanguíneo.
    Cada artéria coronária irriga uma região específica do coração. Sendo assim, a localização do infarto dependerá da artéria obstruída. Mais raramente, o infarto pode ser causado por espasmo da artéria coronária (contração súbita da parede da artéria) interrompendo o fluxo de sangue ou por desprendimento de um coágulo originado dentro do coração e que se aloja no interior da coronária.
    Nos diabéticos e nos idosos, o infarto pode ser “silencioso”, sem sintomas específicos. Por isso, deve-se estar atento a qualquer mal-estar súbito que apresentado por esses pacientes.
    Infarto
O que fazer quando estiver sozinho em casa?

O que é
A morte das células de uma região do músculo do coração devido à formação de um coágulo que interrompe o fluxo sanguíneo de forma súbita.
 
Principais sintomas
Dor no peito, falta de ar, tontura, enjoo, suor, palidez e alteração da frequência cardíaca.

O que fazer
1- Procure um serviço de emergência o mais rápido possível
2- Evite grandes esforços
3- Afrouxe a roupa
4- Permaneça em local arejado
5- Respire profundamente

** O infarto é a segunda maior causa de morte entre os brasileiros. Portanto, quanto mais rápido o paciente chegar ao hospital, menor o risco de consequências graves. 

Fonte: Marcos Knobel, cardiologista

    Fatores de risco

    Tabagismo

    O cigarro é o maior fator de risco para a morte cardíaca súbita.

    Colesterol

    O colesterol ruim (LDL), quando em excesso, deposita-se no interior das artérias, levando à aterosclerose.

    Diabetes mellitus

    A chance de ocorrência de infarto em diabéticos é 2 a 4 vezes maior.

    Hipertensão arterial

    Metade das pessoas que infartam é hipertensa.

    Obesidade

    Especialmente, a obesidade abdominal (acúmulo de gordura na região da cintura) aumenta a chance de um ataque cardíaco.

    Estresse e Depressão

    Além de fator de risco, quando não tratados, pioram a evolução dos pacientes após o infarto.

    Complicações

    Arritmias cardíacas

    Alterações do ritmo cardíaco são frequentes na vigência do infarto. Metade dos pacientes morre antes de chegar ao serviço de saúde (pronto socorro ou hospital) em decorrência de arritmias.

    Insuficiência Cardíaca

    Quanto mais extensa a área do infarto maior a chance de ocorrer enfraquecimento do músculo cardíaco. Em tal situação, o coração não conseguirá bombear adequadamente o sangue para o corpo, resultando em insuficiência cardíaca.

    Sintomas

  • Dor ou desconforto no peito que pode irradiar-se para as costas, mandíbula, braço esquerdo e, mais raramente, para o braço direito. A dor costuma ser intensa e prolongada, acompanhada de sensação de peso ou aperto sobre tórax. Menos frequentemente, a dor é localizada no abdome, podendo ser confundida com gastrite ou esofagite de refluxo.
  • Falta de ar. Especialmente nos idosos, esse pode ser o principal sintoma do infarto.
  • Outros sintomas incluem sudorese (suor em excesso), palidez e alteração dos batimentos cardíacos.

Tratamento

O infarto do miocárdio é uma emergência médica. Metade das mortes por IAM ocorre nas primeiras horas após o início dos sintomas. Quanto mais precoce o tratamento, menor será o dano ao miocárdio. Fonte: http://www.einstein.br/einstein-saude/vida-saudavel/primeiros-socorros/Paginas/infarto-do-miocardio.aspx

