quarta-feira, 26 de abril de 2017

Cinco habilidades necessárias para ter saúde e sucesso (segundo os cientistas)

Britânicos dizem que pessoas com determinadas capacidades, independentemente do intelecto, têm, em geral, mais dinheiro, menos depressão e mais amigos na velhice.

Qual é o segredo para uma vida bem sucedida? 

De acordo com os resultados de uma pesquisa científica britânica, a chave para o sucesso não está necessariamente em aspectos como educação, dinheiro ou inteligência, mas, sim, em certas "habilidades para a vida" como o otimismo ou a persistência. 

Um grupo de pesquisadores da University College de Londres (UCL, na sigla em inglês) examinou mais de 8 mil homens e mulheres entre 52 e 90 anos e a maneira como viviam e avaliavam suas vidas. 

O estudo concluiu que cinco habilidades podem ser a chave para disfrutar da terceira idade com boas condições de vida:
  • Estabilidade emocional
  • Determinação
  • Dedicação
  • Sensação de estar no controle
  • Otimismo
Elas são frequentemente chamadas de habilidades "não cognitivas", porque são características pessoais maleáveis, que não têm a ver com a capacidade intelectual das pessoas. 

Os especialistas verificaram que uma pontuação mais alta nestes quesitos estava associada ao bem-estar social e pessoal, ao sucesso econômico e à boa saúde nos adultos. 

Por isso, em artigo publicado na revista científica PNAS, eles afirmam que estimular e manter estas habilidades - não só na infância, mas também na idade adulta - pode ser crucial para uma velhice melhor.

Mais dinheiro, mais amigos e menos depressão

De acordo com o estudo, as pessoas que tiveram uma pontuação alta em ao menos quatro dos cinco atributos observados tinham, em geral, menos depressão, um círculo social mais amplo e mais dinheiro. 

Por outro lado, os que pontuavam bem em apenas uma ou duas habilidades sofriam com mais solidão, maior ocorrência de depressão e maior probabilidade de desenvolver doenças crônicas. 

Por exemplo, apenas 3% dos que tinham boa pontuação nas cinco habilidades tinha sintomas de depressão severa, contra 22% das pessoas no grupo que pontuou menos. 

Os que demonstravam mais estabilidade emocional, determinação, dedicação, sensação de controle e otimismo também apresentaram níveis menores de colesterol e indicadores melhores para doenças do coração e diabetes tipo 2. 

"Nos surpreendeu a grande variedade de processos - econômicos, sociais, psicológicos, biológicos e relacionados com saúde e deficiência - que parecem estar relacionados com estas habilidades para a vida", disse o professor Andrew Steptoe, do Departamento de Epidemiologia e Saúde Pública da UCL, um dos líderes do estudo. 

Entre as cinco habilidades, no entanto, não há uma mais importante do que outra. 

"Os efeitos, na verdade, dependem mais da acumulação de capacidades", afirma Steptoe. 

Os pesquisadores dizem que não é possível concluir que haja uma relação causal direta entre estas características não cognitivas e o sucesso, mas os resultados abrem possibilidades para explorar como melhorar a qualidade de vida e a função social dos mais velhos na sociedade. 

Campanha de vacinação contra gripe começa nesta segunda

Campanha vai até 26 de maio. Professores da rede pública e privada entraram para o público alvo. 

Campanha de vacinação contra a gripe começa nesta segunda-feira (17) (Foto: Ivo Gonçalves/Divulgação PMPA) 
Campanha de vacinação contra a gripe começa nesta segunda-feira (17) (Foto: Ivo Gonçalves/Divulgação PMPA) 
 
Começa nesta segunda-feira (17) a Campanha Nacional de Vacinação Contra a Influenza. A campanha vai até 26 de maio, e o dia de mobilização nacional está marcado para o dia 13. 

A meta é vacinar 54,2 milhões de pessoas em todo o país. Este ano, a novidade da campanha é a inclusão dos professores da rede pública e privada no público alvo, com direito a receber a imunização gratuitamente no SUS. 

A contraindicação é para quem tem alergia severa a ovo.

