Cientistas desenvolvem útero artificial para ajudar bebês prematuros
Em estudos pré-clínicos com cordeiros, os pesquisadores conseguiram simular o ambiente do útero e as funções da placenta.
Cientistas nos Estados Unidos desenvolveram um útero artificial a
partir de uma bolsa preenchida por fluido, conhecida como um suporte
extrauterino que pode transformar o tratamento de bebês que nascem
extremamente prematuros, aumentando significativamente as chances de
sobrevivência.
Em estudos pré-clínicos com cordeiros, os pesquisadores conseguiram
simular o ambiente do útero e as funções da placenta, dando a prematuros
a oportunidade crucial para desenvolver os pulmões e outros órgãos.
Aproximadamente 30 mil bebês, somente nos Estados Unidos, nascem
prematuros em estado crítico --entre 23 e 26 semanas de gestação,
disseram os pesquisadores a repórteres por telefone.
Nesse período, um bebê pesa um pouco mais do que 500 gramas, seus
pulmões ainda não conseguem lidar com o ar e suas chances de
sobrevivência são mínimas. A taxa de morte é de até 70 por cento, e
aqueles que sobrevivem enfrentam deficiências por toda a vida.
"Esses bebês têm uma necessidade urgente de uma ponte entre o útero da
mãe e o mundo exterior", disse Alan Flake, um cirurgião especializado no
Hospital de Crianças da Filadélfia que liderou o desenvolvimento do
novo dispositivo.
O objetivo da equipe, disse Flake, era desenvolver um sistema
extrauterino pelo qual bebês extremamente prematuros poderiam ficar
suspensos em câmaras preenchidas por fluido por algumas semanas vitais
até chegarem a idade de 28 semanas, quando suas chances de sobrevivência
aumentam drasticamente.
Pode demorar mais 10 anos, mas até lá Flake espera ter um dispositivo
licenciado no qual bebês que nascem muito prematuramente têm a chance de
se desenvolver em câmaras preenchidas por fluido, em vez de incubadoras
com ventilação mecânica.
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