Infarto do miocárdio

Infarto do miocárdio é a necrose de uma parte do músculo cardíaco causada pela ausência da irrigação sanguínea que leva nutrientes e oxigênio ao coração. É o resultado de uma série complexa de eventos acumulados ao longo dos anos, mas pode ser caracterizado pela oclusão das artérias coronárias em razão de um processo inflamatório associado à aderência de placas de colesterol em suas paredes.
O desprendimento de um fragmento dessas placas ou a formação de um coágulo de sangue, um trombo, dentro das artérias acarretam o bloqueio do fluxo de sangue causando sérios e irreparáveis danos ao coração (necrose do músculo cardíaco).
Sintomas
* Dor fixa no peito, que pode variar de fraca a muito forte, ou sensação de compressão no peito que geralmente dura cerca de trinta minutos;
* Ardor no peito, muitas vezes confundido com azia, que pode ocorrer associado ou não à ingestão de alimentos;
* Dor no peito que se irradia pela mandíbula e/ou pelos ombros ou braços (mais frequentemente do lado esquerdo do corpo);
* Ocorrência de suor, náuseas, vômito, tontura e desfalecimento;
* Ansiedade, agitação e sensação de morte iminente.
Fatores de risco e prevenção
* Não há dúvida de que a melhor maneira de evitar o infarto é reduzir a exposição aos fatores de risco: fumo, obesidade, diabetes, hipertensão, níveis altos de colesterol, estresse, vida sedentária e/ou histórico pessoal ou familiar de doenças cardíacas.
* Assumir uma atitude mental confiante e positiva é um passo decisivo para a recuperação dos infartados. É importante deixar claro que pessoas que sobrevivem a um infarto e adotam estilos de vida saudável, em sua maioria, conseguem retornar à vida normal e reassumir suas atividades profissionais.
Recomendações
* Ao surgirem os primeiros sintomas, procure socorro imediatamente. Não dirija automóvel e evite andar ou carregar peso mesmo que a dor seja mínima;
* Se estiver com alguém que apresente sintomas de infarto por mais de dez minutos, não perca tempo: procure socorro urgente. Mantenha a pessoa aquecida e calma. Salvo orientação médica em contrário, não lhe dê coisa alguma para beber ou comer;
* Desde que a pessoa consiga engolir sem dificuldade e não seja alérgica ao medicamento, faça-a tomar dois comprimidos de aspirina (ácido acetilsalicílico) imediatamente;
* Se a pessoa desfalecer, verifique sua respiração e seu pulso. Na ausência desses sinais vitais, inicie imediatamente os procedimentos adequados de recuperação cardiopulmonar, mantendo-os até que o socorro chegue. Não tente transportar a pessoa desfalecida, porque ela corre sério risco de morrer no caminho. Coloque-a em posição confortável, levemente inclinada, e afrouxe suas roupas;
* Não se iluda com a aparência de sintomas de azia intensa, pois eles podem indicar, na verdade, alterações cardíacas importantes;
* Transmita confiança ao infartado e evite entrar em pânico. Os primeiros socorros são fundamentais para salvar vidas.                                                                                                                                        Fonte: http://drauziovarella.com.br/dependencia-quimica/tabagismo/infarto/


                                                              Fonte: http://www.lersaude.com.br/infarto-o-coracao-em-suas-maos/

                                                        Fonte: http://marlivieira.blogspot.com.br/2010/02/blog-post_13.html


Fonte: http://aristidessiqueira.blogspot.com.br/2014/04/o-que-e-infarto-sinonimos-infarto-agudo.html

Sintomas do Infarto do Miocárdio:
 

Infecções
 

O que é Infecção generalizada?

Sepse é uma síndrome clínica decorrente de complicações de infecções graves sendo caracterizada por uma resposta infamatória sistêmica e lesão tecidual difusa. Está associada a uma desregulação da resposta inflamatória normal, com liberação maciça e descontrolada de mediadores infamatórios, criando uma cadeia de eventos que levam à lesão tecidual.

Causas

Normalmente a sepse é causada por uma infecção bacteriana, mas também pode ser causada por outros microorganismos como vírus e fungos. Esta síndrome é considerada grave quando associada à disfunção orgânica, hipoperfusão (manifesta-se como acidose lática, oligúria, alteração do estado mental) ou hipotensão (pressão arterial sistólica inferior a 90 mmHg ou uma queda de 40mmHg ou mais).
No Brasil, estudo publicado em 2004 demonstrou que 61,4% dos pacientes internados em unidades de tratamento intensivo desenvolveram sepse, e 35,6% desenvolveram sepse grave. Em 2005, segundo dados do DATASUS, ocorreram 54.365 internações para tratamento de sepse no SUS, representando aproximadamente 0,5% do total de internações no SUS, sendo que 38,02% destes pacientes vieram a óbito.

Complicações possíveis

Caso o paciente não responda ao tratamento, ele pode evoluir para um choque séptico, que é deinido pela presença de hipotensão refratária à ressuscitação volêmica combinada com sinais de hipoperfusão.
A morte associada à sepse advém de disfunção orgânica aguda ou falência de múltiplos órgãos devido a infecções secundárias ou complicações decorrentes da doença de base.