Veja quem recebe a vacina pelo SUS

  • Crianças de 6 meses a menores que 5 anos (quatro anos, 11 meses e 29 dias)
  • Gestantes
  • Puérperas (mulheres que estão no período de até 45 dias após o parto)
  • Idosos (a partir de 60 anos)
  • Profissionais da saúde
  • Povos indígenas
  • Pessoas privadas de liberdade e funcionários do sistema prisional
  • Portadores de doenças crônicas e outras doenças que comprometam a imunidade
  • Professores de escolas públicas ou privadas

Três subtipos

A vacina disponível no SUS protege contra os três subtipos do vírus da gripe que mais circularam no país: A/H1N1; A/H3N2 e influenza B. 

Segundo o ministério da Saúde, 60 milhões de doses de vacinas foram adquiridas, das quais 21,1 milhões de doses já foram distribuídas aos estados. 

Os grupos prioritários devem se vacinar todos os anos, já que a imunidade contra os vírus cai progressivamente. Além disso, o vírus da gripe passa por mutações frequentes. 

Segunda-feira, 17/04/2017, às 08:07,

Bronquite, asma ou bronquiolite: qual a diferença?

Na asma, bronquite ou bronquiolite o ato de respirar pode ser exaustivo. Pode cansar. Independentemente da idade, o esforço para fazer o ar entrar e sair dos pulmões pode ser extremamente difícil e desconfortável. 

Os músculos acessórios dos movimentos respiratórios entram em ação para ajudar a expandir os pulmões. As pessoas parecem respirar com a barriga de tanta força que fazem.

Tanto a asma, como a bronquite ou a bronquiolite podem dar este quadro de dificuldade respiratória? Qual a diferença entre estas três condições? Como saber?

As três situações podem dar desconforto respiratório de diferentes intensidades. No entanto, na asma e na bronquiolite a dificuldade para respirar pode ser mais significativa.  

As três situações cursam com obstrução das vias respiratórias. Porém, as causas e os mecanismos de obstrução são diferentes. Por isso é importante que se tenha o diagnóstico correto para que o tratamento – também diferente nas três condições-  possa ser adequadamente indicado. Vamos entender.

Bronquiolite: é uma doença infecciosa, de causa viral, na maior parte das vezes causada pelo VRS, ou Vírus Sincicial Respiratório. Acomete bebês e crianças pequenas, geralmente menores de 2 anos de idade. 

Este vírus incide principalmente nos meses de outono e inverno. Na semana passada, em São Paulo, alguns Pronto Socorros infantis tiveram que fechar suas portas e em muitos hospitais não havia vagas em UTI tal quantidade de crianças pequenas acometidas. O vírus “ataca” a região do bronquíolo, provocando uma inflamação que estreita as vias respiratórias, dificultando a passagem do ar. Resultado: os bebês ficam cansados para respirar. Não há tratamento específico para este vírus. Por isso, muitas crianças ficam internadas para garantir a boa oxigenação do organismo . Dura de 7 a 10 dias e geralmente evolui bem.

Sinal mais característico da bronquiolite: bebês ou crianças pequenas com respiração ofegante ou cansados para respirar, com ou sem febre. Nesta situação, procure rapidamente  atendimento médico.

Bronquite: a bronquite é uma inflamação dos brônquios. Esta inflamação pode ser aguda ou crônica. A aguda é  geralmente causada por agentes infecciosos como vírus ou bactérias. Por isso pode ser acompanhada de febre e mal estar. A inflamação infecciosa nos brônquios estreita a passagem do ar, causando o desconforto para respirar. Pode acometer pessoas de quaisquer idades. Já a bronquite crônica pode ser causada por agentes irritantes dos brônquios como, por exemplo, o cigarro. A mucosa constantemente agredida e inflamada também estreita o calibre das vias respiratórias, dificultando a passagem do ar. O sintoma mais exuberante, seja da bronquite aguda ou da crônica,  é a tosse com catarro. 

As pessoas acometidas tossem para expelir as secreções que purgam nas vias respiratórias inflamadas. O tratamento da bronquite depende da sua causa e inclui também a limpeza das vias aéreas e a manutenção da oxigenação do organismo. Quando se suspeita de bronquite de causa bacteriana, os antibióticos podem ser indicados.

Sinal mais característico da bronquite: tosse intensa,  constante, com expectoração.