Diagnóstico de Infecção generalizada

Para avaliar a gravidade da sepse e estimar a probabilidade de algumas complicações e desfechos para grupos de pacientes, o questionário mais utilizado é o APACHE II (AAcute cute Physiology, Age and Chronic Health Evaluation), no qual, a partir da pontuação obtida, estima-se a probabilidade de morte do paciente.
Embora a prevalência de sepse venha aumentando nos últimos anos, a mortalidade a ela associada vem diminuindo. O prognóstico é também dependente da gravidade do quadro clínico, com mortalidades de 7% para síndrome inflamatória de resposta sistêmica, 16% para sepse, 20% para sepse grave e 46% para choque séptico.

Tratamento de Infecção generalizada

De maneira geral, não há tratamento específico para a sepse. Seu manejo envolve o tratamento da infecção subjacente com antimicrobianos e drenagem cirúrgica, além de medidas de suporte, de acordo com as manifestações apresentadas pelos pacientes.
A escolha apropriada do agente antimicrobiano é de fundamental importância, pois o uso não criterioso está associado a um aumento de mortalidade de 10 a 15% Inicialmente, utiliza-se um antibiótico de amplo espectro até a determinação do agente causador da infecção e do tecido atingido, o que possibilita a administração de um antibiótico mais específico.
O tratamento de suporte depende do estado e dos sintomas do paciente, e pode incluir reposição volêmica, uso de esteróides, vasopressores, suporte renal e respiratório, uma vez que a sepse gera sobrecarga nos pulmões, frequentemente evoluindo para taquipnéia e hipóxia. Cerca de 85% dos pacientes necessitam de algum suporte ventilatório, como intubação e ventilação mecânica.


Infecções
                                                              Fonte: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1677-54492011000600001

Cuidados que se deve ter:
  • Realizar exame diário dos pés para evitar o aparecimento de lesões;
  • Manter uma alimentação saudável;
  • Utilizar os medicamentos prescritos;
  • Praticar atividades físicas;
  • Manter um bom controle da glicemia, seguindo corretamente as orientações médicas.

    Prevenção

    Pacientes com história familiar de diabetes tipo 2 ou fatores de risco devem ser orientados a:
  • Manter o peso normal;
  • Não fumar;
  • Controlar a pressão arterial;
  • Evitar medicamentos que potencialmente possam agredir o pâncreas;
  • Praticar atividade física regular.
c) Diabetes gestacional – ocorre durante a gravidez e, na maior parte dos casos, é provocado pelo aumento excessivo de peso da mãe;

Durante a gravidez ocorrem adaptações na produção hormonal materna para permitir o desenvolvimento do bebê. A placenta é uma fonte importante de hormônios que reduzem a ação da insulina, responsável pela captação e utilização da glicose pelo corpo.  O pâncreas materno, consequentemente, aumenta a produção de insulina para compensar este quadro de resistência à sua ação. Em algumas mulheres, entretanto, este processo não ocorre e elas desenvolvem quadro de diabetes gestacional, caracterizado pelo aumento do nível de glicose no sangue. Quando o bebê é exposto a grandes quantidades de glicose ainda no ambiente intra-uterino, há maior risco de crescimento fetal excessivo (macrossomia fetal) e, consequentemente, partos traumáticos, hipoglicemia neonatal e até de obesidade e diabetes na vida adulta.
O diabetes gestacional pode ocorrer em qualquer mulher. Não é comum a presença de sintomas. Por isso, recomenda-se que todas as gestantes pesquisem, a partir da 24ª semana (início do 6º mês) - 28ª semana de gravidez, como está a glicose em jejum e, mais importante ainda, a glicemia após estímulo da  ingestão de glicose, o chamado teste oral de tolerância a glicose. O diagnóstico é feito caso a glicose no sangue venha com valores iguais ou maiores a 92 mg/dl no jejum ou 180 mg/dl e 153 mg/dl respectivamente 1 hora e 2 horas após a ingestão do açúcar.
Algumas mulheres tem maior risco de desenvolver a doença e devem estar mais atentas.
São considerados fatores de risco para o diabetes gestacional:  Idade materna mais avançada, ganho de peso excessivo durante a gestação, sobrepeso ou obesidade, Síndrome dos ovários policísticos, história prévia de bebês grandes (mais de 4 kg) ou de diabetes gestacional, história familiar de diabetes em parentes de 1º grau, história de diabetes gestacional na mãe da gestante, hipertensão arterial sistêmica na gestação e gestação múltipla (gravidez de gêmeos).
O controle do diabetes gestacional é feito na maioria das vezes através de uma orientação nutricional adequada. A gestante necessita ajustar para cada período da gravidez as quantidades dos nutrientes. A prática de atividade física é uma medida de grande eficácia para redução dos níveis glicêmicos. A atividade deve ser feita somente depois de avaliada se existe alguma contra-indicação, como por exemplo, risco de trabalho de parto prematuro.
Aquelas gestantes que não chegam a um controle adequado com dieta e atividade física tem indicação de associar uso de insulinoterapia. O uso da insulina é seguro durante a gestação e o objetivo da terapêutica é a normalização da glicose materna, ou seja, manter níveis antes das refeições menores que 95 mg/dl e 1 hora após as refeições menores que 140 mg/dl. É importante destacar que a maioria das gestações complicadas pelo diabetes, quando tratada de maneira adequada, irá ter um excelente desfecho e os bebês nascerão saudáveis.
Aproximadamente 6 semanas após o parto a mulher que teve diabetes gestacional deve realizar um novo teste oral de tolerância a glicose, sem estar em uso de medicamentos antidiabéticos. O histórico de diabetes gestacional é um importante fator de risco para desenvolvimento de diabetes tipo 2 ao longo da vida adulta e na senilidade.  O aleitamento materno pode reduzir o risco de desenvolvimento de diabetes permanente após o parto. O desenvolvimento de diabetes tipo 2 após o parto frequentemente é prevenido com  a manutenção de uma alimentação balanceada  e com a prática regular de atividades físicas.
 

O que é Diabetes Gestacional?

Diabetes gestacional
É a diabetes que aparece durante a gravidez e geralmente desaparece depois do nascimento do bebê. Uma análise do sangue é o único meio para saber se a paciente tem ou não Diabetes Gestacional. Por isso, todas as mulheres grávidas devem ser analisadas. As mulheres que possuem diabetes em suas famílias têm maiores possibilidades de terem Diabetes Gestacional, outros fatores podem ser:
1. Ter sobrepeso.
2. Haver tido Diabetes Gestacional anteriormente.
3. Haver tido um bebê que faleceu antes de nascer.
4. Ter mais de 25 anos de idade.

O açúcar no sangue se eleva quando a comida escolhida para comer se converte em açúcar rapidamente. E todo o açúcar que provem das refeições, não está sendo utilizado pelas células, o que vai provocando sua concentração no sangue. Além disso, o corpo da paciente não fabrica insulina suficiente.
No período da gravidez, a placenta (órgão responsável pela nutrição do feto) produz algumas substâncias (hormônios) em grande quantidade. Embora imprescindíveis para o desenvolvimento do bebê, os hormônios criam resistência à ação da insulina no organismo materno. Todas as mulheres grávidas têm algum grau de resistência insulínica, mas as mulheres com Diabetes Gestacional apresentam uma resistência mais exagerada. O Diabetes Gestacional costuma aparecer por volta da vigésima quarta semana de gravidez, exatamente quando a placenta começa a produzir grandes quantidades de hormônios.


O que ocorre com o bebê?

O bebê utiliza açúcar da mãe para obter energia e cresce até nascer. Quando o açúcar da mãe está elevado, assim será o de seu bebê e então o bebê produz insulina para diminuir a quantidade de açúcar em seu sangue. O bebê pode utilizar o açúcar da mãe, mas não pode utilizar sua insulina, pois a insulina não pode atravessar a placenta.
O açúcar que bebê não utiliza é armazenado por ele em forma de gordura. E é por isso que o bebê engorda e fica muito grande. Isso é conhecido como macrossomia. Se o bebê é muito grande, a mãe pode ser lastimada ou o bebê durante o parto pode ser lastimado ou necessitar de uma cesárea.
Se o açúcar da mãe estiver elevado no momento do parto, seu bebê produzirá uma grande quantidade de insulina e uma vez que nasça não utilizará mais açúcar da mãe. Do mesmo modo terá excesso de insulina em sua corrente sanguínea. Por essa razão, algumas vezes, os bebês podem ter o nível de açúcar muito baixo, conhecido como hipoglicemia. Depois do parto, o bebê deverá ser observado cuidadosamente para detectar um possível baixo nível de açúcar no sangue.
Além disso, o bebê pode nascer com a cor da pele amarelada (icterícia). Isso dura pouco tempo e requererá o uso de lâmpada infravermelha para fazer a pele do bebê voltar a normalidade. Apenas em casos muito raros, pode ocorrer morte prematura. Para prevenir a morte prematura é importante que a mulher grávida evite fumar, ingerir bebidas alcoólicas ou usar drogas para garantir a saúde do bebê.