Asma: é uma doença inflamatória que se caracteriza por um espasmo da musculatura dos brônquios, ou seja, broncoespasmo. Os brônquios se “fecham”. Resultado: há um estreitamento – que pode ser intenso- das vias respiratórias causando muita falta de ar e desconforto para respirar. Este broncoespasmo inflamatório tem causas genéticas e pode ser desencadeado por alguns alérgenos ambientais, como cheiros específicos, pó ou pólen, por exemplo. Cada pessoa pode ter um desencadeante diferente. Evolui com períodos assintomáticos e períodos de crises. Hoje há muitas medicações para evitar que as pessoas suscetíveis entrem em crises agudas de risco.

Sinal característico da asma: chiado no peito e dificuldade para expirar, isto é, para expelir o ar.

Fonte: http://g1.globo.com/bemestar/blog/doutora-ana-responde/post/bronquite-asma-ou-bronquiolite-qual-diferenca.html 

Uso de formol pode irritar olhos, afetar a respiração e causar câncer; veja quais os cuidados no salão de beleza

Um relatório da Anvisa apontou os principais acidentes que podem acontecer dentro dos salões de beleza e clínicas de estética. No topo da lista está o uso do formol.

 
Um relatório da Anvisa apontou os principais acidentes que podem acontecer dentro dos salões de beleza e clínicas de estética. No topo da lista está o uso do formol. O Bem Estar desta segunda-feira (17) abordou o assunto com a dermatologista e consultora Márcia Purceli e o infectologista Renato Grinbaum. O que pode e o que não pode ser reutilizado? A reutilização da cera, por exemplo, pode transmitir doenças. 

Muita gente procura os salões de beleza para ficar com o cabelo liso. E para atingir o resultado, alguns cabeleireiros apostam no formol. Entretanto, o uso dele só é permitido se for usado até 0,2% - nesta quantidade, o formol não promove o alisamento. 

O uso do formol pode provocar irritação na pele, queimaduras, irritação nos olhos e, se inalado, pode causar câncer no aparelho respiratório, dor de garganta, irritação no nariz, tosse e graves ferimentos nas vias respiratórias. O formol é considerado cancerígeno pela OMS. 

A segunda maior causa de denúncias na Anvisa está relacionada a manicure e pedicure – a esterilização dos utensílios. Alicates, tesouras e espátulas devem ser higienizadas e esterilizadas após o uso. A falta de esterilização pode causar infecções bacterianas e também infecções virais, como hepatite B e hepatite C. 

Cuidado também com as pinças usadas nas sobrancelhas. A dica do Bem Estar é ter seu próprio kit. 

Uma outra irregularidade que acontece em clínicas de estética, mesmo sendo proibida, é o reaproveitamento da cera para depilação. Essa prática pode causar irritação de pele, infecção e também micoses, causadas por fungos. Cera e espátula nunca devem ser reaproveitadas. Uma dica é levar a cera usada e descartar em casa, para evitar que seja reaproveitada em outra pessoa. 

Obesidade atinge 1 em cada 5 brasileiros, aponta pesquisa do Ministério da Saúde

Em 10 anos, população obesa no Brasil passou de 11,8% em 2006 para 18,9% em 2016. Pesquisa Vigitel entrevistou 53,2 mil maiores de 18 anos nas capitais do país. 

 
O ministro Ricardo Barros em entrevista coletiva no ministério (Foto: Gabriel Luiz / G1) 
O ministro Ricardo Barros em entrevista coletiva no ministério (Foto: Gabriel Luiz / G1)  
 
A obesidade atinge um em cada cinco brasileiros, apontam dados divulgados nesta segunda-feira (17) pelo Ministério de Saúde. Em dez anos, a população obesa no país passou de 11,8% em 2006 para 18,9% em 2016, informou o ministério. 

O excesso de peso também cresceu 26,3% no mesmo período. Em 2006, 42,6% dos entrevistados foram considerados com excesso de peso. No ano passado, esse índice foi de 53,8%

A obesidade e o excesso de peso são calculados a partir do Índice de Massa Corporal que divide o peso pela altura ao quadrado do entrevistado. Índices iguais ou maiores que 25 são considerados como excesso de peso e maiores de 30 kg/m2, obesidade.
“Estamos buscando eliminar o crescimento dessa curva da obesidade”, afirmou o ministro da Saúde, Ricardo Barros.
A Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) entrevistou, de fevereiro a dezembro de 2016, 53.210 pessoas maiores de 18 anos nas capitais do país.

Cardápio

Ainda sobre hábitos da população entrevistada, o estudo mostrou que o consumo de feijão diminuiu de 67,5% em 2012 para 61,3% em 2016, e que um em cada três adultos consomem frutas e hortaliças nos cinco dias da semana. 

De acordo com a pesquisa, esses dados informam que o país “passa por uma transição nutricional, que antes era de desnutrição e agora estamos entre os países que apresentam altas prevalências de obesidade”.
Pedestre com sobrepeso atravessa rua (Foto:  David Gray/Reuters) 
 Pedestre com sobrepeso atravessa rua (Foto: David Gray/Reuters) 
 
“A causa da obesidade é multifatorial. Nenhum país do mundo conseguiu reduzir ou deter a obesidade. É uma meta ousada a gente conseguir segurar esse indicador até pelo menos 2019. Isso porque, a obesidade envolve vários fatores e nem todos podem ser administrados pelo Ministério da Saúde”, afirmou a coordenadora-geral de Alimentação e Nutrição do Ministério da Saúde Michele Lessa. 

Entre as mudanças relacionadas na pesquisa, durante a última década, está a redução do consumo regular de refrigerante ou suco artificial que passou de 30,9% em 2007, para 16,5% no ano de 2016. 

A prática de atividade física no tempo livre aumentou. De acordo com o ministério, 30,3% da população fazia pelo menos 150 minutos de exercícios por semana em 2009. No ano passado, esse número cresceu para 37,6%. A faixa etária com maior tempo para prática de atividades físicas, segundo a pesquisa foi a população entre 18 e 24 anos.

Álcool

Outro dado apontado pela pesquisa foi o consumo abusivo de álcool: em 2006, era de 15,7%; dez anos depois, passou para 19,1%. Segundo o ministro, o crescimento se deu principalmente pela alta na ingestão de álcool por parte das mulheres. Nos últimos dez anos, o consumo abusivo de bebida alcoólica pelo público feminino atingia 7,8% da população. Em 2016, o índice foi de 12,1%.
“As mulheres estão mais na cervejinha. O índice cresceu mais de 50% para consumo abusivo de bebida alcoólica para as mulheres”, disse Ricardo Barros.
Fonte: http://g1.globo.com/bemestar/noticia/obesidade-atinge-1-em-cada-5-brasileiros-aponta-pesquisa-do-ministerio-da-saude.ghtml

Uma das maiores causas de mortes que você provavelmente não conhece

Sepse mata cerca de 233 mil pessoas por ano em UTIs brasileiras, mas é desconhecida por 93% da população

"Eu praticamente morri sete vezes. Durante muito tempo, era uma incógnita se eu conseguiria sobreviver." 

Patrick Kane quase morreu em decorrência de uma doença que mata mais pessoas por ano no Reino Unido do que câncer de intestino, mama e próstata juntos: a sepse. 

No Brasil, a síndrome, que é responsável por cerca de 233 mil óbitos em UTIs, é desconhecida por nove em cada dez pessoas. 

Patrick tinha apenas nove meses quando um dia acordou passando mal, mole e apático. 

O médico da família receitou o analgésico paracetamol, mas sua mãe continuou preocupada e decidiu levá-lo ao hospital. 

No trajeto, porém, a situação se agravou rapidamente. 

"Foi tudo muito rápido... logo na chegada eu tive falência múltipla de órgãos", conta. 

Patrick passou três meses e meio internado no Hospital St Mary's, em Londres, onde teve alguns membros amputados: parte do braço esquerdo, os dedos da mão direita e a perna direita, abaixo do joelho. 

Hoje, aos 19 anos, Patrick estuda bioquímica na Universidade de Edimburgo, na Escócia. 

"Ou você conhece alguém que teve sepse, ou você nunca ouviu falar disso", diz ele à BBC. 

A declaração do estudante é respaldada por uma pesquisa do Instituto Datafolha de 2014, encomendada pelo Instituto Latino Americano de Sepse (ILAS). 

De acordo com a pesquisa, realizada em 134 municípios brasileiros, 93,4% dos entrevistados nunca tinham ouvido falar sobre a doença, mais conhecida como infecção generalizada ou septicemia.

O que é sepse?

A sepse é uma resposta sistêmica do organismo a uma infecção, que pode ser causada por bactérias, vírus, fungos ou protozoários. 

Normalmente, o sistema imunológico entra em ação para atacar a infecção e impedi-la de se espalhar. Mas, se ela consegue avançar pelo corpo, a defesa do organismo lança uma resposta inflamatória sistêmica na tentativa de combatê-la. 