Para saber se o bebê está bem

Todas as mulheres grávidas (que tenham ou não Diabetes Gestacional) devem ser bem examinadas em cada visita ao médico, e ele deverá observar seu peso, pressão arterial e em algumas ocasiões realizar exames de sangue e urina. Outras provas que deverão ser realizadas são:
1. Ultra-sonografia, que permite ver uma imagem de seu bebê sem usar raios-x.
2. Um exame que cheque as batidas do coração do bebê durante movimento.
3. Um exame que determine o tamanho do bebê, sua respiração, seus movimentos e o tono muscular durante contrações suaves.

Há outras provas que servem para detectar possíveis defeitos no nascimento. Os defeitos de nascimento durante o parto não são provocados pela Diabetes Gestacional. Todas as mulheres grávidas correm um pequeno risco de ter bebês com defeitos de nascimento. Comumente se utilizam de exames para detectá-los:
1. Um AFP (alfa feto proteína), que é uma análise do sangue.
2. Uma amniocentésis, que é uma amostra que se tira do líquido que rodeia o bebê. Esse exame também indica se os pulmões do bebê estão preparados e maduros para o parto.

Deve-se controlar o nível de açúcar do sangue da mãe, por ela e pelo bebê. Controlar significa tratar de manter o nível de açúcar no sangue entre 80mg/dl e 150mg/dl a maior quantidade de tempo possível. O médico pode alterar um pouco esses números. Existem cinco maneiras para ajudar a manter controlado o açúcar no sangue:
1. Fazer sua própria análise de glicose no sangue (monitoramento de glicemia)
2. Seguir um plano de alimentação específico.
3. Fazer exercícios regularmente.
4. Se necessário, injetar insulina.
5. Ter apoio emocional.

O nível de açúcar no sangue do bebê é analisado imediatamente depois do nascimento. Isso se faz para saber se o nível de açúcar está baixo (hipoglicemia). Se esse nível estiver normal, não farão nada ao bebê. Caso contrário, se o nível estiver muito baixo, o bebê necessitará de tratamento. É possível que mantenham o bebê em observação durante algumas horas.
                                                           

Como utilizar o medidor de glicose Contour TS da Bayer

Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=F9yu-wRNaBY                                                            

Insulina na gravidez

Nem sempre a causa do elevado nível de açúcar no sangue se encontra na alimentação, a tensão o estresse, as infecções e alguns medicamentos podem também elevar o açúcar no sangue. E frequentemente a gravidez provoca a elevação do açúcar.
Se a paciente necessitar de insulina, não significa que tudo o que ela fez fracassou. Significa que ela necessita de mais ajuda para manter o açúcar de seu sangue em níveis normais. A aplicação de insulina será por um período curto durante a gravidez, não haverá danos nem a mãe nem a criança.


Amamentação

Não haverá transmissão de diabetes ao bebê através do leite materno. A mãe deve manter uma boa saúde e comer as mesmas comidas que estão no programa de comidas da gravidez.
Logo que terminar de amamentar, a mãe deve fazer o necessário para perder todo o peso extra. E perder peso pouco a pouco da seguinte maneira:

1. Realizar exercícios físicos.
2. Evitar os açúcares simples e comidas ricas em gordura.
3. Observar com cuidado a quantidade de comida ingerida.
4. Comer três vezes ao dia.
5. Tomar bastante água.


Conclusão

São poucas as mulheres que seguem tendo com Diabetes depois do parto. Aproximadamente 2% das mulheres com Diabetes Gestacional continuarão tendo Diabetes depois do parto.
Após o nascimento do bebê, a mãe necessitará de outra análise de seu sangue para assegurar que sua Diabetes desapareceu. Essa análise deve ser realizada entre a segunda e sexta semana do nascimento do bebê.
E o mais importante, se a paciente já foi acometida de Diabetes Gestacional, ela pode ter outra vez em sua próxima gravidez. E se voltar a ficar grávida, a paciente precisará informar ao médico que já fora acometida de Diabetes em sua gestação anterior. O médico novamente irá analisá-la para saber se há Diabetes Gestacional e deverá seguir as mesmas orientações e cuidados que teve anteriormente.
Fonte: http://www.coladaweb.com/doencas/diabetes-gestacional
 
d) Diabetes associados a outras patologias -  como as pancreatites alcoólicas, uso de certos medicamentos, etc.