O ponto é que essa reação também representar um problema, uma vez que pode ter efeitos catastróficos no organismo. 

Quando não diagnosticada e tratada rapidamente, ela pode comprometer o funcionamento de um ou vários órgãos do paciente e levar até a morte. 

Qualquer processo infeccioso - seja uma pneumonia ou infecção urinária - pode evoluir para um quadro de sepse.

Quais são os sintomas?

O organização britânica UK Sepsis Trust, que se dedica a informar sobre a doença e a ajudar pacientes, lista seis sintomas que devem servir de alerta:
  • Fala arrastada
  • Tremores extremos ou dores musculares
  • Baixa produção de urina (passar um dia sem urinar)
  • Falta de ar grave
  • Sensação de que pode morrer
  • Pele manchada ou pálida
Já os sintomas em crianças pequenas incluem:
  • Aparência manchada, azulada ou pálida
  • Muito letárgico ou difícil de acordar
  • Pele fria fora do normal
  • Respiração muito rápida
  • Erupção cutânea que não desaparece quando você pressiona
  • Convulsão
"Os sintomas não são específicos, é difícil para a população em geral suspeitar que possa estar com sepse. 

Muita gente demora a procurar atendimento porque acha que os sintomas fazem parte do próprio quadro de infecção", afirma o intensivista Luciano Azevedo, presidente do ILAS. 

"Assim, todas as pessoas que estão com uma infecção e apresentam pelo menos um dos sinais de alerta (citados acima) devem procurar imediatamente um serviço de emergência ou seu médico", recomenda. 

O especialista lembra que idosos, crianças de até dois anos e pacientes com doença crônica não controlada ou deficiência do sistema imunológico apresentam um risco maior de desenvolver um quadro de sepse.

Por que a mortalidade é tão alta?

Estudo realizado em 2014 pelo ILAS mostra que são registrados por ano 419.047 casos de sepse em UTIs brasileiras, sendo que 55,7% (233.409) destas ocorrências resultam em óbito. 

De acordo com Azevedo, a alta taxa de mortalidade pode ser explicada por uma série de fatores. 

Primeiramente, pela falta de conhecimento da população em relação à doença e seus sintomas, o que leva à procura de atendimento médico tardio. 

Uma vez no hospital, os pacientes se deparam muitas vezes com o despreparo dos próprios profissionais de saúde em fazer o diagnóstico precoce da doença, considerado fundamental para o sucesso do tratamento. 

"Na sepse, à medida que o comprometimento sistêmico avança, aumenta muito a chance de o paciente não sobreviver ao tratamento. Diagnóstico e tratamento precoces salvam vidas", explica trecho da publicação Sepse: um problema de saúde pública, elaborada pelo ILAS, em parceria com o Conselho Federal de Medicina, com o objetivo de orientar profissionais da saúde em relação à doença. 

Além disso, existe a falta de infraestrutura da rede hospitalar - principalmente das emergências. 

"Acredita-se que o número inadequado de profissionais para atendimento, ou seja, muito paciente para poucos médicos, e a dificuldade de acesso aos leitos das UTIs também colaboram para a elevada taxa de mortalidade", completa Azevedo.

Tratamento

O tratamento da sepse deve ser realizado idealmente em unidades de terapia intensiva, onde são administrados antibióticos para combater o foco da infecção. 

A redução da carga bacteriana é fundamental para o controle da resposta inflamatória - condutas que visam à estabilização do paciente são consideradas prioritárias e devem ser tomadas imediatamente. 

Em alguns casos, são necessárias ainda medidas de suporte, como a hemodiálise por causa da insuficiência renal ou a ventilação mecânica para controlar uma possível insuficiência respiratória. 

"Esse tratamento de suporte substitui as funções do organismo que estão prejudicadas, enquanto o antibiótico faz efeito. E é fundamental que o paciente esteja sempre monitorado, em decorrência das complicações que pode vir a ter", explica Azevedo. 

Pulseira com sensor de suor pode ajudar em diagnósticos médicos

Sensor analisa os componentes moleculares do suor e transmite os resultados a um laboratório. Dispositivo estimula as glândulas sudoríparas para obter o suor rapidamente.

Imagem de plataforma que extrai suor desenvolvida por pesquisadores   (Foto: PNAS/Divulgação) 
Imagem de plataforma que extrai suor desenvolvida por pesquisadores (Foto: PNAS/Divulgação) 
 
Uma pulseira ultra-sensível com sensor de suor poderia melhorar o diagnóstico e tratamento da fibrose cística, diabetes e outras condições de saúde, disseram pesquisadores nesta segunda-feira (17). 

Esse sensor analisa os componentes moleculares do suor e transmite os resultados a um laboratório, explicam seus inventores, da Faculdade de Medicina da Universidade de Stanford e de Berkeley na Califórnia, cuja pesquisa foi publicada na revista Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS). 

"Este é um grande progresso", disse o coautor Carlos Milla, professor associado de pediatria na Universidade de Stanford. 

Diferentemente dos sensores de suor anteriores, este novo sistema não requer que os pacientes fiquem sentados sem falar durante trinta minutos, o tempo que o suor leva para se acumular nos coletores. Esse longo processo, utilizado há muitas décadas, é particularmente penoso para as crianças, apontam os pesquisadores.

Estímulo ao suor

Este novo sensor portátil no pulso estimula as glândulas sudoríparas com microprocessadores para obter o suor em poucos minutos, e depois transmite o conteúdo molecular através de um telefone celular, a um servidor que pode analisar os resultados rapidamente. 

O sistema pode ser utilizado facilmente em países em desenvolvimento, principalmente em povoados isolados que carecem de centros médicos. Pode medir, por exemplo, o nível de glicose no sangue, que indica o risco de diabetes. 

Outros elementos moleculares presentes no suor, como o sódio, o potássio e a lactose também podem ser medidos pela pulseira. 

"Este sistema pode ser usado para medir virtualmente tudo o que se encontra no suor", destaca Ronald Davis, professor de bioquímica e de genética na Universidade de Stanford e coautor do estudo. 

Infecção urinária e hipoglicemia podem provocar confusão mental

Confusão mental nem sempre está relacionada a algum problema neurológico. Entre os sintomas estão: não reconhecer as pessoas e ver coisas que não existem.

 
Confusão mental nem sempre está relacionada a algum problema de cabeça. A confusão pode ser sinal de que a pessoa está tendo uma infecção sem apresentar sintomas clássicos como febre e dor, ou até mesmo falta de açúcar. 

O Bem Estar convidou dois especialistas para falar sobre o tema nesta terça-feira (18). O cardiologista e consultor Roberto Kalil lembrou que a confusão pode estar relacionada com um infarto. Isso porque a circulação fica prejudicada, levando à falta de oxigenação no cérebro. 

Já o neurologista Eduardo Genaro Mutarelli explicou a relação do açúcar e confusão. A glicose é o principal combustível do cérebro. Quando o nível de glicose no sangue cai, o cérebro fica sem energia e isso pode provocar a confusão mental. Quando isso acontece, a pessoa precisa comer açúcar imediatamente, principalmente se for diabética.  
 
A confusão mental é mais comum em idosos. Isso porque eles têm menos reserva cerebral por causa do envelhecimento, ou seja, têm um cérebro mais atrofiado, com menos neurônios. Porém, o problema pode acontecer em qualquer idade, inclusive em crianças. 

Entre as causas de confusão mental que não são relacionadas com problemas neurológicos estão: infecções, infarto do miocárdio, hipoglicemia e hiperglicemia, uso de corticoides, insuficiência hepática, insuficiência renal e auto imunidade. As confusões desaparecem logo que estes problemas são tratados. 

Os idosos muitas vezes não têm os sintomas clássicos da infecção urinária e a família precisa ficar atenta. 

“Pessoas com mais idade podem não apresentar os sintomas. Com isso, muitas das vezes, ficam mais sonolentos, mais agitados. Isso é indício de infecção”, alerta o infectologista Jean Gorinchteyn. 

Os sintomas da confusão são: não reconhecer as pessoas, imaginar que existem inimigos que querem ataca-lo, imaginar que alguém quer envenena-lo, ver coisas que não existem e ouvir vozes. 

Por que há uma explosão de obesidade no Brasil?

Nos últimos 10 anos, número de brasileiros obesos aumentou em 60%, segundo o Ministério da Saúde; especialistas atribuem aumento de peso dos brasileiros a fatores econômicos, culturais, genéticos e hormonais.

A cada cinco brasileiros, um está obeso. Mais da metade da população está acima do peso. O país que até pouco tempo lutava para combater a fome e a desnutrição, agora precisa conter a obesidade. Por que a balança virou? 