Outros tipos de diabetes

Esses tipos de diabetes são decorrentes de defeitos genéticos associados a outras doenças ou ao uso de medicamentos. Podem ser:
  • Diabetes por defeitos genéticos da função da célula beta
  • Por defeitos genéticos na ação da insulina
  • Diabetes por doenças do pâncreas exócrino (pancreatite, neoplasia, hemocromatose, fibrose cística etc.)
  • Diabetes por defeitos induzidos por drogas ou produtos químicos (diuréticos, corticoides, betabloqueadores, contraceptivos etc.).
 Sintomas
* Poliúria – a pessoa urina demais e, como isso a desidrata, sente muita sede (polidpsia);
* Aumento do apetite;
* Alterações visuais;
* Impotência sexual;
* Infecções fúngicas na pele e nas unhas;
* Feridas, especialmente nos membros inferiores, que demoram a cicatrizar;
* Neuropatias diabéticas provocada pelo comprometimento das terminações nervosas;
* Distúrbios cardíacos e renais.
Fatores de risco
* Obesidade (inclusive a obesidade infantil);
* Hereditariedade;
* Falta de atividade física regular;
* Hipertensão;
* Níveis altos de colesterol e triglicérides;
* Medicamentos, como os à base de cortisona;
* Idade acima dos 40 anos (para o diabetes tipo II);
* Estresse emocional.
Recomendações
* O tratamento do diabetes exige, além do acompanhamento médico especializado, os cuidados de uma equipe multidisciplinar. Procure seguir as orientações desses profissionais;
* A dieta alimentar deve ser observada criteriosamente. Procure ajuda para elaborar o cardápio adequado para seu caso. Não é necessário que você se prive por toda a vida dos alimentos de que mais gosta. Uma vez ou outra, você poderá saboreá-los desde que o faça com parcimônia;
* Um programa regular de exercícios físicos irá ajudá-lo a controlar o nível de açúcar no sangue. Coloque-os como prioridade em sua rotina de vida;
* O fumo provoca estreitamento das artérias e veias. Como o diabetes compromete a circulação nos pequenos vasos sanguíneos (retina e rins) e nos grandes vasos (coração e cérebro), fumar pode acelerar o processo e o aparecimento de complicações;
* O controle da pressão arterial e dos níveis de colesterol e triglicérides deve ser feito com regularidade;
* Medicamentos à base de cortisona aumentam os níveis de glicose no sangue. Não se automedique;
* O diagnóstico precoce é o primeiro passo para o sucesso do tratamento. Não minimize seus sintomas. Procure logo um serviço de saúde se está urinando demais e sentindo muita sede e muita fome.
Tratamento
O diabetes não pode ser dissociado de outras doenças glandulares. Além da obesidade, outros distúrbios metabólicos (excesso de cortisona, do hormônio do crescimento ou maior produção de adrenalina pelas supra-renais) podem estar associados ao diabetes.
O tipo I é também chamado de insulinodependente, porque exige o uso de insulina por via injetável para suprir o organismo desse hormônio que deixou de ser produzido pelo pâncreas. A suspensão da medicação pode provocar a cetoacidose diabética, distúrbio metabólico que pode colocar a vida em risco.
O tipo II não depende da aplicação de insulina e pode ser controlado por medicamentos ministrados por via oral. A doença descompensada pode levar ao coma hiperosmolar, uma complicação grave que pode ser fatal.
Dieta alimentar equilibrada é fundamental para o controle do diabetes. A orientação de uma nutricionista e o acompanhamento de psicólogos e psiquiatras podem ajudar muito a reduzir o peso e, como consequência, cria a possibilidade de usar doses menores de remédios.
Atividade física é de extrema importância para reduzir o nível da glicose nos dois tipos de diabetes.
Fonte: http://drauziovarella.com.br/diabetes/diabetes/
Fonte: http://www.brasilescola.com/doencas/diabetes-tipo-i.htm
Fonte: http://www.adj.org.br/blog/tipos-de-diabetes/
Fonte: http://www.minhavida.com.br/saude/temas/diabetes-tipo-2
Fonte: http://www.diabetes.org.br/diabetes-gestacional
Fonte: http://www.minhavida.com.br/saude/temas/diabetes

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