Indicadores apresentados na segunda-feira pelo Ministério da Saúde mostram que, nos últimos 10 anos, a prevalência da obesidade no Brasil aumentou em 60%, passando de 11,8% em 2006 para 18,9% em 2016. O excesso de peso também subiu de 42,6% para 53,8% no período. 

Os dados são da Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), com base em entrevistas realizadas de fevereiro a dezembro de 2016 com 53.210 pessoas maiores de 18 anos de todas as capitais brasileiras. 

Especialistas ouvidos pela BBC Brasil atribuem o aumento de peso dos brasileiros a fatores econômicos e culturais, mas também genéticos e hormonais.
Obesidade vem crescendo no Brasil, segundo pesquisa Vigitel (Foto: AP Photo/M. Spencer Green, File)
Obesidade vem crescendo no Brasil, segundo pesquisa Vigitel (Foto: AP Photo/M. Spencer Green, File)

Novos padrões alimentares

Para o diretor do Centro de Obesidade e Síndrome Metabólica do Hospital São Lucas da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), Cláudio Corá, a tendência de aumento da obesidade já vinha sendo verificada antes da pesquisa Vigitel, realizada anualmente desde 2006. 

"Talvez um dos fatores mais preponderantes seja a mudança dos hábitos alimentares que se observa desde os anos 1970. Com pouco tempo para comer, as pessoas deixaram de fazer as refeições em casa e passaram a optar por comidas mais rápidas e mais calóricas". 

Essa mudança de hábito também aparece na pesquisa Vigitel: o consumo regular de feijão, considerado um alimento básico na dieta do brasileiro, diminuiu de 67,5% em 2012 para 61,3% em 2016. E apenas um entre três adultos consomem frutas e hortaliças em cinco dias da semana.

Aumento do trabalho e da renda

O aumento da obesidade coincide com um período de crescimento do poder de compra dos brasileiros, incentivado por políticas econômicas e programas de distribuição de renda. 

Segundo uma pesquisa do instituto Data Popular, a renda da classe média, que representa 56% da população, cresceu 71% entre 2005 e 2015, sendo que a renda dos 25% mais pobres foi a que mais aumentou. Assim, a chamada classe C passou a ter acesso a produtos antes restritos à elite. Além disso, ao se inserir no mercado de trabalho, o brasileiro acaba incorporando hábitos menos saudáveis, como os já citados por Mottin. 

"Não surpreende o alto índice de obesidade na faixa etária entre os 25 e os 44 anos, porque isso corresponde justamente a essas mudanças no estilo de vida, quando os jovens deixam de depender de seus pais e passam a ter uma rotina mais voltada à carreira profissional", pondera a endocrinologista Marcela Ferrão, pós-graduada em nutrologia e membro da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (Abeso). 

A Vigitel mostrou que o excesso de peso aumenta significativamente da faixa etária dos 18 aos 24 anos (30,3%) para a dos 25 aos 44 anos (50, 3%). Há uma alta prevalência de obesidade nessa faixa etária: 17%. Considera-se obesidade Índice de Massa Corporal (IMC) igual ou maior que 30 kg/m2 e excesso de peso IMC igual ou maior que 25 kg/m2.

Genética 'gorda'

A questão genética também cumpre um papel relevante para o aumento da população obesa, segundo o médico Cláudio Mottin. Segundo ele, o organismo de nossos antepassados não estava adaptado para a fartura e passaram para nós a genética de retenção de calorias. 

"Quando os tempos eram de escassez de alimentos, quem tinha mais condições de defesa corporal eram as pessoas mais gordinhas, porque tinham mais condições de armazenamento de energia. No momento em que temos alimentos à disposição sem esforço, a genética joga contra", explica o especialista. 

Além disso, colabora para a proliferação dessa "genética gorda" também um aspecto cultural, que associava gordura a saúde até recentemente, como aquele discurso da vovó que diz que o neto "está doente se está magrinho". 
 A prevalência da obesidade no Brasil aumentou em 60%, passando de 11,8% em 2006 para 18,9% em 2016  (Foto:  David Gray/Reuters) 
A prevalência da obesidade no Brasil aumentou em 60%, passando de 11,8% em 2006 para 18,9% em 2016 (Foto: David Gray/Reuters) 

Noites mal dormidas

A endocrinologista Marcela Ferrão também atribui a baixa qualidade do sono como um dos fatores para o aumento da obesidade. Segundo ela, a sociedade acelerada e conectada faz com que as pessoas não tenham horário para dormir. 

"À noite, a serotonina, que é o hormônio do humor, se converte em melatonina, responsável pelo sono reparador. Nesse estágio do sono, as células conseguem mobilizar gorduras de forma adequada", explica. 

Mas não tem sido fácil chegar a esse estágio do sono quando a tensão e o estresse estão cada vez mais intensos, a pessoa não consegue desligar o celular e acorda várias vezes durante a noite. "Isso gera desequilíbrio hormonal e faz com que a pessoa acorde ainda mais cansada", conclui Ferrão.

Dieta variada

Um último ponto destacado pelos especialistas para o aumento da obesidade no Brasil é a falta de acesso a uma dieta diversificada, o que depende menos de poder aquisitivo do que de educação alimentar. 

Nesse sentido, o Guia Alimentar para a População Brasileira se destaca entre as políticas do Ministério da Saúde para enfrentar a obesidade. A publicação oferece recomendações sobre alimentação saudável e consumo de alimentos in natura ou minimamente processados, mas vai além: coloca a hora da refeição no centro de uma discussão sobre convivência familiar e gestão do tempo. 

"Os alimentos ultraprocessados são muito consumidos pela população jovem porque são práticos. Outro problema é o comportamento alimentar. É muito comum as pessoas comerem rápido, sozinhas e com celular na mão. Estudos mostram que comendo com família ou amigos, a pessoa presta mais atenção no que está comendo", diz a coordenadora-geral de Alimentação e Nutrição do Ministério da Saúde, Michele Lessa de Oliveira. 

A Vigitel apresenta um dado positivo sobre o consumo regular de refrigerante ou suco artificial, que caiu de 30,9% em 2007 para 16,5% em 2016. Mas o Ministério da Saúde quer mais. "Nossa meta é reduzir em 30% o consumo de refrigerante pela população adulta até 2019 e aumentar em 17,8% o consumo de frutas e hortaliças", adianta Michele.

Riscos à saúde

O crescimento da obesidade é um dos fatores que podem ter colaborado para o aumento da prevalência de diabetes e hipertensão, doenças crônicas não transmissíveis que pioram a condição de vida do brasileiro e podem até levar à morte. 

O diagnóstico médico de diabetes passou de 5,5% em 2006 para 8,9% em 2016 e o de hipertensão de 22,5% em 2006 para 25,7% em 2016, conforme a Vigitel. Em ambos os casos, o diagnóstico é mais prevalente em mulheres. 

"A obesidade é a mãe das doenças metabólicas. Além da diabetes, que apresenta mais de 20 fatores de comorbidade (doenças ou condições associadas), obesos infartam mais e até câncer é mais prevalente em pessoas acima do peso", destaca o diretor do Centro de Obesidade da PUCRS, Cláudio Mottin. 

O Ministério da Saúde pretende reduzir as taxas de mortalidade prematuras em 2% ao ano até 2022. 

Doenças cardiovasculares, respiratórias crônicas, diabetes e câncer respondem por 74% dos óbitos anuais no Brasil.

Cientistas japoneses desenvolvem a 'pele eletrônica' mais fina do mundo

 (Foto: Reprodução/BBC) 
(Foto: Reprodução/BBC) 
 
Pesquisadores no Japão estão desenvolvendo a “pele eletrônica” mais fina do mundo. 

Trata-se de um conjunto de circuitos feitos como materiais orgânicos, como plástico, que são mais flexíveis e podem ser “vestidos” pelo usuário. 

A versão criada por cientistas da Universidade de Tóquio tem uma espessura dez vezes menor do que a de uma célula cutânea.
Ao mesmo tempo em que é mais leve do que uma pena, é também muito resistente – pode ser dobrada e esticada sem gerar danos aos seus componentes. 

A meta é que esse tipo de aparelho seja usado para monitorar a saúde de uma pessoa, funcione como uma tatuagem eletrônica ou crie até mesmo uma tela “de mão”. 

Em seu estágio atual, a tecnologia permite exibir um único número digital. 

“O próximo passo será incluir mais dígitos e depois fazer uma tela de alta definição”, diz o pesquisador Takao Someya. 

“Isso será possível dentro de quatro ou cinco anos.”